Capítulo LXXXI

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POV Marjorie Cerrado

Vejo Roberto colocar meu pinguinzinho na banheira, dando patinhos de borracha pra ele. Ele sequer brinca com isso, mas Roberto adora vê-lo sorrir para os patinhos.

Beto é bom nisso. Ele não cuidou de Rafael quando era um bebê, mas ele está tendo essa oportunidade agora. Eu amo Rafa também, sabe? Tenho ele como um filho e sempre me peguei preocupada se Rafa não ficaria com ciúmes ou algo do tipo, mas não. Rafa adora quando a mãe deixa ele vir pra cá.

Moramos relativamente perto da casa de Rosane, já que Beto queria ficar perto do filho, então Rafael fica pela tarde comigo, enquanto a mãe dele trabalha, e a noite, Rosane vem buscá-lo. Funcionamos muito bem nesse esquema. Só que seria adequado uma casa maior, mas isso vai ter que esperar.

Nessa última semana, saí do trabalho. Não, eu não quero falar e sequer discorrer sobre. Como minha psicóloga ordenou: preciso levar a vida adiante, não necessariamente fingindo que o passado não aconteceu, mas tentando não voltar nele o tempo todo. E é isso o que estou fazendo. O foda é que fico refém de Roberto por esses tempos, mas não vou ficar assim por muito tempo, afinal, eu preciso dar um jeito na vida.

Nesse pouco tempo como  esposa troféu, pensei que me sentiria mal, me sentiria usada, mas Beto faz questão de não me causar estranheza com isso tudo porque, querendo ou não, isso tudo é tão novo pra mim e pra ele não é. Ele já teve filho, já cuidou da esposa, já foi casado.... Tudo o que eu faço com ele pela primeira vez, ele já fez com outra. Não é como se isso fosse ruim, mas não deixa de ser estranho pra mim.

— O que está fazendo? — Roberto nota minha presença, e então sorri. Ele toca o bebê com delicadeza, e tudo o que ele faz é extremamente calmo e sem pressa. Ele aproveita esse momento, e está certo porque o tempo passa muito rápido e quando a gente vê, eles já estão grandes e te chamando de velho.

— Estou admirando meu rapazinho lindo. — Respondo, com um sorriso largo no rosto.

— Qual dos dois? — Enrolando o bebê na toalha, Beto se aproxima de mim.

— Engraçadinho. — Respondo, antes de beija-lo. Nosso beijo demora mais que o esperado, e então sorrio. — Precisamos muito conversar.

— Não é conversar o que eu quero. — Levando nosso bebê para o quarto, Beto responde.

— Estou com saudades. — Enquanto Beto coloca a fralda no nosso bebê, colo nossos corpos, o abraçando por trás.

— Pode ter certeza que eu também. — Reagindo a minha ação, Beto acaricia minha mão, que se une em seu abdômen.

— Temos um bebê agora. — Levo minha boca até a pele de suas costas descoberta, depositando beijos por toda a área. — E Rafael e Luana estão aqui em casa.

— A gente expulsa eles. — Desviando a atenção do bebê por um instante, Roberto se vira para mim, segurando minha cintura.

— Roberto! — Gargalho, dando um selinho nele e me desprendendo de seus braços. Pego meu William no colo, pronta para amamentar ele.

— Você tá cheirosa. — Invertendo nossas posições, Roberto prende minha cintura com as mãos, pressionando meu quadril contra o seu. — E ficou mais gostosa sendo mãe.

— Nosso filho está com fome. — Me desvencilho dele ao ouvir William chorar. — Já vai, bebê. — Sussurrando, colo meu nariz com o de William, tentando o acalmar.

— Eu vou precisar sair mais tarde. Tem algum problema? — Enquanto me ajeito pra alimentar William, Beto se senta na cama, observando cada movimento meu.

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