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Helena:

Antônio: Eu não quero saber! — gritou. — Essa vagabunda, eu não quero mais na minha casa. — Apontou na direção da Camile, que chorava desesperada. — Não criei minha filha para aparecer grávida com uma idade dessa, ainda mais de um... — apontou na direção do Juninho.

Gavião: Tu pega mais respeito com o meu moleque, entendeu? — ficou mais sério, apontando na direção do senhor Antônio. — Vem querer jogar a responsa só nele, não. Quem deu e ainda mentiu a idade foi sua filha.

Olhei o clima tenso que estava na sala. A mãe da Camile chegou a passar mal, a pressão dela subiu e eu tive que ajudar. Camile chorava desesperada, pedindo desculpa aos pais, falando que não queria que aquilo acontecesse.

Seu Antônio, pai da Camile, até agora só soube xingar a filha, falando que ela é um desgosto para ele e que não quer mais a menina na casa dele.

Juninho tentava se justificar, mas parecia que a ficha dele nem tinha caído ainda. Já o Igor, bom... é o Igor, né? Acho que ele só não matou o senhor Antônio ainda porque estamos aqui.

Juninho: Se for meu mesmo, eu vou assumir a responsa - falou sério, olhando na direção do pai da Camile - não vou deixar faltar nada, não.

Antônio: Se for seu mesmo? - riu - ainda por cima tá falando que a criança não é sua? Mas é um vagabundo mesmo - só fez ele terminar de falar que o Igor ia para cima dele.

Me levantei para tentar impedir, e o Juninho entrou na frente também.

Gavião: Vagabunda é tua filha que dá para um, dá para outro e nem sabe quem é o pai, porra - afastou o Juninho e chegou perto do Antônio - tua sorte é que nossa família tá assumindo uma responsa de vir aqui, sem nem saber se a criança vai ser nossa mesmo.

Antônio: Você não sabe quem é o pai, Camile? - gritou na direção dela, e isso só fez a menina chorar mais ainda.

Mile: Me desculpa, pai - chorou, e o pai riu com amargura.

Vânia: Não acredito que você fez isso com a gente, Camile - chorou desesperada. - Eu não te criei assim, minha filha. Eu não te criei assim - colocou a mão no rosto. - E se esse garoto não for o pai, Camile? - gritou. - Se esse garoto não for o pai, o que vai ser de você e dessa criança, Camile?

Mile: Eu não queria que fosse assim, mãe - chorou, colocando a mão na barriga. - Me desculpa, eu não sei o que fazer, mas, por favor, não me deixem agora.

Antônio: Eu te criei para ser alguém na vida, Camile. Olha o que você está fazendo com a gente - percebi a voz dele pesar. - Você é uma vergonha para a nossa família.

Abri a boca, respirando fundo e percebendo o quanto aquelas palavras acertaram em cheio a Camile, já que o choro dela se intensificou ainda mais. Então, resolvi falar, depois de ter ficado um tempo calada, para apaziguar um pouco a situação.

Helena: Gente, o que está em jogo aqui não é só a gravidez, mas o futuro dessa criança. - falei, e todos direcionaram o olhar para mim. - Estamos falando sobre escolhas que vão impactar toda a vida dela. Isso é algo muito maior do que qualquer um de nós. Precisamos pensar no que é melhor para ela, pensar em como vai ser daqui para frente.

Juninho: Já falei, pô. Vou ajudar em tudo o que eu puder, caso a criança seja minha - falou - mas tem que ver esse bagulho aí de quem pode ser o outro pai também. Não vou fazer os bagulhos todos e, no final, a cria não ser minha. - negou com a cabeça.

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