— R U Mine?; Arctic Monkeys
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POV Marjorie CerradoJá acordo com uma mensagem do meu capitão. Ele pergunta, com o jeito irônico e presunçoso de sempre, se eu cheguei bem em casa.
— A senhora chegou bem?
— Cheguei sim.
Obrigada pela noite.— Eu é que agradeço.
— Podemos repetir outras vezes.
— E nós vamos.
— Ótimo.
Depois de conversar com ele brevemente, me arrumo para finalmente deixar essa etapa da minha vida para trás. É estranho sair da casa onde eu comemorei todos os aniversário, onde eu vivi durante toda minha vida, onde eu chorei e sorri. Mas é necessário. Eu preciso sair daqui e crescer, mesmo que seja com um dinheiro considerado fácil.
Dizem que ser acompanhante de luxo/prostituta, é ganhar dinheiro fácil. Se vocês soubessem cada coisa estranha que temos que ver, vocês não achariam tão fácil assim. Pessoas têm seus fetiches, isso é normal, o problema é quando começa a extrapolar um pouco.
Me sento em meio as inúmeras caixas que já estão no meu apartamento, enquanto Victoria me serve uma xícara enorme de café.
— Me conta como foi o jantar. — Me entrega uma xícara que ela trouxe de casa.
— Eu... — Me sinto envergonhada em falar sobre ontem. A verdade é que eu me sinto uma menina de novo quando se trata de Nascimento. Ele ser mais velho não influência, mas o fato de sentir algo que seja mais do que atração carnal, me causa estranheza.
— Ah, qual é. A gente já transou, então trate de tirar essa vergonha de você e me conta a-go-ra. — Victoria se senta a minha frente, com as pernas cruzadas.
— Chupei ele no carro, mas na hora que íamos embora, ele recebeu um chamado... — Digo, desanimada.
— Chupou ele? E como foi? — Victoria parece mais interessada na minha história que eu mesma.
— Ai, Vic, foi bom... — Encaro o café, lembrando dos gemidos de Nascimento. — Me senti uma galinha quando ele pegou meu pescoço com uma mão só, mas até isso foi excitante....
— Ele tem o que aparenta ter...?
— Muito mais. Nossa... — Levo as mãos ao rosto, me lembrando do maldito chamado. — E aquele maldito chamado empata foda do caralho...
— Relaxa. Chama ele pra inaugurar esse apê. — Victoria ergue a xícara, me induzindo a fazer um brinde.
— Não sei, Vic... E se eu estiver querendo ele mais do que eu devia? — Beberico meu café.
— Ma, você nunca namorou por esse medo idiota. A vida tem dessas e se não for ele, tá tudo bem. — Victoria põe a xícara de lado ao se aproximar de mim.
— Mas nós não vamos namorar. Tá doida? Nascimento é maluco. — Eu namoraria ele? Bom, eu nunca namorei. Durante a adolescência, eu era feinha então ninguém me queria, quando eu comecei a fazer academia e ficar gostosa, comecei a trabalhar nessa vida, então não tinha como eu namorar alguém, mas Roberto me faz pensar na questão.
— E você também. Já ouviu falar que mais com mais é mais?
— Matemática uma hora dessas? — Gargalho.
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Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO
FanfictionNa favela onde Marjorie cresceu, há pouca expectativa de vida; ou você vira um traficante ou vira fiel de um. Ela não queria isso. Ela não queria ser usada por um traficante como troféu, então decidiu se tornar acompanhante de luxo de ricaços do Leb...