Capítulo XIII

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— R U Mine?; Arctic Monkeys

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POV Marjorie Cerrado

Já acordo com uma mensagem do meu capitão. Ele pergunta, com o jeito irônico e presunçoso de sempre, se eu cheguei bem em casa.

— A senhora chegou bem?

— Cheguei sim.
Obrigada pela noite.

— Eu é que agradeço.

— Podemos repetir outras vezes.

— E nós vamos.

— Ótimo.

Depois de conversar com ele brevemente, me arrumo para finalmente deixar essa etapa da minha vida para trás. É estranho sair da casa onde eu comemorei todos os aniversário, onde eu vivi durante toda minha vida, onde eu chorei e sorri. Mas é necessário. Eu preciso sair daqui e crescer, mesmo que seja com um dinheiro considerado fácil.

Dizem que ser acompanhante de luxo/prostituta, é ganhar dinheiro fácil. Se vocês soubessem cada coisa estranha que temos que ver, vocês não achariam tão fácil assim. Pessoas têm seus fetiches, isso é normal, o problema é quando começa a extrapolar um pouco.

Me sento em meio as inúmeras caixas que já estão no meu apartamento, enquanto Victoria me serve uma xícara enorme de café.

— Me conta como foi o jantar. — Me entrega uma xícara que ela trouxe de casa.

— Eu... — Me sinto envergonhada em falar sobre ontem. A verdade é que eu me sinto uma menina de novo quando se trata de Nascimento. Ele ser mais velho não influência, mas o fato de sentir algo que seja mais do que atração carnal, me causa estranheza.

— Ah, qual é. A gente já transou, então trate de tirar essa vergonha de você e me conta a-go-ra. — Victoria se senta a minha frente, com as pernas cruzadas.

— Chupei ele no carro, mas na hora que íamos embora, ele recebeu um chamado... — Digo, desanimada.

— Chupou ele? E como foi? — Victoria parece mais interessada na minha história que eu mesma.

— Ai, Vic, foi bom... — Encaro o café, lembrando dos gemidos de Nascimento. — Me senti uma galinha quando ele pegou meu pescoço com uma mão só, mas até isso foi excitante....

— Ele tem o que aparenta ter...?

— Muito mais. Nossa... — Levo as mãos ao rosto, me lembrando do maldito chamado. — E aquele maldito chamado empata foda do caralho...

— Relaxa. Chama ele pra inaugurar esse apê. — Victoria ergue a xícara, me induzindo a fazer um brinde.

— Não sei, Vic... E se eu estiver querendo ele mais do que eu devia? — Beberico meu café.

— Ma, você nunca namorou por esse medo idiota. A vida tem dessas e se não for ele, tá tudo bem. — Victoria põe a xícara de lado ao se aproximar de mim.

— Mas nós não vamos namorar. Tá doida? Nascimento é maluco. — Eu namoraria ele? Bom, eu nunca namorei. Durante a adolescência, eu era feinha então ninguém me queria, quando eu comecei a fazer academia e ficar gostosa, comecei a trabalhar nessa vida, então não tinha como eu namorar alguém, mas Roberto me faz pensar na questão.

— E você também. Já ouviu falar que mais com mais é mais?

— Matemática uma hora dessas? — Gargalho.

Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO Onde histórias criam vida. Descubra agora