Sentiu um vento gelado que fez seu corpo arrepiar-se todo, a onde se encontrava estava totalmente escuro, não conseguia ver direito, não sabia se andava ou permanecia no mesmo lugar. Deu um passo cauteloso, temendo o que poderia ter a sua frente, respirou fundo, a onde estava?
Continuou andando lentamente até trombar em algo, seu coração quase "parou" pelo susto, ficou imóvel e então o lugar começou a pegar certa claridade, não o suficiente para ver tudo amplamente, mas conseguia ter uma noção de como era. Estava em um tipo de galpão abandonado, com máquinas que tinham um ar assustador e muitas correntes, tinha também um cheiro de ferrugem que irritava seu nariz.
Voltou a andar de vagar, queria sair dali, não se sentia bem. Caminhou até frustrar-se, parecia um labirinto sem fim, não via nada além de máquinas e mais máquinas, ouviu um barulho de passos e pôs se em alerta, foi na direção que o som vinha, mesmo que seu subconsciente gritasse um "não" de forma histérica.
Olhou em um canto, a onde havia um homem de costas, sua roupa era estranha, de um lado, era um terno e do outro um tipo de sobretudo, se aproximou, seu peito doía, parou atrás do ser a sua frente, levantou as mãos trémulas e deu um toque cauteloso em seu ombro e então ele virou-se.
Sua respiração falhou, e seu corpo inteiro tremeu em medo, o homem tinha duas faces, uma era límpida e bonita, um belo olho azul, um rosto "perfeito", já o outro tinha um ar tenebroso, cabelo exageradamente bagunçado e um enorme chifre preto, a boca parecia grande, com dentes pontudos e amarelados, assim como seus olhos que eram de um amarelo intenso, quase sem pupila e um sorriso agonizante.
Os dois lados a encararam sorrindo, queria gritar em desespero.
— O que foi, querida? — Ouviu as vozes, como pode? Uma era tão suave, terna e a outra fazia com que sentisse vontade de chorar e gritar por socorro. Aquilo era loucura.
Deu um passo para trás balançando a cabeça em negação.
— Ora, porque está fugindo?
— O que é você...?
— Eu? Ah minha donzela, isso não importa. — Ele aproximou a mão que tinha garras pontudas e pretas, e ela novamente deu um passo para trás, fazendo ambos os lados arquearem as sobrancelhas.
— Fica longe de mim...
— Não precisar temer querida, não farei nada contra você.
Ela o olhou receosa, não sentia confiança vinda das palavras, ele deu um passo em sua direção e ela recuou.
— Fica longe!
O ser a ignorou e seguiu avançando em sua direção, então Isabelly se virou, correndo entre as maquinas e correntes, que começaram a mover-se inesperadamente, o som das maquinas pareciam monstros urrando em sua direção, aquilo era surreal demais.
Puxou ar com força correndo mais rápido, enquanto a coisa caminhava tranquila atrás de si.
— Porque vocês sempre fazem isso? Correm como se fosse adiantar de algo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Anjo Das Sombras (EM REVISÃO)
FantasyO que você faria se seus pais fossem distantes de si e seu irmão, a pessoa que mais amava, sumisse ou morresse? Era assim que Isabelly se encontrava, sozinha e abalada. O que pouco a pouco a fez cair em uma depressão profunda, envolvendo-se em um mu...