Capítulo LXIII

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POV Capitão Nascimento

Marjorie está bem em casa. Me certifiquei disso. Eu tô puto pra caralho porque minha cabeça me confunde. Eu sou um cara centrado, porra. Eu sei o que eu tenho que fazer e sei quais são meus ideais. O foda é que ela acaba com tudo isso. Eu sei que ela foi uma vagabunda mas toda vez que eu lembro dela comigo, sentando em mim, cuidando de mim... Porra, parceiro, minha mente me fode.

Abro a geladeira, pegando água. Tudo me lembra aquela cachorra. Lembrar dela de calcinha, com a minha blusa, andando pela casa me deixa doido. Lembrar dela aninhada no meu corpo enquanto assistia às porcarias que ela gosta me deixa puto pra caralho. Eu preferia não saber dessa merda. Eu preferia não saber porque agora não consigo perdoar ela e não consigo me perdoar por estar tratando ela assim, mesmo que ela mereça.

Me tirando da melancolia da solidão, meu celular vibra encima da mesa. Pego rapidamente, com medo de ser Marjorie outra vez, e então dou de cara com um convite de Diógenes. Daqui a uma semana ele vai dar um jantar de aniversário. Por que ele está me convidando?

Desde que ele me deu aquele soco, nós não conversamos. Na verdade, nem nos vimos muito pelo batalhão. Eu sei que ele está lá, mas é como se estivesse se escondendo ou algo do tipo. E que se foda também. Eu é que não vou nessa merda.

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POV Marjorie Cerrado

— É a oportunidade perfeita pra você achar alguma coisa, amiga. — Ludmilla me encara, segurando meu celular nas mãos.

— Mas o que eu vou procurar? Eu não sei o que pode servir como prova de algum crime. — Tomo o celular de sua mão com rapidez.

— Você só precisa pegar o que achar de estranho. Vai servir pro investigador.

— Lud, eu só vou fazer isso e vou ficar em paz. Não me mete mais nisso. — seguimos adentrando a garagem do prédio.

— Está bem, amiga. Eu prometo. — Soltando um beijo rápido, Lud segue até seu carro e eu vou para o meu.

É isso. Vou ajudar Ludmilla com esse problema e vou embora. Vou pra Niterói, construir uma vida diferente lá. Quando a Roberto, ele verá a criança aos fins de semana como todo pai normal. Se bem que ele não é um pai normal.

Ah não. Mas eu não tenho um dia de paz, meu Deus. Bateram no meu carro. Olha só, essa merda tá amassada.

— Puta que pariu hein... — Resmungo comigo mesma.

— Eu pago o conserto. — Ouço uma voz surgir atrás de mim.

— E você é...?

— O cara que bateu no seu carro. Desculpa, linda, não consegui frear a tempo.

— Está tudo bem. — Não está nada bem e não sei se consigo esconder meu descontentamento. É óbvio que eu tô puta pra caralho porque amassaram meu carro, mas esse coitado não deve ter feito de propósito.

— Eu faço questão de pagar. Só me dá seu número, tá?

— Está bem. Anota aí e depois conversamos sobre. — Respiro fundo, dando-me por vencida.

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Assim que chego em casa, tomo meus remédios e me jogo no sofá. Estou exausta. Meu trabalho é fácil quando comparado com outros, mas não deixa de ser cansativo.

Mexendo no celular, recebo mensagem de um número desconhecido. Cerro os olhos, vendo a notificação da mensagem. É o cara que bateu no meu carro.

Eu pensei em não responder, mas ele vai pagar o conserto da minha lataria então...

— É a linda do estacionamento da Defensoria ou ela me passou o número errado?

— Vou levar o carro na oficina amanhã de manhã e a tarde te mando mensagem.

— Certo, linda.

— Marjorie.
Meu nome

— O meu é Felipe, linda
Te vejo amanhã no estacionamento

Não respondo. Eu conheço a maioria das pessoas que trabalham naquele prédio. Seria ele um cara novo? Ou um cliente?

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POV Capitão Nascimento

Eu vim terminar essa história hoje. Fernanda não cumpriu a missão dela. Ela não podia ter morrido. Mas eu vim terminar essa porra hoje e eu só saio daqui com a localização da porra das armas.

— Eu tenho a noite inteira, filho. — Com meus braços cruzados, me apoio na parede em frente a janela. Daqui da pra ver todo o morro.

— Eu juro que não sei, chefe. O Figueira não disse de onde vinha essa porra.

— Tá de má vontade esse filho da puta. — Neto se aproxima do moleque.

— Eu não sei. Eu juro que não sei.

— Filho, eu nao quero machucar você. Eu não quero que você saia daqui machucado.

— Eu só sei que veio um gringo com o Major.

— Quem é esse Major? — Me abaixo, arregaçando as mangas. — Meu filho, você só sai daqui quando me falar quem é esse Major e se você não cooperar, você vai rezar pra morrer nas mãos dos traficantes.

— Eu não posso, chefe...

— Ah claro que pode...

— Eles vão me matar.

— E você acha que a gente vai fazer o quê com você? Você escolhe se vai ser enterrado como indigente ou se vai dar a chance da sua mãe te enterrar. — Cruzo os braços, encarando o moleque.

— É o Major Camargo...

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Olá, docinhos. Tudo bem?

Hoje o capítulo foi mais curtinho porque estive sem ideias pra ele e estive sem tempo mas hoje de madrugada vou escrever, tá?

Publicando mais cedo porque vou sair mais cedo hoje

Quando voltar da faculdade respondo todos. Amo vcs

⚠️Para melhor experiência, escute a música enquanto lê. Eu juro, é outra sensação.⚠️

Nos vemos em breve.

         — Milésima esposa do Capitão Nascimento 💋

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