Capítulo XXXVI

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POV Major Diógenes Camargo

Acompanhando Nascimento nessa missão, ordeno que ele e a sua tropa sigam adentrando o morro por trás, enquanto eu e os outros subimos convencionalmente. Não quero ele perto de mim e nem dos meus homens quando formos cumprir nossa verdadeira missão. Eu não quero a tropa certinha no meu pé quando eu for pegar meu pingado.

Despistando meu grupo, adentro cada vez mais o morro, atirando em tanta gente que perco a conta. Eu realmente tô pouco me fodendo pra essa gente toda. Inocente ou não, se tá no baile funk a essa hora é porque é vagabundo.

Entrando com agressividade, eu e mais dois homens de confiança começamos a quebrar a casa onde os traficantes estão escondidos. Eu avisei a ele que se não me desse o que eu queria, ia dar merda pra ele.

Pego Cascudo, o atual dono do morro do Turano, pela camisa e o jogo no chão.

— Vai me dar ou não, seu viado? — Agacho no chão, ficando na altura de Cascudo, e apoio minha arma na testa dele.

— Porra, chefe, eu dou.

— Onde tá? — Dou um tapa na cara dele. — Eu quero saber onde tá a porra do dinheiro, seu traficante de merda.

— Eu só tenho vinte mil aqui, chefe. Eu juro que pego tudo depois.

— Eu tentei negociar com você, e é assim que você me retribui? Meu tempo é dinheiro, porra!

— Eu vou pagar pela vista grossa, chefe, mas eu só preciso de tempo.

— Tempo é minha pica, seu pau no cu. — Respiro fundo, passando as mãos pelos cabelos. — Tem até meia noite de amanhã. — Me tranquilizo, dando a mão para que Cascudo se apoie e se levante.

— Obrigado, senhor. Obrigado. — Ele segura minha mão com as duas mãos, agradecendo com devoção.

— Eu sei ser generoso, filho. — Dou algumas batidas no ombro do moleque.

Me afasto de Cascudo, seguindo para a porta. Nascimento e a tropa dele, juntamente com a minha, já devem ter feito o trabalho. A missão era vir e acabar com uma guerra de facção que estava tendo aqui. O problema é que nao tinha facção nenhuma brigando. Eu disse a todos que tinha porque eu precisava dar uma lição nesse filho da puta. Ele tá achando que eu vou perder meu tempo protegendo bandido? Deixa só ele me entregar minha grana que ele se fode. Vai ser engraçado a cara dele quando perceber que tá sendo enganado.

— Muniz... — Viro meu rosto próximo meu Tenente, que está me auxiliando nisso.

Aponto pra um vapor que eu não vou muito com a cara, e meu Tenente entende o recado. Sem piedade ou relutância, Muniz atira no garoto três vezes.

— Por que, Major? — Depois de matar que ele pergunta o motivo? Pelo menos a lealdade dele é incontestável.

— Onde já se viu homem comer homem. Esse daí era viado. — Respondo com nojo. — Agora ele vai sentar na pica do diabo. — Gargalho da minha própria piada, e Muniz faz o mesmo.

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POV Marjorie Cerrado

Ontem, Nascimento me deixou plantada, esperando. Depois de voltar da faculdade, esperei ele vir. Ele disse que viria e achei que estávamos bem pelo o que aconteceu na sala dele. Resolvo não enviar mensagens dessa vez. Se ele quiser, ele que me mande.

O barulho de panelas na cozinha me desperta. Minha mãe e Luana dormiram no meu quarto, enquanto eu dormi na sala, no sofá.

Levanto do sofá, ajeitando minha camisola em meu corpo, esticando os braços e bocejando.

Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO Onde histórias criam vida. Descubra agora