Capítulo 13

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A noite estava horrivelmente escura e mórbida, um vento gelado pairava sobre ela e as ruas estavam estranhamente desertas

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A noite estava horrivelmente escura e mórbida, um vento gelado pairava sobre ela e as ruas estavam estranhamente desertas.

Ele olhou para trás afoito e correu mais rápido, seu coração estava acelerado de uma forma que parecia que rasgaria sua pele.

Não conseguia gritar, mas isso nem adiantaria a tal ponto, afinal ele estava apenas retardando o inevitável.

— Não adianta fugir de mim... Eu posso te achar até no inferno, literalmente. — Gargalha estalando o pescoço.

Caminhou vagarosamente pelas ruas, seus olhos amarelos brilhavam intensamente naquela noite e neles eram expostos o sadismo, a sede por sangue. Mas nada ultrapassava sua aparência assustadora.

As enormes asas negras se arrastavam no chão a cada passo, fazendo um som agonizante, como se aço fosse arrastado lentamente.

Os dentes e as unhas pontiagudas mostravam um ar selvagem, assim como seu cabelo negro mais arrepiado que o comum e os enormes chifres igualmente negros em sua cabeça pareciam pontudos o suficiente para perfurar qualquer coisa que sentisse vontade.

A cada local que passava o cheiro de enxofre fazia-se presente. Era de dar arrepios.

— Ora, ora, ratinho, porque foges? — Diz sarcástico fingindo confusão, o sorriso cínico não saia de seus lábios.

— Quem é você? — A voz saiu fraca enquanto ainda fugia.

— O, não, não, assim você estraga a brincadeira, não é assim. O certo seria "O que você é?" vamos, tente de novo.

O fugitivo não respondeu e o ser fez uma careta.

— Não vai perguntar? Poxa. — Balança a cabeça negativamente — Essa é a melhor parte, quando eu falo o ser poderoso que sou e que vou tirar sua vida de uma forma bem interessante. Realmente, você não sabe brincar. — Faz bico fingindo-se magoado.

— Não me importo com o que você é, muito menos o que vai fazer comigo, ou melhor, como, porque o que vai fazer eu já sei. — Grita quase sem fôlego.

— Então porque ainda está fugindo?

O homem olhou a sua frente, pensativo, nem ele sabia por que fugia, talvez ele não quisesse aquilo, não, talvez não, ele não queria aquilo. Ele queria voltar para casa, queria se livrar daquele ser que o seguia por pura diversão.

Sentiu uma dor no peito, seus pulmões clamavam para que ele parasse nem que fosse alguns segundos.

Puxou ar com força e virou a primeira rua que viu, arrependeu-se na hora ao notar que era sem saída. Virou-se para sair dali, mas ele já estava lá, com aquele sorriso incomodo e o olhar sádico. Sentiu seu sangue gelar.

— Acho que alguém ficou sem saída, o que fará agora? Antes que tente fazer um papel ridículo ao correr por minha direção, saiba que será inútil.

O homem amedrontado suspirou, aceitando seu destino.

— É assim que eu gosto. — O ser sorriu maldoso fazendo um movimento de mão e o outro homem pairou preso na parede final daquela rua. — Você foi corajoso, devo admitir, não se sinta mal, você morreria de qualquer forma, poderíamos passar semanas aqui nesse joguinho de pega-pega, mas ainda assim eu lhe mataria. — Diz neutro se aproximando com tranquilidade.

— Por que está fazendo isso?

— Você sabe muito bem porque eu estou fazendo isso, não se faça de tolo.

Ficou bem próximo o olhando nos olhos, levantou a mão direita, que brilhava em um tom alaranjado, era fogo.

Aproximou o dedo do rosto do homem queimando o local, o viu fazer careta, sorriu empolgado.

— Dói, não é? - Sorri passando três dedos no rosto do mesmo que agoniza de dor.

— Por que? Por que? — Exclama com grossas lágrimas escorrendo pela bochecha queimada.

— Digamos que você é um lixo que não dá pra reciclar e o que não dá pra reciclar, eu queimo..., mas já que quer mesmo saber, porque não tenta se lembrar da sua ex? O roxo ficou mais de uma semana na face dela.

O homem o olhou apavorado.

— C-como...?

— Eu vejo tudo, eu sei tudo...

Então segurou o rosto do mesmo com brutalidade, a chama em sua mão se intensificou, queimando praticamente todo o rosto do rapaz que gritou em desespero tentando se debater enquanto o outro apenas sorria, olhando a imagem em prazer. Respirou fundo sentindo o cheiro de pele queimada, era como o melhor dos perfumes para si, sentia-se revigorado, umedeceu os lábios pensando em outras maneiras de diversão.

— Maxwell Underwood, afaste-se do humano. — Escutou a voz que fez seu sorriso morrer instantaneamente.

A claridade no local tornou-se extremamente irritante para si, revirou os olhos e suspirou se virando na direção dos que estavam ali presentes.

— Qual é? Vocês não cansam não? — Os olha impaciente.

— Cansaremos quando você estiver morto ou no seu devido lugar. — A voz conhecida por si ecoou alta pelo local.

— Quem diria, o paladino vindo até mim? Estou tão importante assim? — Sorri presunçoso.

— Não se ache tanto, você é apenas mais um serzinho miserável que logo, logo, estará no seu devido lugar... — O olha a altura. — Porque não se afasta do humano e resolvemos isso da forma correta?

O Underwood o olhou pensativo.

— Nah, hoje não. — Ele se virou para o homem preso a parede, colocou a mão em seu pescoço apertando, o jovem a sua frente cuspiu sangue e pendeu a cabeça, morto.

— Desgraçado. — Da um impulso em sua direção.

— Hoje não, Luke. — Sorri sumindo em um flash de luz azul.

O homem denominado Luke praguejou alto socando a parede próxima a si, respirou fundo se recompondo.

— Está morto... — Diz checando a pulsação.

Olhou na direção da voz, ele estava próximo ao humano. Luke olhou o homem inerte no chão, o rosto quase completamente desfigurado pela queimadura, fez careta, incomodado.

— Filha da mãe... — Olhou o defunto, pensativo — Traga-o conosco.

— Conosco?

— Sim!

O mais jovem o olhou em dúvida, mas acatou a ordem e assim como apareceram inesperadamente, eles sumiram, trazendo o escuro à tona novamente. 

Anjo Das Sombras (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora