Capítulo LXXXIII

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Diógenes e minha avó se ofereceram pra ficar com William enquanto eu e Victoria provarmos algumas coisas do casamento. Beto resolveu questões burocráticas e eu obviamente contratei uma decoradora para o casamento. Eu devo dizer, casamento é uma coisa extremamente cara. Preferimos uma coisa básica e dentro do meu orçamento que é o dinheiro que eu e Beto tínhamos.

Decidimos, ou melhor, eu decidi, que vamos casar na casa de campo de Diógenes. Beto recusou de início. Disse que meu pai comprou a casa com dinheiro sujo, mas eu não quero saber e vou casar com os pés de manga do nosso lado sim e pronto. Eu quero que tudo saia perfeito. Perfeito como eu imaginei. Quero que Deus segure a chuva, que os pássaros cantem na hora exata e que o sol decida não brilhar tanto. É o meu sonho e nada pode acabar com isso.

— Você tem que experimentar o vestido. Vestido é a coisa mais difícil de escolher.

— Não deve ser tão difícil. — Encaro Victoria, enquanto termino de provar os doces que serão servidos.

Não vai ser uma cerimônia luxuosa e nem grande, mas vai ser espetacular e eu faço questão de que a comida seja boa. Por mim as pessoas sentam no chão, mas precisa ter uma comida gostosa.

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A tarde foi exaustiva mas consegui uma grande parte das pendências. Falta o vestido e os convites.

Agora, estou sentada, admirando Roberto brincando com William. O tempo, quando se tem uma criança em casa, passa muito rápido. Will já está com um mês e está tão espertinho. E é fofo ver como ele reconhece a voz do pai. Todas as vezes que Beto chega, independente do horário, William acorda. Já até mandei ele chegar calado e nem falar comigo pra não acordar o bebê mas nunca funciona.

— Beto, não faz isso. Ele não gosta. — Ninando William sentado, Roberto balança ele lentamente nos braços. William geralmente dorme ou mamando ou sendo ninado em pé. Haja coluna, mas é os desejos do príncipe da casa. — Ele vai começar a chorar... — Em tom de ameaça, aviso pela última vez.

— Ele não chora comigo. — Em um tom prepotente, Roberto fala e encara William. — Avisa a mamãe que nós somos parceiros. — Aninhando o nariz no pescoço do bebê, Beto sorri.

Veja só. A gente carrega nove meses barriga e quando nasce, não chora com o pai mas chora comigo. É mole?

— Eu vou ficar com ciúmes. — Brinco, me jogando no sofá ao lado de Beto.

— Tem Roberto pra todo mundo.

— Estou falando do Will. — Dou um tapa leve em sua testa. — Se reduza a sua insignificância.

— Não pareci tão insignificante hoje de manhã. — Ele me lança um olhar malicioso, e eu odeio quando ele faz isso. Algumas vezes ele começa a imitar o que eu falo durante o sexo e eu sinto tanta raiva porque eu fico com vergonha.

— Ai, Roberto, para! — Sorrio timidamente.

Desde que voltamos a transar, Roberto não me dá paz. E está tudo bem porque eu adoro esse homem metendo em mim, afinal, é o Roberto Nascimento. Todas as vezes que William dorme, ele é quem acorda.

— Preciso de um banho. — Com um beijo na testa, me despeço de Nascimento.

Ao entrar no quarto, começo a pegar meus produtos de self Care porque, apesar de mãe, im just a girl.

Baixinho, deixo meu celular tocando uma playlist da Ariana Grande e da Sabrina Carpenter, como a boa jovem que sou. As vezes eu esqueço a minha idade. Eu sei que eu já sou mãe, e que eu sou advogada e noiva, mas eu ainda tenho vinte e seis anos. É meio controverso, já que eu estive surtando por estar próxima aos trinta, mas eu sou jovem. É só que Roberto acaba passando a velhice dele pra mim, mas eu sou jovem. Há mulheres da minha idade saindo pra balada, bebendo e curtindo. Não que eu ache isso tudo interessante, já achei muito, mas não acho mais. Agora a minha completa felicidade é estar com meus amigos e minha família e meu completo prazer é estar com Beto. Não é que eu esteja sendo reduzida a minha família porque eu tenho minha individualidade também, mas eu estou sossegando. Pra mim, esses momentos, onde eu estou me cuidando e onde eu estou com meu filho, são os melhores momentos da minha vida e os momentos em que eu tenho mais paz.

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