Capítulo XXXI

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- Taste; Ari Abdul

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POV Capitão Nascimento

Cerro os punhos e o maxilar, ouvindo Marjorie me afrontar novamente. As vezes eu esqueço o quão desafiadora e irritante ela pode ser. Não acredito que ela falou de Rosane. Não acredito que jogou essa merda na minha cara. Ela nem sabe da história e fica falando merda. Eu deveria ir lá, puxar ela pelo braço e ensinar a ela uma lição.

Ajeito a roupa, saindo do quarto e dando de cara com Fernanda. Eu esqueci dela...
Passo a mão pelo cabelo, suspirando. Fernanda é linda. Tem uns olhos lindos e um sorriso maravilhoso. Beija bem e eu acho que deve fuder bem também, mas não tem jeito, sempre vai ser aquela bandida marrenta. Sempre será ela o motivo do meu coração acelerar e sempre será por ela que meu corpo vai procurar. Eu não posso deixar ela ir embora, mesmo que, infelizmente, eu tenha que magoar Fernanda.

Ela balança a cabeça em negação, com uma cara de desaprovação, e segue de volta pra varanda. Engulo a seco, a seguindo. Eu sei que fiz merda, está bem? Aliás, é só isso o que eu faço. Mas eu sempre busco fazer o melhor, e eu preciso ser o Roberto agora.

- Você... - Me apoio no parapeito da varanda, admirando a rua lá embaixo juntamente com ela. Fernanda prontamente me interrompe.

- Não vou ficar no meio de duas pessoas confusas. Não é isso o que eu mereço.

- Realmente. Não é o que merece.

- Você ainda gosta dela...

- Realmente...

- Eu ainda não terminei. - Me interrompe novamente. - Eu tenho muito apreço pelo Capitão Nascimento, e minha admiração continua, mas aqui eu tô falando com o Roberto, e eu não mereço ser usada como segunda opção. Lamento se foi essa impressão que eu passei.

- Eu sinto muito...

- Eu sei que sente, mas isso não muda o fato de seu coração estar com ela ainda. - Andando em direção a porta, Fernanda para e prossegue falando, sem me encarar. - Se, futuramente, quiser tentar um relacionamento maduro, pode me ligar. Mas apenas se tiver certeza do que quer. Não nasci pra ser prêmio de consolação. - Ela finalmente sai.

Porra, parece que levei um sermão do próprio comandante. Tudo o que ela faz me faz admirar ela ainda mais. Por que eu não posso simplesmente me apaixonar por ela? Por que não pode ser ela quem eu amo? Por que a gente não consegue controlar por quem sente ansiedade em estar perto e ansiedade em tocar? Por que, mesmo depois de tudo o que Fernanda fez, eu ainda não consigo parar de pensar em Marjorie?

Merda, tô parecendo um idiota. Acorda, Nascimento.

Ao sair da varanda, vejo o Major e o Comandante conversando. Por que eu sinto cheiro de merda?

Quando Marjorie chegou, Diógenes queria ir até ela e a expulsar da festa. Disse a ele que cuidaria dela e que ela ficaria longe dele, mas ele ainda tá com raiva dela. Ele que não ouse em tocar em um fio de cabelo da minha Marjorie ou ele vai se arrepender. Não ligo se é o Major, o Papa, o presidente. Se mexer com Marjorie, ele tá fudido.

Contendo minha raiva e fingindo uma simpatia pelo comandante, me aproximo.

- Estão gostando da festa? - Pergunto, inclinando a garrafa de cerveja que estava em minha mão, e brindando com eles.

- Estava maravilhosa até aquela putinha chegar... - Diógenes está se referindo a Marjorie.

Eu o conheço desde que entrei. Éramos bem próximos até que me aproximei do coronel e então não conversamos tanto quanto antes. Mesmo gostando muito de Diógenes, ele vai se arrepender se falar assim de Marjorie novamente ou tocar nela.

- Olha lá como fala, Major. Tá falando da minha mulher. - Brinco, embora a brincadeira tenha uma verdade escancarada.

- A garota é sua? Ela tem idade pra ser sua filha. - Diógenes me olha, incrédulo.

- Mas não é. - Meu pensamento se dispersa, indo até o dia do restaurante. Ela, com aquele vestido vermelho, dizendo que não era crime o que passava pela cabeça dela e pela minha... Dizendo o mesmo que acabei de falar pro Major. Como pode uma garota de vinte e cinco anos mudar totalmente a cabeça de um homem de quarenta e seis? Como pode ela revirar a minha mente e me fazer outro cara? Eu abandono todos os meus princípios e valores por ela e isso é insanidade. Mas eu não ligo. Não ligo pra nada se ela estiver comigo. Não ligo de ser um fantoche nas mãos dela, se isso significar que ela estará ao meu lado, ou encima de mim.

- Mas ela é bem gostosa... - O comandante fala, sorrindo.

Viro, lentamente, o pescoço em direção ao comandante, cerrando o maxilar. Não posso meter a porrada nele... Não posso.

- Não fala assim da garota. Não tá vendo que Nascimento já tá quase te matando aqui mesmo? - Diógenes começa a rir, enquanto fala. Ele não está errado. Tô tento que me controlar muito pra não socar a cara desse viado filho da puta. Eu já não gosto dele e ele fala assim da minha mulher...

- Mas se a garota é gostosa mesmo. - Meu parceiro, esse cara tá fudido.

A bebida já está fazendo efeito no meu corpo, então eu tô pouco me fudendo pra quem esse cara é. Comandante ou aspirante, quem falar da minha mulher tá desafiando o capitão Nascimento, e o Roberto pode até ser calmo, mas o capitão não aceita desafio.

Seguro o comandante pelo carinho, aproximando nossos rostos.

- Já te mandei tomar cuidado como fala da minha mulher. - O comandante parece surpreso, então ergue os braços para cima, sorrindo. Mas eu não estou. Não estou sorrindo pra ele, ao contrário, meus olhos estão furiosos, fixos aos dele.

- Calma, capitão. Não sou seus bandidos. - Mesmo debochando, ele parece estar com medo. O comandante é baixo e magro. Mesmo tendo muito poder, ainda é só um homem. Eu quebro ele aqui mesmo, se eu quiser.

- Roberto, já chega. - Diógenes toca meu ombro, então solto o verme com agressividade e saio, esbarrando em inúmeros corpos.

Sem me despedir de Neto e Mathias, saio do apartamento e sigo pro meu carro. Não tô bêbado o suficiente pra ser imprudente no trânsito, mas ainda assim, eu bebi.

Eu tô tão puto. Aquele viado do Marcelo falando da minha mulher. Minha vontade era enfiar um monte de bala nele pelo cu até sair na boca. Desgraçado. Filho da puta.

Preciso dela. Preciso vê-la.

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Olá, docinhos. Tudo bem?

Vocês estão prontas(os-es) pra maratona de tres capítulos de hoje? Ja adianto que o último que eu vou postar hoje(o trinta e três) está... indescritível

Essa maratona de três capítulos tá com uma vibe muito dark romance e eu não seis e vocês vão gostar mas eu espero que gostem porque eu amei de verdade

⚠️Para melhor experiência, escute a música enquanto lê. Eu juro, é outra sensação.⚠️

Nos vemos em breve.

- Milésima esposa do Capitão Nascimento 💋

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