Capítulo XLIII

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- Lust For Life; Lana del Rey and The Weeknd

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POV Marjorie Cerrado

Sentada na nossa cama, usando apenas um scarpin preto de solado vermelho, com as pernas cruzadas, encaro a entrada do quarto. Hoje vamos fazer os vizinhos invejarem a gente. Ele está merecendo. Ta merecendo depois daquela cena maravilhosa de proteção que ele fez hoje.

Eu sei que o básico conosco sempre funciona, mas eu não quero o básico. Quero que ele veja quem eu realmente sou, sem as minhas amarras e medo de que ele me ache uma depravada, embora eu seja.

Eu disse que o maior prazer que eu tive, antes de Beto, foi com um cara que usava vela comigo, mas isso é uma das inúmeras coisas que eu sou adepta. Eu faria qualquer coisa só pra dar prazer a ele, mas e quanto a mim? Ele estaria disposto a fazer qualquer coisa por mim? E o que ele faria?

Com apenas uma venda ao meu lado, espero Beto entrar pela porta. Eu sei que ele já chegou. Eu ouvi o carro parar.

Ouço também a porta se abrir, e então me ajeito novamente, cruzando as pernas e me apoiando na cama com as mãos trás das costas.

- Marjorie? - Da sala, Nascimento me grita.

Eu sei que sou experiente na arte do sexo, mas fico nervosa só de imaginar ele me tocando. Imaginar a reação dele ao entrar no quarto e me ver desse jeito, o esperando.

Não respondo, mas minhas roupas jogadas pelo corredor pode ser um forte indício de que estou aqui e com uma surpresa.

Ouço os passos dele se aproximarem, e fico tão nervosa que não consigo nem explicar. Não fiquei assim na nossa primeira vez, mas agora é diferente. Agora é como se eu fosse mostrar uma parte da verdadeira Marjorie. A parte mais importante pra mim, ao menos.

Quando ele abre a porta, está com aquela farda maravilhosa e com aquela arma na cintura que deixa ele de dar água da boca e molha outros lugares também...

- Você vai fazer o que quiser comigo. - Mordo o lábio inferior, esticando o braço e entregando a venda para ele, ainda sentada na cama.

- Isso é bem melhor que um jantar. - Ele solta um riso fraco, enquanto analisa, concentrado, o meu corpo nu.

Fechando a porta atrás de si, ele pega a venda da minha mão e passa pelo meu cabelo, amarrado em um coque alto, a posicionando a frente de meus olhos. Estou completamente cega e essa sensação de vulnerabilidade, perante e apenas perante a Nascimento, me excita. É algo inexplicável pra quem não sente. Só quem sente prazer na adrenalina vai entender.

A pouca e rara iluminação que passava por baixo da venda cessa, juntamente com um click do interruptor.

- O que eu quiser, é? - Me assustando, a voz de Nascimento surge em meu ouvido em um sussurro. O hálito quente dele pairando sobre minha pele faz todos os pelos de meu corpo se arrepiarem.

Nascimento me induz a ficar de pé, erguendo meus braços para cima e me prensando contra a parede. Seu peito, ainda coberto pela camisa, prensa contra minhas costas. Sinto seu coração batendo forte, igual ao meu.

- Quero ver até onde você aguenta... - Ele sussurra em meu ouvido, chupando meu pescoço em seguida. - Você não pode se mexer ou então eu paro.

Engulo a seco, sentindo o tesão já consumindo meu corpo. Não há nada que ele faça que não seja excitante e aí junta com essa situação, eu estou maravilhosamente excitada. Concordo apenas com um aceno com a cabeça, e então escuto um riso nasal sair de Nascimento.

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