Capítulo XXVII

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— Cola; Lana del Rey

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POV Capitão Nascimento

Meio da noite, chamado no maldito Morro dos Prazeres. Parece que, no meio de um baile funk, começou uma trocação de tiro entre policiais e vagabundos. Mas que caralho esses policiais foram fazer no meio do baile funk? Nem preciso de resposta. Quando policial vai de madrugada, sem reforço, pra dentro de favela, parceiro, só significa uma coisa: corrupto. O foda é que são quatro policiais trocando tiro com um monte de vagabundos e muitos inocentes no meio.

Eu e Fernanda entramos na viatura; eu no banco do passageiro e ela no banco traseiro. O restante da tropa está a caminho, nos carros atrás de nós. Esse novo chefe, aquele que falamos naquele dia, é mais centrado e menos chapado que Baiano, o que dificulta pra nós. Hoje ele vem com a gente e de preferência morto.

— Já sabem, sobe comigo e desce comigo. Nada de bancar heroísmo e nada de me desobedecer. — Enfatizo, encarando Neto e Fernanda. Ambos imprudentes que já deram trabalho pra caralho.

Daqui de baixo consigo ouvir os tiros e a música ruim estralando. Encaro Fernanda, analisando o que ela irá fazer em seguida. Não vou admitir que erre e seja imprudente, mesmo que seja minha namorada.

Policial também tem família. Policial, amigo, também tem medo de morrer. Mas ela não. Ela é doida. Ela mete a cara.

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Inúmeros corpos jogados ao chão. Tudo vagabundo e puta.

Passando pelas trilhas de corpos, vejo Fernanda discutindo com alguém. Me aproximo, ouvindo cada vez mais o tom de voz de Fernanda se alterar.

— 09, o que está acontecendo? — Quando minha voz sobressai a de Fernanda, a pessoa com quem Fernanda discutia se vira.

Olha só, minha ex namorada. O que essa mulher está fazendo aqui, pelo amor de Deus? Ela se coloca em cada furada. Victoria também está ao lado dela, porém mais afastada.

— Está querendo chamar a atenção com esse projeto de mini saia? — Fernanda continua, apontando a arma pra Marjorie. Que exagero.

— E você com esse cabelo super bizarro quer o quê? Ser discreta? — É a vez de Marjorie retrucar.

— Capitão, mandei ela deitar no chão pra eu revista-la e ela se recusa. — Por que eu acho que isso é pura briga das duas? Marjorie pode ser bem infantil quando quer, mas não há necessidade de mandar ela deitar no chão porque Marjorie nunca faria nada de ilegal.

— Senhorita, obedeça ou teremos que lhe levar por desacato a autoridade. — Mas eu quero ver ela brava. Quero ver Marjorie nervosa, do jeitinho que me excitava. Eu sinto saudade dela pra caralho e é difícil a ver com essa saia e não sentir vontade de colocar ela sentada no capô da viatura e chupar ela até ver as pernas dela tremerem.

— Com essa saia? Eu acho que não. — Marjorie levanta os braços, mas continua em pé. Victoria sorri discretamente.

Continua desafiadora... Oh, delícia de mulher.

— Bora, minha filha, está dificultando nosso trabalho. — Seguro ela pelo braço, a colocando de costas pra mim.

Marjorie apoia as duas mãos na viatura, e empina essa bunda deliciosa dela pra mim. Parece que está embalada a vácuo.  Ela sabe como me provocar. Se eu ainda fosse namorado dela, tocaria fogo nessa maldita saia metálica.

— Deixa que eu revisto ela, capitão. — Neto propõe.

Marjorie sorri, mordendo o lábio inferior. Que porra está acontecendo aqui?

Me afasto, mesmo que relutante, deixando que Neto a reviste. Enquanto olha pra mim, Marjorie empina ainda mais a bunda contra o quadril de Neto. Ela sorri pra mim, enquanto as mãos de Neto apalpam o corpo dela. Ele não faria isso comigo.

— Mãos muito delicadas, policial. Obrigada. — Marjorie sorri, se virando para Neto.

Meu pessoal se dispersa, carregando corpos. Eu deveria estar focado e ajudando, mas ainda estou encarando Marjorie. Ainda estou parado no mesmo lugar.

— Deu pro meu melhor amigo? — Perco finalmente a paciência, e puxo Marjorie pelo braço, colando nossos corpos.

— Qual dos?

— Neto.

— Ah, você só sabe dele? — Porra, ela deu pra outros amigos meus? Ela não é doida. Não faria isso.

— Você não faria isso. Você não pegaria ninguém do meu batalhão.

— Mais fácil perguntar quem eu não peguei daquele batalhão, capitão. — Marjorie me encara, fitando meus olhos enquanto sorri. — Depois que eu provei da pegada policial, me viciei, sabe? — Ela faz um biquinho fingido e sonso. Não acredito que ela faria uma coisa dessas.

— Como pôde fazer isso? — Murmuro entredentes, apertando ainda mais o braço dela.

— Do mesmo jeito que você pôde me trair. — Porra, o que eu faço pra essa maluca acreditar em mim? Eu não suporto mais ficar longe dela. Ficar sabendo das aventuras que ela tem por aí e não poder fazer nada. Eu preciso que ela volte pra mim.

— Como você consegue me irritar tanto e ainda fazer parecer fácil? — Aproximo meu rosto do dela, sentindo a respiração quente e afobada. Está nervosa em estar perto de mim, doutora? Eu acho que está. Acho não, tenho certeza. — Algum deles conseguiram te fazer gozar como eu? Eles sabem que você gosta quando mordem a sua costela? — Sussurro contra sua boca, quase colando nossos lábios. Ela não se afasta, mas também não avança.

Antes de qualquer resposta dela, Fernanda aparece, me chamando para irmos embora. Eu não quero ir. Eu sei que se eu sair daqui, minha vida e a de Marjorie voltam a se separarem e não é isso o que eu quero.

— Volta pra sua mulherzinha, capitão. — Marjorie da um tapa na minha bunda, e sai, gargalhando com Victoria.

Oh mulherzinha difícil. Puta que pariu.

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POV Marjorie Cerrado

— Você não disse que se visse Nascimento, eu teria que te segurar pra você não matar ele? Eu quase te segurei pra não beijar ele. Isso sim. — Victoria me enfrenta, agarrada ao meu braço.

— Errei, fui moleca. — Brinco, abaixando a cabeça. A verdade é que eu teria beijado ele ali mesmo. Não consigo lembrar do meu chifre quando ele está com aquela farda que deixa ele mais delicioso.

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Olá, docinhos. Tudo bem?

Amanhã vou postar dois capítulos, ansiosa pra vocês lerem os próximos.
Ihihihi KKKKKKK

É isso, meus amores. Por hoje é "só". Amo vcs🖤

⚠️Para melhor experiência, escute a música enquanto lê. Eu juro, é outra sensação.⚠️

Nos vemos em breve.

         — Milésima esposa do Capitão Nascimento 💋

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