Capítulo 68

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Encarou a maldita porta preta, tentou ignorar os gritos de agonia vindo de todos os cantos do local, fechou os olhos e abriu a porta e como imaginava ele estava lá, sentado calmamente com um sorriso meticuloso nos lábios

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Encarou a maldita porta preta, tentou ignorar os gritos de agonia vindo de todos os cantos do local, fechou os olhos e abriu a porta e como imaginava ele estava lá, sentado calmamente com um sorriso meticuloso nos lábios.

— Arius.

Trincou o maxilar, odiava aquele nome, parou, sem dizer nada. Lúcifer se levantou da grande cadeira vermelha, que muitas das vezes ele dizia ser seu trono, e sinceramente se assemelhava muito a um, mas nunca admitiu.

O homem caminhou lentamente até que parou a sua frente.

— Você está horrível... Essa aparência humana medíocre não combina com você. — Alega elevando seu queixo com o dedo indicador, pode sentir a unha pontuda lhe arranhar levemente. — Quem fez algo tão meticuloso assim? — Questiona olhando algo em seu abdômen. — Foi muito bem feito, tenho de admitir...

— Quero que tire isso. — Diz simplesmente, sem o olhar.

Lúcifer o rodeou parando atrás de si e então agarrou seu cabelo o puxando brutalmente para trás, aproximou os lábios de seu ouvido e falou tranquilamente.

— E porque eu faria isso?

— Eu farei o que você quiser. — Diz firme, tentando ignorar a dor incômoda que sentia no couro cabeludo.

— Você nunca faz o que eu quero meu pequeno Arius...

— Dessa vez é diferente.

— E o que o levaria a ir contra seu ego?

— Não é da sua conta.

O homem de olhos dourados sorriu expondo os dentes pontiagudos e voltou a sua frente, ainda com o agarre em seu cabelo, o olhou nos olhos em procura da verdade.

— Porque eu tiraria algo que é tão conveniente pra mim? Eu poderia te matar facilmente agora, tão fraco e patético, seria bem interessante e devo dizer que desde o que fez da última vez, o que não me falta é vontade de arrancar sua cabeça.

— Talvez... Mas sou mais conveniente pra você com meus poderes, ao seu lado. — Alega encarando o olhar apático, e não era mentira.

— Pode ser... — Lúcifer soltou seus cabelos se afastando minimamente. — É interessante o que o amor pode nos levar a fazer, não é mesmo?

— Eu não...

— Você quer curar a mundana. — Maxwell o olhou semicerrando os olhos. — Eu sei das coisas, sei do acidente que ela sofreu e sei que por isso ela não passa de uma bonequinha aleijada, arrisco dizer que ela parece mais interessante assim...

— Meça suas palavras para falar dela! — Disse firme, furioso.

O mais velho apenas sorriu maldoso balançando a cabeça positivamente.

— Eu já estive em uma situação semelhante, sabe... Quando conheci sua mãe.

— Não comece a dizer besteiras.

— Não são, ironicamente aquele anjo simples e miúdo conseguiu me encantar com um maldito sorriso brilhante, mal notei quando estava apaixonado e contava as horas pra ver ela novamente.

— Mentira... — Não conseguia acreditar em uma palavra sequer que saia da boca daquele homem.

— Acredite, não é. A sua mãe tinha o dom de encantar tudo à volta dela, tão sorridente, gentil, amável, conseguia dobrar até o pior dos homens, e quase o fez, principalmente quando seguiu me dando aquele sorriso brilhante mesmo após saber o que eu era, ela era pura luz.

— E você a destruiu.

— Ledo engano criança, não forcei Ariel a nada, ela ficou comigo por livre e espontânea vontade, assim como escolheu ter você, mas como sempre aqueles celestiais imundos não gostaram muito, afinal de contas eles temiam a criança profana que ela carregava com tanto amor... Não que estivessem errados, você é o primeiro filho de um anjo com o diabo, tem poderes inimagináveis... De todo modo eles a tiraram de mim, tão cruelmente.

Afirma expressando brevemente uma fúria contida.

— Foi nesse momento que nasceu a regra de que anjos não podem atacar um dos meus primeiro, pois assim eu posso iniciar uma guerra. Quando soube que sua mãe estava morta eu dizimei metade daqueles celestiais ridículos, milhares de corações arrancados com minhas próprias mãos, ah! Como foi bom... Eu faria de novo e de novo e aguardo ansiosamente pelo dia que poderei novamente.

Maxwell não disse nada, apenas o encarou, ele ainda possuía o mesmo sorriso cruel exposto na face.

— Bom, eles só não contavam que aquele maldito arcanjo que vive colado em você, fosse amigo de sua mãe, e como último pedido dela ele salvou você, o criou...

Diego, ele estava falando de Diego e isso era verdade.

— Até que não fez um mau trabalho, até tentar te por com eles e seu queridinho irmão te trair... Nunca gostei daquele pirralho, viu? O pai dele sim forçou sua mãe, que inclusive matei também, e como dizem, filho de peixe, peixinho é.

Maxwell fez careta, o olhando.

— Não estou aqui pra ouvir contos de fadas, tire a porra do selamento!

Lúcifer novamente balançou a cabeça positivamente e sorriu mais, aproximou-se rapidamente e enfiou a mão em seu abdômen, o fazendo cuspir sangue e se curvar.

— Digamos que isso vai doer... Muito. — Alega enfiando mais a mão, até que estava completamente em seu abdômen.

Sentiu um aperto horrendo no local e tossiu mais sangue, olhou para baixo notando uma gosma preta escorrer e então a outra mão do ser sem escrúpulos foi levada a sua cabeça e dessa vez não conseguiu controlar o grito rouco que deu. A dor era absurda e seu coração e seu cérebro pareciam querer parar de funcionar.

Caiu de joelhos olhando ao alto, seus olhos antes azuis se tornando completamente amarelos, a dor e o aperto em seu abdômen continuavam, não sabia se estava tendo o selamento tirado ou sendo finalmente morto.

— Tire suas mãos imundas dele! — Escutou e um estrondo se fez presente no local, olhou Lúcifer sentado próximo à uma parede no qual ele provavelmente se chocará brutalmente e Diego a sua frente.

— Ora ora, que ousadia... Será que vocês estão prontos para uma guerra? Achei que fosse demorar mais.

— Cale sua boca ser imundo! O que pensa que estava fazendo?

— Realizando a vontade do meu querido filhinho. Não estava claro?

Diego balançou a cabeça negativamente, sem dizer nada e se afastou, aproximando-se de Maxwell.

— Vamos embora.

— Não! — Afirma se levantando, recompondo-se.

— Maxwell.

— Eu não vou até ele tirar a porra do selamento!

— Não seja estúpido garoto! — Diego disse visivelmente furioso, o que era uma novidade.

— Não se mete porra.

— Eu falei pra irmos embora! — Diego se aproximou o agarrando pela gola da camisa, o puxando brutalmente.

— Eu não saio daqui até ter o que quero. — Diz firmemente o olhando nos olhos.

Diego respirou fundo fechando os olhos e então o encarou de novo.

— O Henrique vai curar ela...

Maxwell o olhou, confuso.

— Você não precisa fazer isso, ele vai curar ela, se já não o fez nesse momento...

Piscou ainda levemente confuso e então olhou Lúcifer que sorriu dando de ombros, ele sabia. Bufou irritado arrancando a mão de Diego da gola de sua blusa e deu as costas a fim de sair dali.

Anjo Das Sombras (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora