— Eternamente; Gal Costa
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POV Marjorie CerradoHoje, eu e Beto completamos três meses de namoro. Parece que foi ontem que eu estava igual a uma boba perguntando a ele "o que somos?". Sorrio ao lembrar o que aconteceu depois.
Durante esses três meses, consegui ajeitar a minha vida com o estágio. É remunerado, mas não paga tão bem quanto os encontros que eu fazia, mas tudo bem porque eu não quero que nenhum outro homem me toque se não for o meu amor.
Eu e Nascimento estamos planejando viajar nas férias de Rafael, em um final de semana. Uma família linda. Porra, eu quero tanto isso. Eu preciso de um lar estável, e eu preciso disso com ele.
Mando mensagem para Nascimento, dizendo que preciso dele urgentemente no meu apartamento assim que ele sair do batalhão.
— Preciso de você
Meu apê assim que sair do batalhão
É uma intimação— Descendo do morro agora, marrenta
Vou suprir todas as suas necessidades hojeRoberto só pensa em sexo, e provavelmente ele achou que estava relacionado a sexo, e bom, também está, mas eu quero fazer uma coisa romântica. Eu não sou uma dessas mulheres delicadas e fofas. Porra, eu luto boxe e ja pratiquei muaitai. Mas com ele eu sou. Eu sou tudo de mais feminino e amável. Apenas com ele.
Arrumo a mesa de jantar, com uma rosa no centro. O jantar está coberto, e provavelmente vai esfriar até ele chegar, mas a mesa está linda assim e depois eu esquento no microondas. Vamos comer filé com legumes grelhados. Eu também sei fazer uma comida chique, tá? E eu não sei se ele gosta das minhas comidas tão pesadas, então estou experimentando coisas diferentes com ele.
A casa esta organizada, já que ele odeia minha bagunça, e não há nada além de "Eternamente" de Gal Costa, tocando baixinho, em loop. Eu adoro essa música e, com certeza, é adequada ao clima apaixonado e romântico.
Desço até a portaria para receber Beto. Está um temporal terrível, e eu sequer trouxe guarda-chuva. Meu vestido preto, de cetim, está encharcado. Meus cachos já estão totalmente úmidos, e eu estraguei tudo. Estraguei a noite com a minha ansiedade de tê-lo.
Para minha infelicidade, não dá tempo de ir me trocar porque ele já está estacionando. Saindo do carro correndo, Beto vem até mim e enrola o braço em minha cintura.
— O que está fazendo aqui fora? Vai ficar doente. — Ele tenta me puxar para dentro do prédio, mas meu corpo não se move. Eu não estraguei nada. Eu vou fazer a maior das breguices que eu adoro em filmes românticos.
— Vem. — Chamo, me direcionando ao meio da rua, sentindo cada gota de chuva na minha pele.
— Ah não... — Ele sorri, balanço a cabeça em negação.
Esse sorriso lindo que me apaixona cada dia mais.
— Por favor, Beto. Vamos ser bregas. — Gargalho, puxando ele pelas duas mãos.
Relutante, Beto me segue até o meio da rua, onde não há carro algum passando, e fica parado, igual a uma estátua.
— "Pois tudo o que é amor parece com você..." — Começo a cantar, sorrindo para ele.
Beto segue minha maluquice, segurando minha mão e me girando.
— "Você é tudo o que eu amei na vida..." — Canto, colando nossos corpos molhados.
A testa de Nascimento está colada a minha, e sua mão segura a minha, apoiada em seu peito, enquanto a outra segura minha cintura. Ele não faz nada, mas sei que está se divertindo com a situação. Não há nada além de nós dois. Não há nada além de eu e meu amor, juntinhos na chuva.
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Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO
Fiksi PenggemarNa favela onde Marjorie cresceu, há pouca expectativa de vida; ou você vira um traficante ou vira fiel de um. Ela não queria isso. Ela não queria ser usada por um traficante como troféu, então decidiu se tornar acompanhante de luxo de ricaços do Leb...