Os olhou levemente incomodada, seus pais a olhavam atentamente aguardando a resposta final do médico que diria se ela poderia ter alta ou não, de certo modo estava feliz por ir pra casa, desde que acordou novamente estava a duas semanas no hospital, mas ironicamente havia gostado de cada momento na fisioterapia que havia passado com Maxwell.
— Vocês podem parar de me encarar?
— Não estamos encarando, estamos olhando, não podemos olhar nossa filha? — Questionou sua mãe séria, de braços cruzados.
Assim como si sua mãe possuía cabelos ondulados e ruivos, porém ao contrário dos seus que recentemente batiam em seu quadril o de sua mãe se encontrava em um Chanel com as ondas perfeitamente arrumadas e um brilho surreal, os olhos cinzas também eram característica de sua mãe, que fazia questão de marcá-los com uma maquiagem bem feita. Yasmin era uma bela mulher.
— Encarar é diferente de olhar e não é pra tanto.
— Como não é pra tanto querida? Você sofreu um acidente absurdamente grave, ficou semanas desacordada, ficamos preocupados. — Explicou seu pai a olhando de maneira terna.
Seu pai era alto e moreno, os cabelos eram castanho claros beirando ao loiro, e seus olhos eram verdes escuros, assim como seu irmão... Seus pais pareciam casal de filme, lindos, bem arrumados, elegantes, sempre com bom modos, chegava a ser irritante
Revirou os olhos entediada.
— Foi só um acidente.
— Que quase te fez ficar em uma cadeira de rodas Isabelly, poderia ao menos aceitar nossa preocupação? — Questionou sua mãe aparentemente incomodada.
— Difícil, quando ela vem quase que uma vez por ano.
— Isabelly... — Seu pai lhe repreendeu, sério.
— Eu estou mentindo? Estamos quase no fim do ano, e quantas vezes vocês me viram esse ano.
Sua mãe suspirou, cansada e ambos ficaram em silêncio.
— Está tudo okay doutor? Já posso ir embora? — Questionou tentando ignorar a presença dos pais, deveria estar feliz, queria estar, mas não conseguia.
— Sim senhorita Collins, seus sinais vitais estão ótimos, seu pulmão está em perfeito estado assim como suas lesões, a senhorita já pode ir pra casa.
— Obrigado.
— Irei fazer o papel de sua liberação, pode levar uns minutinhos ainda, mas enquanto isso você pode se trocar caso queira.
— Okay.
— Seu namorado não virá hoje?
— Ele não é meu namorado... — Disse evitando o olhar do médico.
Todos ali provavelmente achavam isso, levando em conta que Maxwell não saiu de perto de si um dia sequer durante sua recuperação, fisioterapia e até mesmo quando nem deveria estar ali, quase sempre arrumava briga com algum dos médicos ou enfermeiras por não poder ficar no quarto fora o horário de visita, mas claro que isso não o impedia.
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Anjo Das Sombras (EM REVISÃO)
FantasíaO que você faria se seus pais fossem distantes de si e seu irmão, a pessoa que mais amava, sumisse ou morresse? Era assim que Isabelly se encontrava, sozinha e abalada. O que pouco a pouco a fez cair em uma depressão profunda, envolvendo-se em um mu...