Capítulo 38

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Isabelly olhou o jardim e em seguida para Maxwell, sorrindo

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Isabelly olhou o jardim e em seguida para Maxwell, sorrindo.

— Você salvou meu jardim. Obrigada!

Maxwell deu de ombros a observando radiante, já fazia duas semanas que estava com a garota e se sentia bem melhor. A olhou novamente, teria que ir embora.

— Você vai embora, não é?

— O que?

— Você está mais estranho que o normal e bem melhor também.

Maxwell balançou a cabeça positivamente e então sentiu ela puxar sua blusa.

— O que foi?

— Quero te dar uma coisa na casa da arvore.

— O que você aprontou agora?

— Eu não aprontei! — Afirma subindo as escadas.

— Acho difícil. Diz em tom zombeteiro e a menina já dentro do local faz careta lhe mostrando a língua.

— Eu fiz uma coisa...

Maxwell a encarou curioso, vendo-a mexer em uma caixinha marrom.

— Eu não acho que você use esse tipo de coisa, mas eu estava aprendendo e então decidi fazer isso e...

— Mostra logo Isabelly.

A criança sorriu nervosa e então se virou apertando algo em mãos.

— É-é que...

— Me dê. — Pede estendendo-lhe a mão.

Isabelly colocou o objeto receosa na mão do mesmo. Ele olhou avaliativo, era um cordão preto grande que parecia ter sido trançado, na ponta havia uma asa que tinha provavelmente uns 04 cm pintada em branco, o objeto possuía alguns detalhes que deixavam evidente que havia sido feito por alguém que ainda aprendia. Porém ainda assim era muito bem feito.

Arqueou uma sobrancelha, a observando.

— Você perdeu as suas e eu queria te dar algo pra que pudesse se sentir melhor... Não que mude algo e ta feio, eu sei... Você pode jogar fora se quiser! — Diz com as bochechas vermelhas e os olhos marejados.

— Obrigada ruivinha...

Isabelly olhou, sorrindo.

— Você gostou?

— Sim, ma-

Antes que conseguisse falar um barulho estrondoso ecoou pelo local e duas feras horripilantes invadiram a casa mediana que tremeu com o peso. Isabelly gritou e Maxwell pôs se a sua frente.

Fez careta, eram cães infernais de alto nível, incomodou-se com a presença inesperada dos seres. Estava sem sua espada e mesmo que estivesse parcialmente curado seus poderes ainda eram mínimos.

Sentiu um aperto em seu sobretudo atraindo sua atenção, Isabelly tremia atrás de si

— Vai ficar tudo bem, okay? - Afirma tentando soar confiante e em seguida olha as feras. — O que fazem aqui?

— Viemos lhe buscar, príncipe. — A voz grotesca se fez presente, junto ao hálito pútrido da fera.

Maxwell olhou os animais em fúria e antes de fazer algo um dos cães pulou sobre si enfiando as presas em seu pescoço, escutou Isabelly gritar alto, sentiu mais raiva ainda.

Empurrou a fera com força a fazendo bater contra a parede de madeira da casa que tremeu com o impacto, mas antes de sair dali o outro bicho pulou sobre si, enfiando as garras no local que outrora estava suas asas. Gritou pela dor, usando o pouco de poder que tinha para lançar o animal longe, fazendo-o quebrar a parede da casa que começou a tremer e quebrar, cedendo aos poucos.

— Sr. Lion! — Escutou Isabelly o chamar desesperada, o canto que ela se encontrava estava caindo.

Tentou se mover até ela, porém a fera estava outra vez sobre si. Viu em câmera lenta a casa ceder com ambos ali, levando-os ao chão.

— Isabelly! — Gritou saindo do agarre do bicho correndo até a mesma que se encontrava inconsciente entre os escombros de madeira da casa.

Havia um rasgo passando de seu estomago até pouco a cima em seu tórax, quase beirando a clavícula, provavelmente causado por algum prego no momento da queda. Sangrava muito e a sua respiração estava fraca, sentiu um aperto no peito, tinha que cura-la.

Colocou ambas as mão sobre a ferida, iniciando o processo de cura que não parecia ter eficácia alguma, sentiu-se em desespero, o machucado não sumia, teve apenas uma leve alteração na pressão do sangue que ela perdia.

— Isabelly... — Tinha que tirar ela dali o mais rápido possível.

Estava prestes a fazer isso quando sentiu as duas feras sobre si, uma agarrada ferozmente em seu pescoço e outra em sua cabeça, sentiu o sangue escorrer ao lado de sua face. A dor em seu pescoço era aguda e irritante.

— Você irá conosco príncipe. — Escutou o granir abafado.

Não podia, não podia deixar ela assim, via a vida se esvaindo do pequeno corpo que se encontrava pálido e banhado pelo sangue. Uma lagrima sorrateira escorreu de seu olho que ainda estava bom.

— Não! — Não deixaria a criança morrer, nem que fosse a última coisa que fizesse.

Se levantou ainda com os seres sobre si, gritou em fúria e os jogou longe indo na direção dos mesmos, agarrou a mandíbula de um com suas unhas e puxou, separando o membro do corpo do animal que pendeu morto, agora o curativo feito cuidadosamente por Isabelly em sua face se encontrava sujos com o liquido viscoso e preto que saiu do animal, assim como seus cabelos revoltos.

O outro avançou parecendo incansável, fincou as presas afiadas em seu braço o puxando, xingou ao sentir seu ombro ser deslocado tão abruptamente. Enfiou as unhas no olho da fera que intensificou o agarre dos dentes em seu braço, puxando como se quisesse arrancar, e ele não duvidava que essa fosse a real intenção.

Agarrou o pescoço do bicho puxando com toda a força que possuía no momento, sentiu parte de sua pele ser levada junto a boca do animal. Seu braço pendia imóvel ao lado de seu corpo, como se fosse segurado por uma fina linha.

Caminhou manco até Isabelly apertando o braço que doía absurdamente, ajoelhou-se próximo a menina, escutava os passos do animal em sua direção novamente, tinha que fazer algo... A olhou pensativo e então teve um uma ideia.

Sentiu o cão grudar em seu pescoço, porém antes que ele fosse arrastado novamente ele tocou no pequeno braço que já ficava frio e a criança sumiu como em um passe de mágica e no mesmo instante ele foi jogado ao chão e arrastado ainda pelo pescoço, fechou os olhos deixando de lutar, torcendo para que funcionasse.

Foi arrastado pelo que pareceu horas, sua respiração estava fraca e sua cabeça doía de maneira agonizante. Quando sentiu que iria desmaiar seu corpo foi arremessado ao chão.

— Olá meu filhinho fujão, espero que você tenha apreciado seu breve momento de rebeldia. — Escutou a voz que tanto lhe causava repulsa e olhou o homem sobre si. — Acho que agora você deve aprender uma lição para que isso não se repita, não é mesmo?

Balançou a cabeça sentindo uma vertigem o acertar e então tudo a sua volta ficou escuro.

Anjo Das Sombras (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora