Capítulo XX

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— Eternamente; Gal Costa

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POV Marjorie Cerrado

Hoje, eu e Beto completamos três meses de namoro. Parece que foi ontem que eu estava igual a uma boba perguntando a ele "o que somos?". Sorrio ao lembrar o que aconteceu depois.

Durante esses três meses, consegui ajeitar a minha vida com o estágio. É remunerado, mas não paga tão bem quanto os encontros que eu fazia, mas tudo bem porque eu não quero que nenhum outro homem me toque se não for o meu amor.

Eu e Nascimento estamos planejando viajar nas férias de Rafael, em um final de semana. Uma família linda. Porra, eu quero tanto isso. Eu preciso de um lar estável, e eu preciso disso com ele.

Mando mensagem para Nascimento, dizendo que preciso dele urgentemente no meu apartamento assim que ele sair do batalhão.

— Preciso de você
Meu apê assim que sair do batalhão
É uma intimação

— Descendo do morro agora, marrenta
Vou suprir todas as suas necessidades hoje

Roberto só pensa em sexo, e provavelmente ele achou que estava relacionado a sexo, e bom, também está, mas eu quero fazer uma coisa romântica. Eu não sou uma dessas mulheres delicadas e fofas. Porra, eu luto boxe e ja pratiquei muaitai. Mas com ele eu sou. Eu sou tudo de mais feminino e amável. Apenas com ele.

Arrumo a mesa de jantar, com uma rosa no centro. O jantar está coberto, e provavelmente vai esfriar até ele chegar, mas a mesa está linda assim e depois eu esquento no microondas. Vamos comer filé com legumes grelhados. Eu também sei fazer uma comida chique, tá? E eu não sei se ele gosta das minhas comidas tão pesadas, então estou experimentando coisas diferentes com ele.

A casa esta organizada, já que ele odeia minha bagunça, e não há nada além de "Eternamente" de Gal Costa, tocando baixinho, em loop. Eu adoro essa música e, com certeza, é adequada ao clima apaixonado e romântico.

Desço até a portaria para receber Beto. Está um temporal terrível, e eu sequer trouxe guarda-chuva. Meu vestido preto, de cetim, está encharcado. Meus cachos já estão totalmente úmidos, e eu estraguei tudo. Estraguei a noite com a minha ansiedade de tê-lo.

Para minha infelicidade, não dá tempo de ir me trocar porque ele já está estacionando. Saindo do carro correndo, Beto vem até mim e enrola o braço em minha cintura.

— O que está fazendo aqui fora? Vai ficar doente. — Ele tenta me puxar para dentro do prédio, mas meu corpo não se move. Eu não estraguei nada. Eu vou fazer a maior das breguices que eu adoro em filmes românticos.

— Vem. — Chamo, me direcionando ao meio da rua, sentindo cada gota de chuva na minha pele.

— Ah não... — Ele sorri, balanço a cabeça em negação.

Esse sorriso lindo que me apaixona cada dia mais.

— Por favor, Beto. Vamos ser bregas. — Gargalho, puxando ele pelas duas mãos.

Relutante, Beto me segue até o meio da rua, onde não há carro algum passando, e fica parado, igual a uma estátua.

— "Pois tudo o que é amor parece com você..." — Começo a cantar, sorrindo para ele.

Beto segue minha maluquice, segurando minha mão e me girando.

— "Você é tudo o que eu amei na vida..." — Canto, colando nossos corpos molhados.

A testa de Nascimento está colada a minha, e sua mão segura a minha, apoiada em seu peito, enquanto a outra segura minha cintura. Ele não faz nada, mas sei que está se divertindo com a situação. Não há nada além de nós dois. Não há nada além de eu e meu amor, juntinhos na chuva.

Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO Onde histórias criam vida. Descubra agora