— Forever Young; Alphaville
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POV Marjorie Nascimento— Papai! — Através da babá eletrônica, ouço a voz fina e angelical do meu pequeno. Confesso que sempre achei o jeito como William chama Roberto uma coisa fofa. É, eu fiquei morrendo de ciúmes assim que a primeira palavra dele foi papai, mas ele fala com uma entonação no “i” que fica tão fofo e engraçado que esqueço todo meu ciúme.
— Você não é o preferido? Agora vá lá. — Dou um tapa na coxa nua de Roberto.
Beto logo se levanta, me dando a perfeita visão da sua bunda branca.
— Precisa ir numa praia de nudismo pegar um sol aí. — Rindo, me mexo pela cama, indo parar no lugar quente e bagunçado que era de Roberto.
— Quer que outras mulheres me vejam pelado?
— É, tem razão. Esquece. — Respondo, virando o rosto para o lado e fechando os olhos novamente.
— E você não vai levantar? — Roberto esquece de tudo o que iria fazer, vindo até mim e passando a mão, delicadamente, desde minha cervical até meu cóccix.
— Papai!!! — William repete a palavra tantas vezes que, para mim, já perdeu o sentido.
Vejo Roberto pegar a babá de cima do criado mudo, que está ao lado de nossa cama, então pego de sua mão rapidamente.
— Não fala com ele pela babá. Sabe que ele tem medo.
Roberto sorri, e sai do quarto, passando a mão pela nuca.
Eu acho até um pouco engraçado tudo o que aconteceu nesses três anos. Aliás, tudo o que aconteceu nesses anos todos, é uma loucura. Quem diria que aquela Marjorie, aquela garota que adorava se sentir desejada por todos, hoje estaria a mercê de um único homem. O único homem que tem poder para controlar todo o meu humor, toda a minha vida.
Era isso o que eu precisava. Eu nunca precisei de muito dinheiro. Eu só precisava disso.Minha pós ainda está em andamento, mas hoje é aniversário do meu filho e eu não vou me preocupar com nada além da minha família. Roberto tem se dedicado, cada vez mais, à Rafael. Ele vive dizendo que Fraga estragou o menino e ele está aqui pra consertar. O que é uma idiotice, mas ele ama o menino. Ele tem sido um ótimo pai e um ótimo sogro também. Eu nem preciso dizer o quão maravilhoso ele está sendo como marido.
Me levanto, vestindo minha roupa que está jogada aos quatro cantos do quarto, e sigo para fora do cômodo.
— Papai!!! — Ao ver meu pinguinzinho, começo a imita-lo quando chama o pai, provocando ele.
— Mamãe, pale. — Com a voz mais gostosa do mundo, e a cara emburrada mais fofa, William fala. Não deveria, mas adoro os erros de português dele. E quando ele fala “já vai”, com a voz aguda e tudo embolado? Ai, é o meu fim. Me dá vontade de morder essa bolinha.
— Que pare o quê. — Irritando William, suspendo ele pelos braços, trazendo sua barriguinha até meu nariz e fazendo cócegas. — Cadê a benção? — O coloco em meu braço, o segurando com um braço só, e estendo a outra mão.
— A bença’, mamãe. — Estendendo um pouco a mão, William né encara, passando a outra mão pelo nariz.
— Deus abençoe. — Tomo a mão gordinha do meu filho para mim, apertando com delicadeza. — Quem é o pinguinzinho da mamãe que está fazendo três aninhos? — Começo a fazer cócegas no pescoço de William com meu nariz.
Ouvindo a risada gostosa do meu bebê, caminho em direção a mesa posta, que Roberto colocou.
— Homem prendado. Eu gosto assim. — Sussurrando no ouvido de Roberto, dou um tapa em sua bunda coberta pela bermuda.
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Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO
FanfictionNa favela onde Marjorie cresceu, há pouca expectativa de vida; ou você vira um traficante ou vira fiel de um. Ela não queria isso. Ela não queria ser usada por um traficante como troféu, então decidiu se tornar acompanhante de luxo de ricaços do Leb...