Isabelly entrou no fusca sentindo-se furiosa e triste. Estava furiosa com Logan pelo que ele fez e porque o considerava um ótimo amigo, e furiosa com Maxwell por ter agido igual um babaca sem ao menos a escutar e triste pra caralho pelas merdas que ele falou.Xingou batendo irritada no volante, quando que a porra da sua vida virou uma novela mexicana de segunda?
— Inferno! — Levou a mão ao rosto a fim de secar as lágrimas insistentes, não devia estar chorando, não havia feito nada de errado.
Abriu o portão da garagem saindo dali.
"De todos os meus erros, me apaixonar por uma mera humana foi o maior deles."
— Babaca, metido, presunçoso. — Chorou mais, porque mesmo estava indo atrás dele? — Bem que dizem que o amor deixa a gente burro, você é uma burra Isabelly, burra. — Fez careta, faria aquele idiota a escutar nem que tivesse que o amarrar em uma cadeira.
Quem ele pensava que era pra falar algo tão cruel e sumir? Isso não ia ficar assim, mas não ia mesmo.
Fungou tentando controlar o choro desenfreado, parecia uma criança sem seu brinquedo favorito, sentia-se patética, mas não conseguia simplesmente ignorar, não a essa altura do campeonato. Era inevitável.
Mesmo que estivesse em um fusca diriga igual uma idiota em plena nove da noite, ultrapassava alguns faróis vermelhos e xingava quando alguem bozinava pra si. Qual é, nunca viram alguém puta fazendo merda no trânsito?
Quando faltava pouco pra chegar no destino um farol fechou a fazendo xingar, era uma via movimentada, portanto ela parou esperando o mesmo abrir.
Batia a perna freneticamente enquanto mordia a unha.
— Essa merda não vai abrir não? — Exclamou irritada, como poderia demorar tanto?
Depois do que pareceu séculos finalmente abriu, acelerou a fim de sair logo dali, mas antes que entendesse o que acontecia seu carro rodava.
Sentiu vidros em seu rosto, um caminhão havia batido violentamente contra si.
Se debatia horrivelmente no carro devido a falta do cinto, como pode ter sido tão imprudente?
O fusca só parou de rodar quando bateu de frente com um poste, o baque foi tão violento que a mesma foi impulsionada com tudo contra o volante batendo com brutalidade o tórax.
No mesmo instante sentiu uma dor absurda e começou a tossir sangue freneticamente, não conseguia se mexer. Tentou respirar, mas a única coisa que conseguiu foi se engasgar com o próprio sangue.
Piscou atônita chorando com a dor, as coisas estavam turvas e a falta de ar a deixava cada vez mais tonta. Tossiu expelindo mais do próprio sangue.
O gosto metálico do sangue em sua língua a fazia querer vomitar, queria se mexer, mas suas forças eram 0, fez careta, em todas as vezes que almejou a morte jamais imaginou que seria de maneira tão desagradável. Não queria morrer assim...
"Saiba que qualquer coisa que precisar, é só chamar meu nome e eu virei lhe ajudar..."
Escutou a voz de Henrique em sua cabeça, e um fio de esperança a fez tentar.
— H-henrique... — Chamou em seu último fio de voz e chorou engasgando mais ainda.
Escutou alguns gritos à sua volta, não tinha mais noção do que estava acontecendo, só via borrões e ouvia gritos que ela não podia identificar.
— Aguenta firme minha jovem, a ambulância está chegando... — Ouviu de longe a voz gentil, cuspiu sangue ao tentar falar algo.
— Será que ela aguenta?
— Ela vai aguentar sim! — A mulher acariciou o rosto de Isabelly sem mexer na mesma.
— Amor...
— O que?
Olhou o marido que olhava desesperado algo, era gasolina, estava vazando muita gasolina do carro.
— Oh céus...
— Se continuar assim o carro vai explodir, acho melhor se afastar.
— Eu não vou deixar ela aqui!
— Mas amor...
— Não! Cadê essa merda dessa ambulância que não chega?
— Ta pegando fogo... Sai dai! — O homem se desesperou puxando a mulher que o empurrou.
— Eu não vou deixar essa menina morrer aqui, me larga! — Gritou tentando abrir a porta completamente amassada. — Abre merda! Me ajuda aqui.
O homem sem ter muito o que fazer começou a puxar a porta junta a parceira.
— Alguém nos ajude! — Ela gritou desesperada tentando abrir a porta.
— Amor, é em vão! Precisamos nos afastar.
— Não! — Diz ainda tentando puxar a porra da porta em vão até que sentiu uma mão em seu ombro.
Olhou para cima vendo um rapaz alto de olhos azuis e cabelos pretos médios.
— Deixe que eu faço isso. — Disse de maneira suave e a mulher se afastou.
Henrique segurou a porta a puxando e em um só puxão a mesma saiu, olhou o estado de Isabelly vendo todos os ferimentos, olhou algo muito preocupante, se ela sobrevivesse aquilo complicaria muito as coisas. Queria curá-la, mas não podia.
A pegou com cuidado a afastando do carro, colocando-a cautelosamente no chão.
— Obrigada rapaz, muito obrigada, você é um anjo. — Disse a mulher o agradecendo e Henrique sorriu.
Olhou Isabelly sentindo seu peito se apertar, era doloroso a ver assim, mas infelizmente não poderia fazer nada.
— Me desculpe pequena... — Diz e então se afasta dali, sumindo.
Levou mais um tempo até que a ambulância finalmente chegou prestando socorro à garota que já parecia morta. A mulher que havia ligado permaneceu ao seu lado até mesmo quando ela foi levada às pressas ao hospital.
Claramente o estado dela era grave, mal sabia se a garota iria sobreviver, mas pedia a qualquer divindade possível que ela vivesse.
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Anjo Das Sombras (EM REVISÃO)
FantasiaO que você faria se seus pais fossem distantes de si e seu irmão, a pessoa que mais amava, sumisse ou morresse? Era assim que Isabelly se encontrava, sozinha e abalada. O que pouco a pouco a fez cair em uma depressão profunda, envolvendo-se em um mu...