O que você faria se seus pais fossem distantes de si e seu irmão, a pessoa que mais amava, sumisse ou morresse? Era assim que Isabelly se encontrava, sozinha e abalada. O que pouco a pouco a fez cair em uma depressão profunda, envolvendo-se em um mu...
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Suspirou pela enésima vez tirando o pó inexistente dos livros.
— Acho impossível esses livros ficarem mais limpos do que já estão.
Suspirou novamente parando de fazer o processo repetitivo e se aproximou da colega de trabalho sentada atrás do balcão de entrada.
— Algo errado Izzy?
— Não...
— Tem certeza, você não me parece bem.
Olhou a colega que tinha uma expressão de preocupação em sua face. Wendy era linda, a pele era negra e límpida, como se nunca tivesse tido uma espinha sequer na vida, os olhos amendoados tinham um tom em castanho escuro, quase pretos com cílios volumosos que os deixavam incrivelmente marcantes.
O rosto parecia de uma jovem com seus 16/17 anos, diferente dos 23 anos que ela portava, tinha o cabelo cacheado e perfeitamente arrumado em um afro, com uma presilha simples em girassol ao lado da orelha direita. Era baixa e com um corpo simples, que ela vivia reclamando por se julgar "gorda", o que discordava completamente. Wendy tinha um corpo lindo e Isabelly vivia tentando fazer ela entender isso.
A olhou com simplicidade lembrando-se de quando a conheceu. Era o primeiro dia de trabalho de Wendy e ela foi super simpática e amável consigo e com todos os clientes que chegavam até o café biblioteca, toda saltitante e sorridente, se apaixonou completamente rápido. Cada dia de trabalho que passava se pegava suspirando pela colega que sorria para si toda vez que a pegava lhe encarando descaradamente.
Infelizmente nunca teve coragem de contar a paixonite nutrida e quando criou minimamente a amiga já estava namorando e sua parceira também era linda.
— Isabelly! — Wendy gritou, a fazendo balançar a cabeça negativamente.
— O-o que foi?
— Você estava me olhando com uma cara besta aí, desligadona. — Comenta com um sorriso.
— Desculpa...
— Você não respondeu minha pergunta.
— Ah, estou bem sim.
Fez bico, frustrada, ela não estava bem. Mas como contaria pra alguém que estava incomodada porque o cara do seu sonho não dava sinal de vida a uma semana e meia?
Era loucura demais, até ela reconhecia isso, mas não conseguia deixar de ficar incomodada. Sentia saudades e isso a estava deixando com raiva. Era só a merda de um sonho!
— Caracas Izzy, é bom na lua?
— O que?
— Se tá no mundo da lua hoje, na verdade faz uns dias já. Aconteceu alguma coisa?
Olhou Wendy, a mesma transmitia um olhar de ternura.
— Bom... Talvez.
— Vamos, desabafa, você sabe que pode contar comigo.
