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POV Marjorie CerradoÀs dez, espero ansiosamente pelo momento em que irei pra casa e vou almoçar com meu Beto. Ainda não me acostumei com a ideia de morar junto. É estranho ter alguém o tempo inteiro ali, sabe? Mas não é algo necessariamente ruim. Eu gosto. Ele julga meus livros e minhas músicas internacionais e eu julgo tudo o que ele faz o tempo inteiro. Acho que nossa linguagem de amor é a implicância.
Ludmilla entra na sala, com uma velocidade fora do costume. Fechando a porta ao lado dela, ela se aproxima de mim.
- O que houve, Lud? O que aconteceu?
- Sabe o lugar onde a sua amiga trabalha?
- No puteiro?
- É é... - Ela respira fundo, se sentando ao meu lado. - Diógenes é sócio de lá. Bom, pelo menos é o que uma mulher disse.
- O quê?
- Tô te dizendo. O investigador tem algumas informantes e uma delas disse que ele e seu ex chefe são sócios em inúmeros negócios sujos. Vamos prender ele, Ma.
- Como ele foi tão descuidado? Que homem burro. - Gargalho, dando as mãos para Ludmilla.
Eu não sei o que aconteceu no passado entre a minha mentora e aquele velho carrancudo, mas sei que ele é a única pessoa que a amedronta. Eu sinto que esse velho ainda vai me dar muita dor de cabeça.
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- Você só pode estar louco. Meu amor, você está com febre? Me deixe ver. - Ironicamente, coloco a mão na testa de Nascimento, medindo a sua temperatura.
- É sério. Por que não dar uma chance a ele? - Com os braços apoiados na mesa, Beto fala entre uma garfada e outra.
- Porque ele me chamou de vagabunda e ameaçou minha chefe/amiga. - Deixo o garfo cair no prato, incrédula com a pergunta de Nascimento.
- Ele só quer falar com você sobre doações para a ONG.
- Ele que fale com Mathias. Fora que eu não estou indo ao morro e você sabe disso. - Volto a comer.
- Por favor, Marjorie.
- Mas por que você quer ir a esse jantar, pelo amor de Deus? Você mesmo estava me defendendo um dia desses.
- Ele não vai tentar nada contra você. Eu prometo.
Por um lado, a ideia de ter aquele homem na próximo a mim, entrar no mundo dele, comer da comida dele e estar inclusa, de certa forma, na intimidade dele, me assusta e até me enfurece. Não quero ele perto de mim, mesmo sendo amigo de Beto.
Por outro lado, eu posso inverter os papéis. Eu vou estar na casa do (mal)dito cujo e vou estar na posição de invasora. Eu posso ir a casa dele e posso descobrir mais coisas e assim ajudar Ludmilla. É isso.
- Está bem. Mas eu aposto que esse negócio de doação é só uma fachada para outras intenções.
- Vou avisar a ele que aceitou, madame. - Sorrindo, Beto pega o celular e começa a digitar.
Eu não sei o que ele quer comigo mas eu aposto que está relacionado a Ludmilla. Eu queria perguntar a ela qual a relação dos dois, o que aconteceu no passado, mas ela não irá me contar. Eu sei que não vai. A vida dela é um livro aberto para mim e se quisesse me contar, já teria dito bem antes da audiência.
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A noite, meu copo está coberto por um vestido branco, curto. *roupa na mídia*
- Cadê? - Beto pergunta, cruzando os braços e me encarando quando apareço, finalmente, na sala.
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Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO
Fiksi PenggemarNa favela onde Marjorie cresceu, há pouca expectativa de vida; ou você vira um traficante ou vira fiel de um. Ela não queria isso. Ela não queria ser usada por um traficante como troféu, então decidiu se tornar acompanhante de luxo de ricaços do Leb...