O que você faria se seus pais fossem distantes de si e seu irmão, a pessoa que mais amava, sumisse ou morresse? Era assim que Isabelly se encontrava, sozinha e abalada. O que pouco a pouco a fez cair em uma depressão profunda, envolvendo-se em um mu...
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Isabelly saiu do banheiro e se jogou na cama, a fim de descansar e assistir algo após o trabalho. Assim que deitou a gatinha que já andava na casa com mais liberdade pulou na cama subindo em cima de si.
— Oi meu amor, vamos assistir anime com a mamãe? — Questionou com uma voz exageradamente fofa acariciando o animal.
Escutou um bater suave na porta e após aceitar a entrada a mesma se abriu e seus pais entraram, respirou fundo, já criando coragem ou paciência para a conversa que viria.
— Podemos conversar, querida? — Seu pai questionou, a olhando apreensivo.
Isabelly deu de ombros, não é como se fosse falar não.
— Na verdade eu quero falar com você… — Falou sua mãe sentando-se na cama, a fazendo sentar também. — Posso?
— Tudo bem…
A mãe de Isabelly olhou as mãos, nervosa, não sabia ao certo como começar, e então seu marido apertou sua mão, a encorajando.
— Eu quero pedir desculpas… Eu sei, eu sei, desculpas não curam nada, não resolvem nada, eu sei que sou um lixo de mãe.
— Mãe…
— Mas eu amo você Isabelly, nós amamos você! Eu só, eu… — Ela respirou fundo, direcionando as bolas de gude cinzas tão idênticas a de Isabelly a filha. — Eu negligenciei você e o seu irmão, eu foquei em dar tudo do bom e do melhor pra vocês, quando eu apenas deveria ter dado mais atenção, amor e carinho. Eu amo e sempre vou amar você querida, eu sei o tanto que errei, e todo dia eu penso nisso!
— Mãe eu…
— Deixe-me terminar, por favor.
— Okay…
— Eu nunca fui boa em ser mãe, não justificando meus atos, jamais, mas eu via você com a sua avó, ou com a Judite e você parecia infinitamente mais feliz, até mesmo com o seu pai… Eu não sabia o que fazer, acabei me afastando, focando no trabalho, deixando vocês de lado…
— Nós deixamos, querida, não foi só você, eu também tenho culpa, eu também negligenciei nossos filhos.
— Mas eu sou a mãe… — Disse e respirou fundo. — Eu soltei sua mão cedo demais, eu deveria estar lá quando você conheceu aquele babaca, ou começou com as drogas, eu deveria estar lá quando seu irmão se foi e eu não estava! E se repetiu de novo, quanto mais eu fujo do erro, mais eu me encaminho a ele. — Disse e em seguida secou a lágrima sorrateira em sua face. — Quando soube do acidente meu mundo desabou, eu entrei em desespero, e então cheguei aqui e vi aquele cara… O tal do Maxwell, o jeito que ele olhava para você, ele daria a vida por você Isabelly, novamente não era sua mãe que estava ali pra te apoiar, ser sua âncora, segurar sua mão, era um estranho, sempre foi um estranho. Doeu tanto, mas tanto e eu não sabia o que fazer… E-eu…
