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POV Marjorie CerradoNão é como se eu estivesse a mulher mais buchuda do mundo, mas minha barriga tá enorme. Minha coluna e minhas pernas doem e meus peitos estão terrivelmente sensíveis e cheios. Roberto diz que são bonitos, mas eu, particularmente, estou odiando. Dizem que a maternidade é uma coisa linda, mas eu não sei.
Eu não estou me achando tão bonita quanto as outras mães. Na verdade, eu sempre me achei linda, mas agora eu estou tão... Diferente. Meu corpo todo mudou muito, e se fosse apenas a barriga, tudo bem, porque ela é linda, mas tudo em mim tem mudado. Eu me sinto estranha o tempo inteiro. Roberto anda trabalhando mais que o normal e isso está me deixando péssima. Ele prometeu que estaria aqui, e esteve aqui durante aqueles meses, mas agora, na reta final dessa gravidez, na trigésima sétima semana, ele está me abandonando de novo. Parece que esse homem não toma jeito, meu Deus.
Embora Roberto esteja trabalhando demais, eu estou sempre acompanhada. Will vive me mostrando que não estou sozinha. Tudo bem que ele me mostra com chutes, mas é o jeitinho dele. Ele é um garoto bem noturno, na verdade. Quando estou dormindo, ele me acorda com chutes fortes e nem dolorosos. Ele está fazendo isso agora. Está me chutando como se quisesse me punir pelo pai dele não ter conversado com ele ainda. A culpa não é minha se seu pai quer trabalhar 24 horas por dia, meu filho.
- Beto... - Sussurro, tentando acorda-lo.
- Hum...?
- Beto, seu filho está com saudades.
- Hum?
- Você não falou com ele hoje e ele está me punindo. - Sorrio, sonolenta. Pego a mão de Roberto com as minhas, e passo pela minha barriga. Toda vez que Beto chega do trabalho, não importa o horário e não importa se estou dormindo, ele sempre acaricia minha barriga. Eu sinto. Tanto que, quando estou dormindo e sinto o toque dele, me sinto em paz. Me sinto finalmente segura.
Surpreendentemente, Beto se senta na cama, apoiando as costas na cabeceira e me olha. Seu olhar cansado e sonolento me compadece. Não deveria tê-lo acordado. Mas e quando esse bebê nascer? Ele vai ficar sem ver o próprio pai pelo horário maluco que ele trabalha?
- Vem cá... - Com a voz carregada de sono, Beto abre as pernas e da leves tapas na cama.
Eu entendi o recado. Me levanto, indo até ele e me sento no meio de suas pernas. Sabe de uma coisa? Toda confusão, todo tempo perdido, toda briga, qualquer coisa que aconteça, isso aqui é o suficiente pra me fazer esquecer. Esse cuidado que ele tem comigo, mesmo que seja por pouco tempo. Ele poderia brigar, fingir que não me ouviu, virar para o lado e voltar a dormir, mas não. Ele fez questão de não apenas me ouvir mas me dar carinho. E eu preciso disso. Preciso porque essa gestação foi muito conturbada e ainda não superei completamente todos os medos que aquele ocorrido com Carlos me deixou.
- Você está querendo chamar a atenção é, rapazinho? - Com o queixo apoiado no meu ombro, Beto envolve minha cintura com as mãos, alisando minha barriga.
Will continua chutando, com pouquíssimo intervalo de tempo. É como se eles estivessem conversando de verdade. Amo isso mas não posso negar que fico com um certo ciúmes.
- Você viu? - Roberto pergunta, sorrindo, ao ver minha barriga se mover. Os chutes do bebê não são sempre fortes, mas quando ele decide se mostrar para o pai, é o meu fim. Da até pra ver pela minha barriga.
- Não só vi, como senti. - Deixo um sorriso doloroso escapar.
- Ei, rapaz, tá machucando sua mãe. - Roberto sussurra, movendo a mão com delicadeza mas também com uma firmeza maravilhosa.
- Amor... - Seguro as mãos de Beto, entrelaçando nossos dedos.
- O que foi? - Beto beija meu pescoço, perguntando bem próximo ao meu ouvido. Isso que é foda. Desde que voltamos, ou seja, há quatro meses, não temos feito sexo. Se, há seis meses atrás, me dissessem que eu e Roberto não transariamos, eu diria que é loucura. O que realmente era para aquela Marjorie. Mas agora, depois de tudo o que eu passei e todas essas mudanças no meu corpo, eu já não quero mais. Ele me deixa segura, é verdade, mas eu mesma não me sinto tão confortável pra estar nua ou pensar em sexo. É algo que venho trabalhando com a minha psicóloga, e, como ela diz, são feridas que só o tempo e muita força de vontade podem curar.
- Você me ama? - Pergunto, me sentindo a mais idiota das mulheres.
- Marjorie, é ate um insultos uma pergunta dessas. - Ele afasta a boca da pele do meu pescoço, me encarando.
- É sério.
- Por que isso agora? - Como eu digo a ele que estou me sentindo pressionada pela minha própria cabeça a fazer sexo com ele unicamente porque estamos juntos e ele precisa disso? Mesmo sem ele sequer falar, reclamar ou insinuar algo, eu sinto que deveria estar disponível pra ele e isso é horrível porque eu não consigo ainda. Depois de tudo o que eu vi, sexo se tornou uma ideia estranha pra mim. Logo a mim, que trabalhei durante anos com isso. Como eu digo a ele que, mesmo sabendo que ele é ótimo em tudo, sinto como se ele fosse deixar de me amar por isso?
É simples: Não digo.
- Não é nada. Eu só queria saber se você me ama.
- É óbvio que eu amo. - Segurando meu queixo com delicadeza, Beto me induz a girar o rosto e encara-lo. - Eu amo você.
- Ama mesmo?
- Marjorie, eu amo você, amor. - Uma certa impaciência surge em sua voz, e entao ele sorri e mordisca a pele do meu ombro para disfarçar. - Você é minha mulher, mãe do meu filho. Agora, por que a pergunta?
- Não é nada.
- Ei, eu sei que tem hormônios te deixando totalmente maluca... - Brincando, Beto sorri e beija minha bochecha antes de prosseguir. - ...mas não dúvida do meu amor não. Sou doido por você.
- Eu sou mãe...
- E é a melhor mãe do mundo.
- Deixa só a Rosane escutar isso. - Dou um tapa leve na testa dele, rindo.
Eu tenho muitas inseguranças sobre a maternidade. Eu não sei se vou dar conta, se mereço isso, se vou amar meu filho do jeito que ele precisa, não sei se vou conseguir acordar a noite como todas as mães, não sei se vou ser paciente o tempo inteiro, não sei se vou me adaptar a rotina, não sei de nada. Mas sei que, se Roberto estiver comigo, eu enfrento tudo. Eu consigo fazer qualquer coisa se ele estiver me apoiando.
Dizem que por trás de todo grande homem há uma grande mulher, mas o que não dizem é que, por trás de toda grande mãe, há um grande pai a apoiando.
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Olá, docinhos. Tudo bem?
Esse foi curtinho por isso eu postei dois, besties
É isso
Ainda tô sem criatividadeUm beeeeijo
⚠️Para melhor experiência, escute a música enquanto lê. Eu juro, é outra sensação.⚠️
Nos vemos em breve.
- Milésima esposa do Capitão Nascimento 💋
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Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO
FanfictionNa favela onde Marjorie cresceu, há pouca expectativa de vida; ou você vira um traficante ou vira fiel de um. Ela não queria isso. Ela não queria ser usada por um traficante como troféu, então decidiu se tornar acompanhante de luxo de ricaços do Leb...