- Trash magic; Lana del Rey
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POV Capitão Nascimento
O seu caminhar é evidenciado pelo barulho do salto preto no chão. Sua bunda fica bem centralizada na vista da minha janela. Queria ter deixado ela ficar. Deveria ter comido ela aqui mesmo, mas agora já foi. É só uma garota.Dou a volta com meu carro, seguindo em direção a minha casa. Estou exausto, excitado e irritado. A mãe daquele maldito fogueteiro veio atrás de mim e agora não sai da minha cabeça. Eu sou pai e eu entendo a dor que é se preocupar com o filho o tempo inteiro, mas o moleque virou vagabundo porque quis. Ninguém coloca uma arma na cabeça de ninguém pra entrar pro crime, então a culpa não foi minha se o moleque morreu. Eu sabia que eles não iam perdoar o menino e deixei ele lá. Porra, eu não posso me sentir assim. Empatia por vagabundo, Roberto? É sério isso, seu merda?
Enraivado, bato a porta do carro atrás de mim. Desde que virei pai, desde o dia em que Rosane me disse que estava grávida até hoje, meus sentimentos se misturam. Eu conseguia separar o Roberto do Capitão Nascimento, mas agora eu não consigo. Até porque se o Capitão Nascimento morrer, o Roberto também morre. Eu não posso deixar meu filho sozinho e esse medo me faz fraco. Eu imagino o que a mãe daquele desgraçado daquele fogueteiro deve estar sentindo e isso me faz fraco. E eu não sou fraco. Porra, eu não sou.
Respiro fundo antes de entrar na casa, vendo a babá de Rafael sentada no sofá, dormindo.
- Acorda, minha filha. Vai pra casa. - Me aproximo dela, enquanto falo com a voz grave e firme.
A garota se levanta, pegando as coisas que estavam em uma bolsa de feira e saindo. Esses jovens têm um estilo esquisito. Quem usa bolsa de feira como mochila?
Sigo para o quarto de Rafael, observando meu garoto dormir. Os cachos dele estão jogados em seu rosto, então me aproximo para tirá-los. Ele dorme tão tranquilamente...
Admirando meu filho, flashbacks do que eu fiz com aquele fogueteiro vem a minha mente. Porra, não. Aqui na minha casa não. Eu não posso trazer essas coisas pra casa. Não posso.
Me deito atrás de Rafael, sem tirar a roupa que estava vestido, e o abraço. Semana que vem a mãe dele volta de Brasília e eu não vou ter mais esse momento. Que vida de merda.
O cheiro do perfume de Rafael entra em meu nariz. Imagino se a mãe daquele fogueteiro teve algum momento desse com ele. Penso se ela colocou ele pra dormir como eu fiz com Rafael. Cacete, eu tô tentando o meu máximo...Vou ao banheiro do meu quarto em disparado, e pego uns comprimidos que a psicóloga me indicou. Eu não ia continuar tomando, eu não precisava disso. Eu não preciso. Mas hoje eu vou querer. Beber não adiantou, mas aquela desgraçada sim. Eu deveria ter deixado ela ficar pra ver se assim eu conseguia esquecer aquele garoto e essa culpa infernal que eu estou sentindo.
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Meu celular está vibrando ao meu lado. Apalpo o estofado do sofá do escritório ao meu lado, procurando pelo celular. Finalmente o pego e levo em direção aos meus olhos. O que a escola de Rafael quer me ligando? Será que invadiram a escola? Ele passou mal? Alguém tentou fazer algo com ele?
Atendo o celular apressadamente, ouvindo a diretora falando sobre Rafael. Solto um suspiro aliviado ao ouvir que Rafael e uns amigos estavam importunando uma garota, xingando ela. Achei que poderia ser coisa bem mais seria, então suspiro novamente e sorrio.Parece que a diretora não gostou do meu suspiro, porque o tom de voz dela é firme.
- Está achando engraçado, senhor? Preciso que venha ao colégio ainda hoje.
- Olha só, dona, eu sou policial e não posso sair do meu trabalho pra resolver briguinha de criança. - Reviro os olhos, ouvindo a mulher encher meu ouvido de baboseira.
- Mas o senhor precisa vir. Se não vier, terei que dar uma suspensão ao seu filho.
- Se eu for, a senhora vai subir o morro se tiver algum chamado? Não? Foi o que eu pensei.
- A escolha é sua, senhor Nascimento. - Ela desligou na minha cara? Desocupada do caralho.
Aviso ao coronel que precisarei sair para almoçar mais cedo porque preciso buscar meu filho e saio em disparado, com raiva, para o carro.
Em questão de quinze minutos, já estou na porta do colégio, seguindo em direção a sala da diretora. Penso em bater na porta, mas assim que chego, a porta se abre instantaneamente. Minha surpresa é explícita ao ver Marjorie parada a minha frente. Ela está tão surpresa quanto eu.
- O que faz aqui? - Pergunto, dando um passo para dentro da sala.
- Vocês se conhecem? - A diretora se levanta da cadeira, vindo em direção a porta.
Rafael está sentado na cadeira a frente da mesa, e uma menina está sentada na cadeira ao lado dele.
- De vista. - Marjorie comenta, indo até a garota. - Você é pai dele?
- Sim. - Ainda tô confuso. Ela é a garota que Rafael estava perturbando? E o que Marjorie tem a ver com isso? Ela trabalha aqui? Ela é mãe da garota?
- Ensine o seu filho a se comportar, ou eu vou ter que ensinar. - Ela não está com a mesma feição de ontem. Seu rosto expressa raiva, frieza. Nem parece que ontem estava quase implorando para que eu comesse ela.
Não consigo nem sequer reagir ao que ela disse antes que ela saísse pela porta, furiosa, puxando a menina pela mão. Ela ameaçou o meu filho? Ela é gostosa mas é burra pra caralho.
- O que tu fez, moleque? - Me aproximo de Rafael, vendo ele brincar com os dedos, envergonhado.
- Eu... Os meninos estavam dizendo que ela era favelada e que o pai dela era bandido e eu só fui perguntar a ela se era verdade. - É notável que Rafael não fez de propósito. Ele está com vergonha e é óbvio que Rafael não faria piada com isso porque ele tem a influência do idiota do Fraga, infelizmente.
- Ele não fez de propósito, dona. - Contenho a raiva que estou sentindo por essa vagabunda desocupada e continuo. - Mas não vai se repetir. Rafael vai ficar longe daquela menina. - Minha fala já não é mais direcionada a diretora, mas para Rafael. Ele entende que o que fez mas eu não quero meu filho perto daquela garota nem da irmã doida dela. Ela chegou ameaçou o menino e foi embora, sem nem perguntar o que realmente aconteceu. Ela que me aguarde. Provavelmente o número dela está no grupo dos pais e eu vou deixar bem claro para ela que não se deve ameaçar o filho de um policial.
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Olá, docinhos. Tudo bem?
Estou ansiosa para que leiam os próximos capítulos porque eu, modesta parte, adorei eles.
Não esqueçam de me dizer o que estão achando, tá?⚠️Para melhor experiência, escute a música enquanto lê. Eu juro, é outra sensação.⚠️
Nos vemos em breve.
- Milésima esposa do Capitão Nascimento 💋
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Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO
FanficNa favela onde Marjorie cresceu, há pouca expectativa de vida; ou você vira um traficante ou vira fiel de um. Ela não queria isso. Ela não queria ser usada por um traficante como troféu, então decidiu se tornar acompanhante de luxo de ricaços do Leb...