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Helena:

No começo, eu achei que as crianças ficaram com medo quando viram o Marcelo e a Tainara chegando. Não queriam, de jeito nenhum, serem atendidas, mas depois eu e a Helô conversamos com elas e elas foram, com um pouco de medo, mas foram.

No fim, amaram e ainda queriam ir de novo. Foram exames de rotina e, com a conscientização dos responsáveis, que super deixaram e ainda ficaram felizes em saber que os filhos estavam sendo bem cuidados por aqui. A coleta de sangue vai para o hospital e depois vão mandar o resultado de cada um para mim. Espero que as crianças estejam saudáveis.

Marcelo me explicou algumas coisas, falou de como as coisas estavam lá no hospital e me deu até um pouco de saudade. Virei minha atenção para as crianças e sorri de lado quando vi o Gavião no meio delas, mas ele ainda continuou sério quando me viu.

Balancei os ombros, não entendendo o porquê desse homem estar sempre de cara feia.

Marcelo: Bom, já está na hora de eu ir - falou e olhei para ele. - Foi um prazer estar aqui e atender a essas crianças. Se for ter mais um desses projetos, pode me chamar que, se eu estiver disponível, pode ter certeza de que venho.

Helena: Muito obrigada por ter vindo - abracei-o - e eu vou chamar mesmo. - Ele riu e fomos em direção à Helô, para ele poder se despedir dela.

Falei com a Tainara também, agradeci por ela ter vindo e eles foram se despedir das crianças, que largaram o Gavião e vieram correndo na direção deles.

Helô foi levar eles até a barreira e alguns pais das crianças foram chegando. Ajudei a arrumar as coisinhas deles e ficamos perto da entrada, esperando cada responsável vir pegá-los. Assim que todos foram embora, fui beber um pouco de água e depois fui atrás do outro, que nem falou comigo, só ficou de cara feia.

Helena: Boa tarde para você também, cavalo - me sentei no banquinho ao lado dele, que estava fumando. - Aqui não seria um lugar propício para você fumar.

Gavião: Fumo onde eu quero mesmo - soltou a fumaça e me olhou de canto. - Tu já ficou com aquele cara? - ergui a sobrancelha. - O doutorzinho. - Dei risada.

Helena: Pra que você quer saber? - cruzei os braços. - Nunca perguntei com quem você ficou ou deixou de ficar.

Gavião: Rum - fechou a cara e deu mais um tragada no cigarro. - Se tu tiver ficado com ele, pode ter certeza de que eu não deixo mais ele subir aqui.

Helena: Pela fé, né, cavalo? - neguei. - Deixa de ser maluco.

Gavião: Maluco nada, pô - me encarou. - Se tu tiver ficado, diz logo, senão eu vou atrás de saber.

Helena: Pois vá atrás - dei de ombros e olhei para frente, sentindo o vento que veio mais forte, fazendo eu sentir, bem de leve, um cheiro de perfume de mulher.

Virei, encarando ele, que já estava me encarando, e estreitei os olhos. Safado, tava com mulher antes de vir para cá e ainda quer vir cobrar alguma coisa.

Gavião: Vem cá - puxou meu braço para eu ir para perto dele e fiz careta indo, sentindo ele colocar a mão na minha cintura e me fazer sentar no colo dele. - Fica gostosa com aquela roupa de doutora. - Ele me encarou todo sério e ri.

Não sei explicar, mas a grande maioria das vezes que ele me elogia, ele sempre fala todo sério, me encarando nos olhos, e estranhamente eu acho isso atraente nele.

Helena: Eu sou gostosa de todo jeito, né, amor? - falei, e ele estalou a língua.

Gavião: Sabe não falar um "obrigada" e dizer que eu sou gostoso também? - Dei risada e ele tragou mais uma vez o cigarro. Tirei da mão dele e apaguei, deixando no canto para depois ir jogar. - Tá maluca? - resmungou. - Nem tinha terminado de fumar.

Lágrimas de ilusão. Onde histórias criam vida. Descubra agora