Capítulo LXVII

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— Heathens; Twenty one pilots

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POV Autora

Marjorie sabia que o pai era um corrupto e era só questão de tempo até ele ser pego, mas não foi Ludmilla que o prendeu, foi Roberto. Ela já não sabia o que sentir em relação a essa prisão. Lilian, sua madrasta, a informou que Diógenes não queria que ela o visse naquele estado, então ela respeitou e não foi visitá-lo. Ela também não saberia se conseguiria vê-lo lá, sendo doce com ela mesmo depois dela ter tentado colocá-lo lá.

Tirando essa prisão, tudo estava, finalmente, entrando nos eixos na vida da morena. O bebê estava bem, ela já não via Roberto com tanta frequência e o trabalho estava maravilhoso. Felipe estava a acompanhando durante o dia e durante a noite, mas ela ainda não queria dá-lhe uma chance. Homens são criaturas dignas da total desconfiança, então tudo o que ela lhe oferece é um bom papo e uma boa companhia, por enquanto.

Saindo do prédio da defensoria, calma e tranquila, Marjorie segue para o carro.
Ao abrir a maçaneta da porta do motorista, Marjorie ouve o barulho do alarme do carro soar. Assustada e irritada, ela chuta a lataria da porta, bufando.

Solucionado o problema, ela entra no carro e da partida, deixando o estacionamento do local.

Dirigindo pela rua, Marjorie olha pelo retrovisor interno do carro para analisar o movimento da rua para fazer uma curva meio arriscada, mas há apenas um carro atrás dela.

Após algum tempo dirigindo, Marjorie percebe, olhando pelo retrovisor, que aquele carro ainda está lá. Ele estaria a seguindo?

Nessa hora, tudo o que passa na cabeça de uma mulher sozinha, a noite, é: que seja o diabo, que me roube mas que não façam mais nada comigo. Mesmo sabendo que pode estar errada, o coração de Marjorie já se acelera. Não é normal um carro andar por tanto tempo juntamente com ela. Ele literalmente vai por onde ela segue.

Marjorie tenta despistar o carro, virando na primeira rua que vê, mas ele a segue novamente. Suas mãos começam a soar, molhando a borracha do volante. O que ela deveria fazer? Deveria ligar pra Felipe? Afinal, ele é subsecretário de inteligência da secretaria de segurança do Rio. Se há uma pessoa que pode lhe ajudar, esse alguém que Felipe.

Olhando, desesperada para trás, ela vê que o carro se aproxima da maldita rua. Marjorie sabe que pode e deve ligar pra Felipe, mas ele não a transpassa tanta segurança quanto o pai do seu bebe. Então, ansiosa, trêmula e chorosa, ela digita o número de Nascimento, oscilando entre olhar para a tela e para a rua.

A voz rouca e firme de Nascimento acalma a mulher, mesmo que esteja em risco.

— Beto, eu vou morrer. Eu tô sentindo, Beto. Por favor, me ajuda. Tem um carro me seguindo. — Aflita, insegura e desesperada, ela deixa as palavras saírem.

— Onde você tá? — A voz de Nascimento já não é mais carregada pelo tédio, mas sim por uma preocupação evidente.

Marjorie olha para trás constantemente, até que seu coração acelera ao ver mais um carro se juntar e se aproximar. Em sua garganta se forma um nó doloroso, dificultando até a respiração da morena.

— Eu não sei. Por favor, vem logo. Eles tão se aproximando.

Surpreendendo a Marjorie, estilhaços de vidro se espalham pelo carro e um choque faz o corpo dela se chocar com o cinto de segurança. Erguendo o olhar, Marjorie vê um carro cinza a sua frente. O choque entre o carro dela e esse carro que surgiu repentinamente, foi o motivo desse monte de vidro quebrado e pelo carro amassado.

O celular some pelo carro, e enquanto tira o cinto e procura o celular por dentro do automóvel, cinco homens de aproximam do carro de Marjorie. Ela está sozinha. Está sozinha e está fodida. O sangue vermelho vibrante escorre pela testa de Marjorie, mas ela não vai se importar com isso agora. Cinco homens são o bastante pra fazer ela temer e suplicar a Deus por socorro.

Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO Onde histórias criam vida. Descubra agora