Capítulo XVIII

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- Cor de Marte; AnaVitoria.

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POV Marjorie Cerrado

Às oito, eu já estava pronta. Com um chapéu, biquíni e um short jeans, estava radiante. Com um sorriso bobo no rosto, genuinamente feliz. Nunca estive assim. Então essa é a sensação de estar apaixonada? Meu Deus, eu adoro isso. Adoro essa sensação e não quero que acabe nunca.

Ouço a buzina de Roberto, então dou um pulo de meu sofá, animada. Dou duas batidas na porta de Victoria, indicando que já estou saindo, e sigo em direção ao elevador. Estou levando na enorme ecobag muitas guloseimas, como fini, pipoca e biscoitos, uma câmera e uma camisa larga para vestir depois. Não sei se deveria levar algo a mais, mas talvez Roberto esteja levando tudo o que for essencial.

Beto já está me esperando do lado de fora do carro, apoiado na porta do passageiro. Sorrio ao vê-lo mas estou receosa. Eu deveria correr e beija-lo, como eu quero, ou deveria me conter por causa de Rafael?

- Pai, por que a irmã da Luana vai com a gente? - Rafael pergunta, me encarando pela janela. Ele não parece me rejeitar, mas também não parece receptivo como eu imaginei.

- Porque ela é minha namorada. - Ele me apresentou como namorada!!! Sabe o que isso significa, droga? Porra, eu namoro. Eu namoro um cara lindo, inteligente e que vai cuidar de mim. Eu sou namorada dele.

- Sua namorada? Igual ao tio Fraga? - Rafael parede adepto a ideia, o que é bom.

- É... Igual ao "tio Fraga". - Beto confirma com zero ânimo. Parece que ele não gosta de Fraga mas não ligo pra isso agora. Porra, eu sou namorada. Foda-se esse Fraga.

- Você vai adorar o brinquedo que meu pai me deu. Ele joga água. - Rafael me mostra a arma de brinquedo, dada por Beto, pela janela.

- Entra, princesa. - Ele fala com um tom irônico, mas não deixa de ser cavalheiro enquanto abre a porta do carro pra mim. Antes de entrar, cerro os olhos e sorrio para ele.

Ligo o rádio e coloco Djavan pra tocar. Rafael não liga muito porque está entretido com o celular, mas Beto parece ter gostado. Ele não é adepto a ideias esquerdistas, mas parece gostar bastante de artistas de esquerda. O que eu tô fazendo com um homem de direita, policial e mais velho? O que esse homem fez pra me ter desse jeito?

Começo a cantar o refrão de "Te Devoro", enquanto sorrio olhando para Roberto. Ele sorri e me olha brevemente. Eu tô apaixonada pra caralho.

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Em poucos tempo, já estamos estirando minha canga na areia da praia. Posiciono minha bolsa próxima a nós, enquanto Rafael fica brincando com a arma de brinquedo.
Estamos nos divertindo mas Roberto está tenso. O que está acontecendo?

- Bebeto, o que houve? - Envolvo o pescoço dele com meus braços, por trás.

Ele analisa todo o lugar, o que é loucura pra caralho. Ele está com medo? Está pensando se acontecerá algo? Porra, até aqui esse batalhão atormenta ele?

- Ei... - Beijo a bochecha de Roberto, acariciando seu rosto. - Estamos bem. Está tudo bem.

Ele suspira, enquanto assente com a cabeça, mas eu sei que ele não está totalmente relaxado como deveria.

Roberto inverte nossas posições, me colocando a sua frente. Seus olhos saem de Rafael por um momento e eu posso ver o medo e a tensão deixando seu corpo.

- Estou feliz por me deixar estar aqui. - Sorrio, distribuindo beijos por todo seu rosto.

- Eu também. - Ele envolve meu meu corpo com os braços, me abraçando forte.

Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO Onde histórias criam vida. Descubra agora