Suspirou entediada, olhou o relógio antigo na parede, 16:47. A hora parecia correr lentamente.
Odiava o horário da tarde, raramente aparecia alguém. Bufou estendendo os braços sobre o balcão.
— Hora filha da puta... — Resmungou, olhando o nada.
Fechou os olhos, poderia cochilar ali mesmo naquela posição e estava quase, se não fosse o barulho que ouviu vir do corredor sete. Olhou brevemente espantada, não havia nada, suspirou, agora ouvia coisas também, se a hora não passasse logo ia ter um troço.
Pegou o celular colocando os fones e iniciou a música Livre pra voar da Samantha Machado, pelo menos ia se distrair até finalizar seu expediente.
Batucava levemente na madeira seguindo o ritmo da música até que a luminária do corredor começou a piscar. Olhou incomodada, só faltava dar defeito a essa hora. Parou a música colocando o celular no bolso e se direcionou ao corredor. Deu leve batidas na luminária quadrada que parecia uma pequena casinha e nada, continuou piscando.
Escutou novamente um barulho vindo do corredor dez, que estava à frente.
— Mas que palhaçada... — Ouviu um baque mais alto, dando um pulo de susto, foi lentamente até o local ver o que era. Encontrou um dos livros caídos no chão. — Porra.
Pegou o livro em mãos, como aquela merda tinha caído? Ali nem tinha passagem de vento, colocou o livro no local e quando voltaria a sentar escutou novamente um barulho, agora vindo do outro corredor, caminhou assustada até o mesmo e mais livros no chão.
— Tá de sacanagem... — Seus ritmos cardíacos começavam a acelerar.
Aproximou-se pra pegar os livros e mais caíram atrás de si, gritou assustada olhando para trás, a luz de toda a biblioteca começava a piscar
— Minha nossa senhora, Jesus, sai de ré Barnabé. — Levou a mão ao peito, respirando fundo.
Em uma das vezes que a luz se apagou pode ver olhos vermelhos a observarem. Sentiu seu coração falhar e o ar sumir. Estava vendo coisas, só pode.
Caminhou lenta e temerosamente ao interruptor principal, apertou várias vezes e a luz seguia piscando descontroladamente, até que em um estouro tudo ficou escuro. Ficou estática no local, detestava escuro.
Escutou mais barulhos do corredor, queria sair correndo, mas sua perna parecia uma gelatina. O ar parecia querer lhe fugir dos pulmões, sentia uma ardência horrível em seu peito e tudo em si estava em alerta.
Escutou passos pesados sobre o local. Era como se algo muito pesado caminhasse por ali, lentamente.
— Senhor... — Caiu de joelhos, sentindo o aperto no peito, suas mãos tremiam quase dolorosamente.
Sentiu uma respiração muito próxima a si, cheirava a podre e era tão quente que mais um pouco queimaria sua pele. Entrou em desespero, começou a engatinhar pelo local na esperança de fugir daquela coisa, queria gritar, mas a voz havia a abandonado.
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Anjo Das Sombras (EM REVISÃO)
FantasyO que você faria se seus pais fossem distantes de si e seu irmão, a pessoa que mais amava, sumisse ou morresse? Era assim que Isabelly se encontrava, sozinha e abalada. O que pouco a pouco a fez cair em uma depressão profunda, envolvendo-se em um mu...