______♡______
POV Marjorie Cerrado— Vai embora. — Ameaço fechar a porta, mas Diogenes se coloca entre ela.
— Espera, Marjorie. O que está acontecendo com a gente? — Diógenes se aproxima, segurando levemente o meu braço.
— Você é um criminoso e minha amiga está morta por sua culpa. É isso o que está acontecendo. — Dou um passo pra traz, afastando o corpo dele do meu.
— Vamos conversar direito. — Ele consegue entrar em casa, e então eu fecho a porta. Acho que ele pode ser o desgraçado que for, mas não me machucaria. — Por favor, filha.
— Não temos nada pra conversar! — Grito, me recostando na porta.
— Mas você vai me ouvir e pronto! — A voz de Diógenes é carregada por uma certa frustração e irritação. — Eu posso ser o que você quiser, mas não vou levar a culpa por algo que eu não fiz.
— Fala o que você quer, velho. — Respiro fundo, passando as mãos pelo rosto.
— Porra, Marjorie, eu não mandei Marcelo fazer nada com Ludmilla. Eu juro pra você.
— Eu não acredito em você, maldito. Sai da minha casa.
— Eu acabei com Marcelo por você. Acha que eu faria alguma coisa se eu tivesse mandado ele?
— Você o quê? — Meu olhar segue diretamente até os olhos de Diogenes, sem desviar. Ele que matou Marcelo? Mas eles eram sócios.
— Eu matei aquele desgraçado depois do que ele fez com você e eu não me arrependo. Me arrependo, na verdade, de não ter feito isso antes. Teria te poupado de muita coisa.
— Sabe o que teria me poupado? Você não ter aparecido. Teria me poupado de muita dor de cabeça e de coisas que... — Coloco a palma na testa, respirando fundo e tentando não chorar.
— Desculpa, Marjorie. Eu queria ter cuidado de você. — Se aproximando, Diógenes me prende em seus braços. Merda de velho maldito. Eu odeio como ele me faz duvidar de todas as minhas certezas.
— Espera... Como você fez isso se estava preso? — Me afasto.
— Prefiro que fique sem saber. A ignorância é uma benção.
Nossa conversa é interrompida pela porta se abrindo com ignorância. Assustado, Beto surge na sala. Ao ver Diógenes, suas sobrancelhas se estreitam, e ele guarda novamente a arma que estava em sua mão.
— O que faz aqui? — Se colocando entre mim e Diógenes, Roberto pergunta. Fica lindo de farda.
— Vim ver minha filha e meu netinho. — Com um cinismo evidente no rosto, Diógenes sorri.
— Pode ir embora. Marjorie não quer ver você.
— Eu só vou se a minha filha mandar. — Eu odeio como Diógenes consegue me fazer esquecer de todas as besteiras que ele faz. Só nessa conversa que tivemos, eu já esqueci do desgraçado que machucou ele pode ser e que é. Eu queria que ele ficasse e me falasse as coisas que só ele sabe, mas eu preciso e prefiro esse tempo com Roberto. Diógenes eu vejo depois.
— Diógenes, por favor. Conversamos depois. — De uma maneira mais branda, eu falo. Abro a porta, e Diógenes sai por ela. Antes que eu a feche novamente, Diógenes me lança apenas um olhar melancólico e sai. Ele perdeu tudo. Perdeu trabalho, perdeu Lilian, não que isso seja ruim, mas perdeu muita coisa e eu sinto pena disso. Mas ele procurou. Ele fez por onde.
— Por que deixou esse homem entrar na nossa casa? — "Nossa casa".
— Eu queria ouvir o que ele tinha pra falar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Insensatos | CAPITÃO NASCIMENTO
FanfictionNa favela onde Marjorie cresceu, há pouca expectativa de vida; ou você vira um traficante ou vira fiel de um. Ela não queria isso. Ela não queria ser usada por um traficante como troféu, então decidiu se tornar acompanhante de luxo de ricaços do Leb...