Capítulo XXVIII

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- Moth a Flame; The Weeknd

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POV Capitão Nascimento

Quando eu e Rosane nos divorciamos, Neto e Mathias foram meu amigos. Me apoiaram pra caralho e me ajudaram a superar. Não posso acreditar que o imbecil do Neto tenha comido a minha mulher.

- 06, precisamos conversar. - Grito, chamando por Neto.

Ele vem sorrindo, marchando em minha direção.
Seguindo para distante da tropa, num lugar mais afastado, espero Neto se aproximar e o puxo pelo colarinho da camisa.

- Você me traiu, seu filho da puta.

- Do que está falando?

- Fudeu minha mulher, caralho. Você tem merda na cabeça? - Aperto mais o tecido em minhas mãos. Estou me controlando pra não esmurrar a cara dele aqui e agora.

- Ela não é mais sua mulher. Achei que não teria problema.

- "Não teria problema"? Porra, Neto. Você fez a única coisa que não podia fazer, caralho. - Solto Neto com força, fazendo seu corpo se chocar com a parede atrás dele.

- Com todo respeito, o senhor não pode dizer com quem eu ou Marjorie vamos transar.

- Você é traidor. É um desgraçado. - Aponto o indicador na direção de Neto.

- Mas você não está com a Fernanda?

- Que se foda ela. Você comeu a minha mulher, seu otário.

- Você vai acabar com a nossa amizade por causa de uma mulher?

- Não é qualquer mulher. E você estragou a nossa amizade quando enfiou esse seu pau nela. - Volto a segura-lo pleo colarinho, aproximando meu rosto do dele.

- Qual é, capitão.

- Fica longe dela, ou além de perder um amigo você vai perder a vida. - Dou um tapa nele, e coloco o indicador próximo ao seu rosto. - Tá avisado.

Suspirando de ódio, me afasto de Neto. Porra, é óbvio que eu não vou acabar com a nossa amizade, mas eu preciso de um tempo pra não meter a porrada nele. Ele sabia que Marjorie tinha terminado comigo e que eu ainda sou louco por ela, mas resolveu foder com ela do mesmo jeito. Minha vontade é de voltar lá e puxar Marjorie pelos cabelos e comer ela na frente de Neto.

Que mulherzinha difícil. Seria tudo mais fácil se ela me ouvisse. Fernanda não falaria com ela a pedido meu, mas eu preciso de alguma coisa que a faça acreditar que eu não traí ela. Porra, eu não beijei Fernanda naquela noite.

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POV Marjorie Cerrado

Deitada no peito de Pedro, ouço o coração dele bater. Ele está dormindo tranquilo. É até fofo vê-lo assim. Me faz lembrar do energúmeno do Roberto.

O foda é que eu sinto saudade dele. Saudade daquela voz, daqueles sussurros, daqueles gemidos deliciosos, que só Deus sabe as reações que causavam em mim...

Discretamente, levanto da cama e vou até minha bolsa. Com o celular do escritório, disco o número de Nascimento, enquanto sigo para minha sala. Já fiz isso algumas vezes e deveria parar com isso. Essa vai ser a última vez. Eu juro.
Ele demora a atender, mas a voz parece calma, tranquila. O que ele está fazendo? Será que está com ela?

- Alô? - Ele finalmente responde.

Eu não sei descrever o que eu sinto ao ouvir a voz dele assim. Hoje quase nos beijamos e eu adoraria que isso tivesse acontecido. Não deveria, mas sinto saudade dele. Saudade dele implicando com a minha roupa, me agarrando nos mais inoportunos momentos, me ajudando a estudar... Eu sinto saudade dos planos que fazíamos a noite, em como passaríamos as férias com Rafael e que nos casaríamos na primavera porque é a minha estação favorita e tudo fica mais bonito.

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