Capítulo XXIX

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- Breakin' Dishes; Rihanna

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POV Marjorie Cerrado

Em passos lentos, atrás de Ludmila, sigo para dentro do tribunal. Ao entrar pela porta, nossa cliente, mãe do menino que o Major assassinou a sangue frio e cruelmente, estremece. Ela está vacilando e será péssimo se ela se sentir coagida pela presença do Major.

Nascimento está parado, apenas assistindo todo o espetáculo e apoiando ao superior e amigo. Pra sorte dele, ele estava com Rafael quando isso tudo aconteceu, então ele e meus meninos não estão envolvidos nessa merda toda, mas eles não deixam de ser cruéis e estão suscetíveis a serem processados por famílias que criarem coragem, porque isso pode realmente acontecer.

Eu e Ludmila cumprimentamos o juiz, que é conhecido de Ludmila há muitos anos, e nos voltamos aos nossos lugares. Eu não ligo tanto para Nascimento, mas estou feliz que ele esteja nesse momento importante pra mim, afinal, é a primeira vez que estou realmente trabalhando, mesmo não sendo a principal.

Dado início ao julgamento, nós, da acusação, começamos a apresentar as provas e pedir o afastamento e até encarceramento do Major.

Ludmila está ereta, arrogante e prepotente. Coisa que nunca havia visto nela. Ela está focada e é por isso que eu a admiro. Eu, no entanto, ainda preciso aprender muito e por isso sou alvo fácil para o ódio do Major. Ele me encara como se quisesse me matar, e talvez ele faça isso, já que é um sanguinário frívolo.

A defesa começa a contra argumentar, tentando acabar com nossos argumentos, mas eles têm bastante dificuldade com isso. Nós temos provas concretas e um corpo enterrado... O que eles têm? Nada além de "eu juro que foi troca de tiro, Meritíssimo ." Sinto até vontade de rir.

Chamamos a primeira, de três testemunhas, para falar. É um faxineiro que estava trabalhando na casa ao lado da casa da vítima, e viu tudo o que aconteceu. Segundo ele, o major atirou primeiramente no pé do garoto porque ele não queria falar algo, alegando que sabia dos próprios direitos, só que começou a esquentar o clima e o Major acabou assassinando o menino. Ao menos, foi o que esses desgraçado havia nos dito. Agora, a história é outra. Tudo o que ele viu foi o menino, uma criança de quinze anos, sacando uma pistola. Que pistola? Onde estava essa pistola quando pegaram o corpo dele? Onde está essa pistola agora? Isso não faz sentido.

Apenas movo meus olhos, analisando o major com a visão periférica. Ele está satisfeito... Puta que pariu, não. Não. Não. Não. Não.

- A gente vai perder... As testemunhas estão compradas. - Sussurro para Ludmila.

Ela não me responde e apenas continua de queixo erguido. A mãe, no entanto, já sacou o que está acontecendo. Ela chora baixinho, pedindo por justiça. Infelizmente, não iremos conseguir fazer justiça hoje. Não temos mais cartas na manga e esse é um erro terrível para nós, advogados.

Pensa, Marjorie... O que eu posso fazer? Não tinha mais ninguém lá além dos policiais mas nenhum vai testemunhar contra o Major. Eu não posso fazer mais nada. Estou de mãos atadas e Ludmila nota isso também.

A defesa, entretanto, continua a trazer suas testemunhas. Inúmeros policiais e juntamente com as nossas testemunhas traidoras, esse caso está ganho para o outro lado. Merda do caralho.

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Absolvido. Sabíamos que isso aconteceria desde metade do julgamento, mas não estava preparada pra ouvir o choro de dor da mãe da vítima. Ludmila sai, irritada e frustrada, enquanto a mãe é consolada pelos outros familiares.

O major se aproxima de mim discretamente.

- Diga a sua chefe que nunca mais se meta comigo. - Sussurra, enquanto passa sem ao menos me olhar.

- Ou então vai matar ela como fez com o menino? - Retruco. Eu tô pouco me fodendo se ele vai me matar também. Esse desgraçado devia estar na cadeia.

O major vira o rosto em minha direção. Se ele me atacar, vai preso. Me bate. Me xinga. Faz qualquer coisa, major. Se o senhor for homem...

- O que disse, vagabunda? - Ele se aproxima com agressividade, cerrando os olhos.

O major tem cinquenta e cinco anos, mas está bem conservado e olhando de perto eu vejo isso. Olhos castanhos, boca carnuda... Velho ridículo.

- Exatamente o que ouviu, assassino. - Retruco novamente. Se ele me xingar de novo, vai levar.

- Cerrado! - Ludmila me chama, gritando.

- Não sabe onde se meteu, advogada.

- O senhor não me amedronta, Major. Se acontecer alguma coisa comigo, temos toda essa gente como testemunha... - Encaro Nascimento que está se aproximando de nós. - E acho que tenho o capitão também. - Sorrio ao sentir o corpo de Nascimento sendo posto entre mim e o major.

- Deixa ela em paz, Diógenes. - Nascimento coloca o braço pra trás, me envolvendo.

- Cerrado! - Ludmila me grita novamente, então me afasto deles, mas antes, provoco o major sorrindo de maneira irônica.

Ele comprou nossas testemunhas, mas quando se trata de homens assim, sempre há podres a se encontrar.

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Olá, docinhos. Tudo bem?

A AUTORA ENLOUQUECEU!!!!! Vou postar um capítulo bônus porque no trinta teremos nosso casal juntos e eu tô ansiosa pra caralho KKKKKKK

E esse Major aí? Vcs têm alguma ideia da importância dele nessa história?

Eu tô tanta raiva dele que eu nem queria fazer esse capítulo mas eu preciso 😔

⚠️Para melhor experiência, escute a música enquanto lê. Eu juro, é outra sensação.⚠️

Nos vemos em breve.

- Milésima esposa do Capitão Nascimento 💋

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