Capítulo LXXXVII

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POV Capitão Nascimento

— Nunca serão! Jamais serão! — Nunca serão e jamais serão mesmo. Eram todos péssimos. Nenhum qualificado o suficiente para ser o próximo capitão do BOPE. Porra, bando de incompetente do caralho. Nessa altura do campeonato, tinha idiota que não conseguia sequer lembrar de colocar a porra da bandoleira. Aí é foda, amigo. O único que eu achei melhor e que eu tenho que lapidar muito é Milton. Eu espero que esse otário não me dê dor de cabeça porque eu me caso em duas semanas e a formatura é em uma semana. Eu preciso estar disponível para Marjorie em uma semana.

Ao terminar o treinamento de hoje, Milton segue com Carvalho e Renan para dentro, enquanto eu fico observando de longe. Eu não sei o que vão fazer quando eu sair, mas eu estou decidido a ir embora. Eu gosto dessa vida. Gosto mesmo. Ser rígido com os soldados e treiná-los tão bem que se tornam os melhores e mais capacitados soldados era o que me fazia muito feliz, mas agora, tudo o que eu preciso é descansar e cuidar da minha família. Cuidar de Marjorie, de William e de Rafael, é o que me faz e me fará feliz. Não nego que vou sentir muita falta disso tudo, dessa rotina de acordar e chegar de madrugada.

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Ao chegar em casa, meus olhos se enchem de lágrimas ao ver a cena mais linda. William não está no berço. Está ao lado de Marjorie, ambos dormindo como anjos. Não quero nem me aproximar pra não estragar isso.

Caminho, lentamente, para fora do quarto. Até que a voz sonolenta da minha mulher me impede de terminar o trajeto.

— Amor? — Marjorie se levanta, vindo até mim.

— Te acordei, né? — Paro exatamente onde estou, esperando Marjorie se aproximar.

— Não. — Envolvendo meu pescoço com seus braços, Marjorie apoia a cabeça no meu ombro, fechando os olhos. — Falo que Will te reconhece mas, assim que ouço seus passos, eu acordo.

— Como foi seu dia? — Afagando seus cabelos, repouso meu queixo sobre a cabeça de Marjorie, apertando contra mim.

— Cansativo. Deixei Will com meu pai para ir pra Pós e depois a babá chegou para eu ir visitar meus clientes. — Desde que Marjorie voltou a trabalhar, ela tem estado mais elétrica. Não sei se tem a ver com a sensação de estar fazendo algo para si própria, mas ela tem estado mais disposta. Ela não voltou para a defensoria, mas está trabalhando com uma agência de advogados associados. De toda forma, me sinto orgulhoso.

— E o dia do bebê?

— Ele estudou comigo. — Ela deixa uma risada nasal sair. — Acho que a primeira palavra dele vai ser “criminologia”. E o seu?

— Exaustivo. Os caras eram péssimos, amor.

— Ninguém vai ser melhor que você, Beto. — Marjorie ergue o olhar rapidamente, colando nossos lábios por um breve instante

— Mas me restou um. Eu vejo potencial nele.

— Nosso casamento é em duas semanas, amor.

— Você vai ser a noiva mais linda.

— Deixa só a Rosane ouvir isso. — Com um tapa no meu braço e uma risada gostosa, Marjorie se afasta de mim. — Quer um café?

— Quero só aproveitar que você acordou e ficar com você.

— Tome um banho que estarei esperando na sala com o jantar. — Ela coloca William no berço, ajeitando as pequenas almofadas.

— Sim, senhora. — Respondo, me direcionando ao banheiro.

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POV Marjorie Cerrado

Depois de colocar meu pinguinzinho no berço, caminho silenciosamente para a cozinha. William já está com cinco meses. Já está enorme. Senta sozinho, com apoio, mas senta. Eu sei que mãe sempre acha o seu filho o mais lindo do mundo, mas o meu filho realmente é. Ele está tão gorduchinho e os cachinhos estão crescendo. Os olhos castanhos mais lindos do mundo, iguais aos do pai.

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