11.

400 93 39
                                    

Obs.: No capítulo anterior, eu coloquei o nome da criança como Gustavo, mas é Guilherme. Acabei me confundindo.

20 comentários.

Gavião:

Gavião: nós vamos invadir a parada do Lucas - passei a visão - quero a cabeça daquele velho desgraçado do Carioca.

Tomate: mas como vamos saber se ele vai estar lá? Tu tá ligado que aquele velho é esperto também.

Gavião: e eu não tô morto. - olhei sério - só vou descansar quando pegar aquele velho. Filho da puta mandando X9 pra cá.

Tomate: tô ligado - passou a mão no rosto - qualquer ideia eu tô dentro. Aquele velho já deu muito prejuízo também.

Balancei a cabeça e acendi um baseado. Carioca é uma treta antiga, acho que desde antes mesmo de eu entrar no crime. Velho sempre deu dor de cabeça. Invasões, roubando nossas cargas e as cargas do comando, mandando X9 pra nossa área e matando gente importante.

Não só gente nossa, como da polícia também. É um dos mais procurados do Rio, a cabeça dele tá valendo pra caralho para a polícia. Papo de que o policial que conseguir prender ou matar ele, ganha uma grana preta pra caralho e ainda sobe de cargo.

Mas até hoje ninguém nunca conseguiu pegar o Velho. E admito, pô, o Velho é esperto pra caralho. Mas só pela dor de cabeça que ele vem me dando, eu ainda vou destruir ele. Nem que isso seja a última coisa que eu faça.

Terminei de organizar as últimas paradas com o Tomate sobre as cargas e de quem estava devendo. Gosto dos meus bagulhos organizados, pô, principalmente os bagulhos daqui do morro.

Assim que terminamos de resolver os bagulhos, Tião apareceu na sala com o dinheiro dos aluguéis e o caderninho. Olhei tudo logo para ver se estava certo e guardei o dinheiro, mandando ele vazar.

Tomate: Vou lá pegar o Gui - falou, levantando a cabeça.

Gavião: Eu vou também. Tenho umas paradas pra falar com a Heloísa. - falei, lembrando que ainda não tinha me resolvido com ela de domingo.

Nem ligo para esses bagulhos, tá ligado? Trato qualquer um de qualquer jeito mesmo. Me importo com nada. Mas a Heloísa já é outro bagulho. É minha irmã. Minha caçula, pô.

Sempre me controlo perto dela. A garota já sofreu demais e, hoje em dia, eu só tento dar o meu melhor para ela, mesmo que isso, às vezes, ainda seja pouco.

Saí da sala pegando outro baseado e tranquei. Tirei a chave do pescoço e subi na moto, ligando em seguida.

Tomate: às vezes bate o arrependimento do caralho de ter colocado a Jessica como madrinha do Gui, papo reto. - falou enquanto dirigíamos nossas motos e eu o encarei.

Gavião: ainda falei, pô. - falei lembrando de ter dito a ele que ele ainda ia se arrepender disso - não sei nem onde tu tava com a cabeça de ter me chamado para ser padrinho dele também. Tua sorte é que eu me amarro naquele pivete.

Guilherme é filho do Tomate e meu afilhado. Assim que ele nasceu, o Tomate me chamou para ser padrinho e a Walesca, mulher dele, chamou a Jessica para ser a madrinha, que na época era melhor amiga dela.

Hoje em dia, as duas nem se falam mais, mas a Jessica ainda continua sendo madrinha do Gui e eu pego ela às vezes. Mas é sem futuro. Só como e vou embora.

Chegamos na frente da casa da Heloísa e paramos as motos, já entrando na casa.

Tomate: Tem coisas que eu me arrependo pra caralho mesmo - falou, e encarei ele, percebendo que agora ele não falava só da escolha da Jessica como madrinha, mas também da treta que teve há um tempo atrás.

Lágrimas de ilusão. Onde histórias criam vida. Descubra agora