- Ultraviolence; Lana del Rey
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POV Marjorie CerradoNascimento me analisa de cima a baixo. Onde está Dedé? Penso em perguntar, mas me lembro que ele não sabe que conheço Mathias e acho que agora não seria o momento exato para falar.
Da primeira vez que Nascimento me viu, eu estava radiante. Eu estava linda de vestido vermelho e cabelos deslizando pelos meus ombros e pelas minhas costas, mas agora eu estou tão... Maltrapilha. Vestindo um short jeans, uma blusinha verde e o cabelo amarrado em um coque. Não é como se ele estivesse me julgando, mas ele está notando a enorme diferença.
Minha roupa não parece incomodá-lo, mas o fato de eu ter abraçado ele - mesmo que por um breve momento - sim. Ele me olha com um olhar mortal. Eu preferia não ter que vê-lo.
Nascimento me segura pelo braço, colocando a arma de lado. Ele me prensa contra a parede, colocando o dedo na minha cara.
- Falar comigo daquele jeito pelo celular é fácil. Fala olhando na minha cara, sua piranha. - Sua respiração está pesada, ofegante. Isso tudo é ódio de mim? Ódio por eu ter falado daquele jeito do catarrento do filho dele? Pois bem, se é o que ele quer, é o que ele vai ter.
- Se seu filho se aproximar da minha irmã, nem o comandante da polícia vai poder ajudá-lo. - Sussurro, desafiando ele.
Quando me disseram que remédio pra doido é um doido e meio, eu acreditei. Mas acho que nesse caso, o Nascimento é pior que três doidos juntos. Achei que ele não faria nada, ficaria surpreso com a minha audácia e sei lá, iria embora espraguejando, mas, para minha surpresa, a mão dele toma todo meu pescoço, apertando com força.
Porra, vai me matar?
Sinto o ar ser cortado de minha garganta por um tempo, mas não mudo minha expressão. Se ele está tentando me amedrontar, ele pode desistir. É óbvio que ele não vai me matar.... Né?
- Nunca mais toque no nome do meu filho, sua vagabunda. - Sua mão sobre um pouco mais, pressionando meu maxilar, me induzindo a olha-lo nos olhos. - Você me entendeu?
Dou um sorriso de canto, tentando tirar ainda mais a paciência dele. Eu não vou abaixar a cabeça pra ninguém, muito menos pra um policialzinho que se acha o tal.
- Esse é o meu plano. - Respondo com dificuldade graças a sua enorme mão apertando meu maxilar.
Ele solta meu rosto com agressividade, e segue para fora do imóvel. Maria me encara confusa, com medo. Eu até tentaria explicar a ela, mas ela é a última pessoa que vai me entender. Preciso ver Victoria. Ela vai entender as loucuras da minha cabeça.
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POV Capitão NascimentoO rosto dela está preso na minha mente. O jeito como sorriu me desafiando, como ousou repetir aquelas palavras na minha cara. Porra, ela me tira do sério. Eu sei que ela não vai fazer nada contra Rafael, mas eu sinto uma fúria imensa dentro de mim só de imaginar algo acontecendo com ele e perco a razão. Na hora, não vi Marjorie; a garota bonita e sexy, vi uma ameaça ao meu filho. E entre qualquer coisa no mundo, eu vou escolhe-lo sempre. Mesmo que eu tenha que machucar outras pessoas.
Quando Mathias chegou a minha sala, pedindo permissão para levar uma tropa ao Morro dos Prazeres, eu fiquei confuso. Ele me explicou que ainda trabalhava na ONG, coisa que eu acho uma burrice descabida mas não posso opinar na vida pessoal dele, e que o Baiano havia descoberto e estava ameaçando todo mundo. Eu pensei que podíamos pegar ele ali, hoje. Estamos tentando pegar ele há meses, e hoje seria o momento perfeito, mas não foi. Ele não estava lá. Eu decidi ir até lá apenas para pegá-lo mas ele já havia ido embora.
Quando fui recebido por um abraço, eu ia apertar o gatilho. Caralho, aquela garota é doida? Ela pulou em mim por um breve momento sabendo que eu poderia estar com uma arma. Que imprudência do caralho. Viu só? Como não se irritar com alguém assim?
Não pude conter a minha raiva quando a vi. Lembrei da ousadia dela em falar do meu filho e acabei atacando ela. Porra, a imagem do rosto dela com a marca dos meus dedos em sua pele, mesmo que por um breve momento, me chateia. Fico com raiva de mim mesmo por ter a machucado. Mas eu prefiro machucar ela do que ela machucar meu filho. E se isso serviu para ela ficar longe, então não preciso me odiar tanto.
Não acredito que o BOPE subiu um morro e não está trazendo uma alma consigo. É, no meu tempo de início, a gente só aparecia pra matar. Hoje em dia, até se um gato sobre no telhado, esses putos chamam a gente. O BOPE já teve mais credibilidade. Ninguém mais tem medo da gente e isso é ruim.
Voltando ao batalhão, penso em falar com o Coronel para coordenar o próximo curso de Operações Especiais.
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A ideia foi bem aceita pelo Coronel, tanto que estamos iniciando agora uma reunião para discutirmos quem iremos convocar. Renan se senta a minha frente, e não consigo conter um riso e um comentário maldoso sobre algo extremamente nojento em seu olho.
- Porra, o que é isso aí, cara? - Cerro os olhos, deixando um rápido sorriso surgir em meus lábios.
- Isso é conjuntivite. - Ele responde, entendendo o teor de brincadeira de minha fala, enquanto coloca um óculos escuro a mando do coronel.
- Po, que negócio feio da porra. - Faço uma careta breve, antes de prosseguir e falar com o coronel. - Coronel, vou coordenar o melhor curso da história das operações especiais. - Ele acena com a cabeça, em concordância comigo e me entrega a folha com nomes de candidatos. - Esse 01 aqui? - Pergunto, procurando nos rostos de meus companheiros aprovação ou desaprovação.
- Esse tá na lista do jogo do bicho. - Algum deles comenta.
- Opa, começamos bem... Vai virar estatística. - Risco o nome de 01 da lista, o deixando marcado para que eu me lembre bem dele.
- Esse daqui era da minha turma. Ele subornava pessoas pra fazer coisas pra ele... - Ouço 06 comentar da ponta da mesa.
- Vai virar chiclete de caveira. - Marco mais um nome na extensa lista de corruptos e homens inexperientes. Nunca serão. Eu só vou parar quando encontrar um homem que possa ser lapidado o suficiente para tornar o BOPE temido novamente.
- Renan, ta vendo alguma coisa aí, meu filho? - O coronel pergunta, me tirando de meus pensamentos e me fazendo rir.
- Tá parecendo uma coruja, o Batman.... - Comento, voltando a olhar para Renan.
- Olha, eu vou logo avisar. Eu não quero saber de tímpano perfurado em aula inaugural, eu não quero saber de mão cortada. Estamos entendidos? - O coronel encara um por um dos homens que estão aqui.
- Mas o negócio da mão do aluno foi acidente. O aluno segurou na lâmina, o instrutor puxou e cortou a mão do aluno. - Comento, lembrando do caso. Talvez o instrutor tenha feito de propósito, mas vamos fingir que não.
Se forem incompetentes, eles terão bem mais do que apenas uma mão cortada e um tímpano perfurado, mas eu prefiro não comentar sobre isso.
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Oi, docinhos. Tudo bem?
Eu achei esse capítulo um babado, por isso ele é meu favorito até agora kkkk puro suco do capitão putifero.
Bom, vocês têm alguma sugestão? Levarei tudo em consideração.
⚠️Para melhor experiência, escute a música enquanto lê. Eu juro, é outra sensação.⚠️
Nos vemos em breve.
- Milésima esposa do Capitão Nascimento 💋
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Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO
Fiksi PenggemarNa favela onde Marjorie cresceu, há pouca expectativa de vida; ou você vira um traficante ou vira fiel de um. Ela não queria isso. Ela não queria ser usada por um traficante como troféu, então decidiu se tornar acompanhante de luxo de ricaços do Leb...