Obs.: No capítulo anterior, eu coloquei o nome da criança como Gustavo, mas é Guilherme. Acabei me confundindo.
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Gavião:
Gavião: nós vamos invadir a parada do Lucas - passei a visão - quero a cabeça daquele velho desgraçado do Carioca.
Tomate: mas como vamos saber se ele vai estar lá? Tu tá ligado que aquele velho é esperto também.
Gavião: e eu não tô morto. - olhei sério - só vou descansar quando pegar aquele velho. Filho da puta mandando X9 pra cá.
Tomate: tô ligado - passou a mão no rosto - qualquer ideia eu tô dentro. Aquele velho já deu muito prejuízo também.
Balancei a cabeça e acendi um baseado. Carioca é uma treta antiga, acho que desde antes mesmo de eu entrar no crime. Velho sempre deu dor de cabeça. Invasões, roubando nossas cargas e as cargas do comando, mandando X9 pra nossa área e matando gente importante.
Não só gente nossa, como da polícia também. É um dos mais procurados do Rio, a cabeça dele tá valendo pra caralho para a polícia. Papo de que o policial que conseguir prender ou matar ele, ganha uma grana preta pra caralho e ainda sobe de cargo.
Mas até hoje ninguém nunca conseguiu pegar o Velho. E admito, pô, o Velho é esperto pra caralho. Mas só pela dor de cabeça que ele vem me dando, eu ainda vou destruir ele. Nem que isso seja a última coisa que eu faça.
Terminei de organizar as últimas paradas com o Tomate sobre as cargas e de quem estava devendo. Gosto dos meus bagulhos organizados, pô, principalmente os bagulhos daqui do morro.
Assim que terminamos de resolver os bagulhos, Tião apareceu na sala com o dinheiro dos aluguéis e o caderninho. Olhei tudo logo para ver se estava certo e guardei o dinheiro, mandando ele vazar.
Tomate: Vou lá pegar o Gui - falou, levantando a cabeça.
Gavião: Eu vou também. Tenho umas paradas pra falar com a Heloísa. - falei, lembrando que ainda não tinha me resolvido com ela de domingo.
Nem ligo para esses bagulhos, tá ligado? Trato qualquer um de qualquer jeito mesmo. Me importo com nada. Mas a Heloísa já é outro bagulho. É minha irmã. Minha caçula, pô.
Sempre me controlo perto dela. A garota já sofreu demais e, hoje em dia, eu só tento dar o meu melhor para ela, mesmo que isso, às vezes, ainda seja pouco.
Saí da sala pegando outro baseado e tranquei. Tirei a chave do pescoço e subi na moto, ligando em seguida.
Tomate: às vezes bate o arrependimento do caralho de ter colocado a Jessica como madrinha do Gui, papo reto. - falou enquanto dirigíamos nossas motos e eu o encarei.
Gavião: ainda falei, pô. - falei lembrando de ter dito a ele que ele ainda ia se arrepender disso - não sei nem onde tu tava com a cabeça de ter me chamado para ser padrinho dele também. Tua sorte é que eu me amarro naquele pivete.
Guilherme é filho do Tomate e meu afilhado. Assim que ele nasceu, o Tomate me chamou para ser padrinho e a Walesca, mulher dele, chamou a Jessica para ser a madrinha, que na época era melhor amiga dela.
Hoje em dia, as duas nem se falam mais, mas a Jessica ainda continua sendo madrinha do Gui e eu pego ela às vezes. Mas é sem futuro. Só como e vou embora.
Chegamos na frente da casa da Heloísa e paramos as motos, já entrando na casa.
Tomate: Tem coisas que eu me arrependo pra caralho mesmo - falou, e encarei ele, percebendo que agora ele não falava só da escolha da Jessica como madrinha, mas também da treta que teve há um tempo atrás.
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Lágrimas de ilusão.
Fiksi PenggemarNunca espere demais da sorte ou dos outros; no fim, não há quem não decepcione você.