- Consume; Chase Atlantic
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POV Marjorie Cerrado- Os pesadelos têm continuado? - Minha psicóloga pergunta, enquanto eu me ajeito no sofá. Eu não conseguia falar. Não conseguia nem lembrar do que passei, mas depois desses meses e com a ajuda de Roberto, tudo tem sido mais fácil. Eu me sinto segura. Quando eu saio, ele manda alguém do batalhão me trazer, e geralmente é Neto. Ainda não estou falando com Mathias e não confio em outros homens do batalhão, não depois de Carlos.
- Depois que Roberto voltou a dormir na mesma cama que eu, eles diminuíram a frequência. Eu sonhava todas as noites, mas agora não acontece tanto. Não tenho mais medo de dormir porque eu sei que se eu dormir e sonhar com aquilo, Roberto vai estar lá.
- Como é a sua relação com ele?
- Complicada.
- Por que?
- Porque nós dois sentimos algo, mas ele me magoou muito.
- Você acha que é a melhor opção voltar ao que te machucou?
- Não consigo ficar longe dele.
- Não consegue por uma espécie de dependência ou porque você não quer? Não pode se enganar dizendo que não pode fazer algo quando, na verdade, você não quer fazê-lo.
- Acha que eu deveria fazer o quê?
- Não sou eu que decido o que deve fazer. Eu só te ajudo a lidar com as consequências dessas decisões.
Encaro a parede ao lado da psicóloga, refletindo sobre tudo. Eu não quero ficar longe dele e tenho me enganado por tanto tempo, achando que é por causa do bebê, mas não é. Ele me magoou falando aquelas coisas e eu preciso ouvir da boca dele se ele me ama, e eu preciso de um pedido de desculpas. Eu sei que eu errei ao esconder aquilo dele, mas ele errou muito mais em me tratar do jeito que me tratou por todo esse tempo.
É isso. Nós vamos conversar hoje e colocar tudo em pratos limpos. Não posso viver com essa incerteza de que a qualquer momento ele vá aparecer com uma mulher e chama-la de namorada, de amor, de minha. Não suportaria se isso acontecesse, na verdade.
Saindo do consultório, recebo uma mensagem de Diógenes. Meu pai foi solto. Eu deveria estar feliz? Ludmilla fez tanta coisa pra fazê-lo ser preso e agora ele está livre e ela está morta. Eu não o respondo, e sigo para o encontro de Neto. Não vou deixar Diógenes me envolver no drama dele novamente.
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POV Capitão NascimentoCorrendo e me abaixando próximo aos muros do alto do Morro dos Prazeres, encaro Renan e Neto, dando ordens por meio de gestos. Eles seguem, como eu havia mandado, enquanto eu espero todos passarem para que eu vá atrás. Estamos testando uma nova abordagem: atira primeiro e conversa depois.
Estou ansioso pra chegar em casa e ver Marjorie. Sei que ela não dorme bem quando não estou, então queria mesmo ficar essa noite com ela, mas não posso fazer Carvalho abandonar a família dele para que eu fique com a minha. Não é justo.
Respirando fundo, deixo o capitão Nascimento liderar novamente. Em um rápido movimento, Neto puxa um dos maconheiros, enquanto os outros da equipe atiram contra os traficantes que estavam aqui.
Pra mim, estratégia só tem lógica quando a missão tem sentido. Pra mim, a operação do papa era uma burrice.
Em uma situação normal eu só ficaria puto mas meu filho vai nascer. Eu nao posso dar bobeira. Eu não quero morrer atoa.
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Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO
FanfictionNa favela onde Marjorie cresceu, há pouca expectativa de vida; ou você vira um traficante ou vira fiel de um. Ela não queria isso. Ela não queria ser usada por um traficante como troféu, então decidiu se tornar acompanhante de luxo de ricaços do Leb...