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A partir deste capítulo, começa a segunda parte, onde novos desafios, personagens e reviravoltas surgirão. Se necessário, voltem ao capítulo de apresentação e leiam o que está lá com atenção.

O que foi perdido pelo tempo,
o destino encontra no
momento mais inesperado. 🌪️

20 de dezembro...

Helena:

Eu olhava perdida para todos que estavam nessa sala: médicos e enfermeiros. O homem alto e musculoso, que tinha algumas tatuagens pelo braço e na perna, não parava de me encarar.

Minha cabeça doía, e o médico não parava de fazer perguntas. Fechei meus olhos com força.

Médico: Você sabe seu nome? - perguntou, e eu o encarei, observando sua roupa toda branca e o nome Antônio em seu uniforme.

– Eu... - balancei a cabeça - eu não sei.

Médico: Você sabe onde está? - Ele veio com a mão em meu olho, e senti a luz. Foi como se uma lâmina cortasse minha cabeça. A dor foi insuportável, e eu me afastei instintivamente.

– O que está fazendo? Está muito forte. - Quando abri os olhos de novo, o homem com as tatuagens estava mais perto. Ele parecia preocupado, mas eu não conseguia entender por que ele estava ali. Quem ele era?

Xxx: Vai deixar ela cega? - perguntou, sério, e o médico o encarou.

Médico: São os procedimentos, Gavião - olhei para o homem. Mas que tipo de nome é esse? - Responda minha pergunta, você sabe onde está?

– Eu não sei... é um hospital? - perguntei, confusa, e o médico então continuou, como se estivesse lendo algo em uma ficha.

Médico: Você se lembra do que aconteceu antes de acordar aqui? - Olhei ao redor, vendo o homem me olhar com mais intensidade, e respirei fundo, negando com a cabeça.

– Não... eu não lembro. - Respondi e vi a porta abrir e passar por ela uma mulher. Não era muito alta, tinha os cabelos pretos e era bonita. Não parecia ser nenhuma médica ou enfermeira.

Médico: Você reconhece essas pessoas que estão aqui? - Neguei, olhando para cada um, e a mulher me encarou.

– Não. Quem são eles?

Médico: Como você está se sentindo? Alguma dor?

– Minha cabeça dói muito... eu... não sei mais o que estou sentindo.

Médico: Você sente algum tipo de confusão ou dificuldade em lembrar de algo?

– Está tudo muito confuso. Não consigo lembrar de quase nada.

Médico: Você sabe que está no hospital?

– Não tenho certeza.

Médico: Pode me dizer o dia da semana ou o que está acontecendo ao seu redor?

– Não consigo lembrar de nada – coloquei a mão na cabeça.

A dor na minha cabeça era tão forte que me fazia querer fechar os olhos novamente, mas eu não conseguia. O homem bonito com as tatuagens no braço não parava de me olhar, e eu sentia sua presença como se fosse uma pressão no meu peito.

Médico: Seu nome é Helena, você tem 21 anos. Você está no posto de saúde da Nova Holanda, uma comunidade do Rio de Janeiro... – ele disse com uma calma que até parecia reconfortante, mas o que ele falava não fazia sentido na minha cabeça. Eu tentava me agarrar àquelas palavras, mas nada se encaixava.

Lágrimas de ilusão. Onde histórias criam vida. Descubra agora