O céu estava cinzento naquela manhã, como se até o tempo respeitasse a dor que pairava sobre Hogwarts. O silêncio dominava o castelo e os terrenos, interrompido apenas pelo som dos passos arrastados dos que se reuniam para prestar suas homenagens aos caídos.
No centro do cemitério improvisado, túmulos recém-escavados se estendiam em uma fileira melancólica. Flores foram deixadas sobre cada um deles, enfeitiçadas para não murcharem. O nome de cada bruxo e bruxa que pereceu na batalha estava gravado em pedra, para que nunca fossem esquecidos.
Regulus Arcturus Black havia sido enterrado com honra. O traidor que havia se tornado herói.
O caixão negro, adornado com o brasão da família Black, repousava sobre a terra escura. Sirius estava à frente, as feições fechadas, mas seus olhos brilhavam com uma tristeza que ele não fazia questão de esconder. Ele segurava a varinha com força, como se aquilo fosse a única coisa impedindo-o de desmoronar.
Alec estava próximo, silencioso, os cortes em seus braços agora cicatrizados. Ele apoiava Astoria, que estava ao seu lado, os olhos fixos na lápide de sua irmã.
Daphne Greengrass.
O nome gravado na pedra era um lembrete cruel do que eles haviam perdido.
Astoria segurava uma rosa branca com dedos trêmulos, o rosto pálido, os olhos vermelhos de tanto chorar.
-- Ela deveria estar aqui - sua voz saiu fraca, quase um sussurro.
Alec apertou o braço dela de leve, oferecendo o único conforto que podia.
-- Ela está - ele respondeu, sua voz rouca pelo cansaço e pelo luto - Sempre estará.
Astoria fechou os olhos, deixando as lágrimas escorrerem.
Ao redor deles, outros se reuniam, seus rostos marcados pela dor. Os Sonserinos estavam presentes em peso, todos de preto, quebrando a ilusão de que eram apenas espectadores na guerra. Blaise e Pansy estavam junto com Lorenzo, que tinha se machucado durante a guerra e só fora descobrir sobre a morte de Daphne mais tarde. Theo, por outro lado, estava junto com os Weasley.
Sua cabeça estava apoiada no ombro de George, as mãos unidas em um aperto firme. Eles tinham recebidos olhares estranhos de várias pessoas, alguns ainda vindo da família de ruivos, mas nada daquilo importava naquele momento.
George estava empenhado em apoiar o namorado, tanto que não se importou com Percy falando besteiras em seu ouvido.
Quando a cerimônia chegou ao fim, Sirius se ajoelhou ao lado do túmulo de Regulus, passando a mão sobre a pedra fria.
-- Você fez a coisa certa no final - ele murmurou - E eu sinto muito por ter demorado tanto para perceber isso.
-- Você não tinha como saber.
Sirius sobressaltou olhando para todos os lados procurando de onde vinha a voz, até seus ombros relaxarem ao ver o ruivo parado atrás de si.
-- Seu irmão era muito orgulhoso, e se recusou a ir até você várias vezes, parte disso provavelmente devia ser pelo medo. Apesar dele nunca admitir, a forma que vocês se afastaram foi dolorosa.
-- Era ele quem mandava os alimentos pra casa onde eu estava?
-- Era, inclusive eu te salvei mais por causa dele.
-- Isso é sério?
-- Talvez sim, talvez não... - ele balançou a cabeça - Mas eu realmente não simpatizava muito com você a um tempo atrás. Mas não foi para isso que eu vim até aqui, eu só queria falar que seu irmão foi literalmente como um anjo pra mim nesses últimos anos. Tudo bem que ele achava uma péssima ideia me colocar nos planos dele, mas eu só sobrevivi quando fiquei preso com Voldemort por causa das várias coisas que ele me ensinou.

VOCÊ ESTÁ LENDO
I Wanna Be Yours || Draco Malfoy
FantasyDesde pequeno, Alexander Weasley achou que seria igual aos seus irmãos. Seus sete irmãos que eram gentis, amigáveis e corajosos, todos seguindo as tradições da família. Até que com onze anos, sua vida toma um rumo diferente quando na cerimônia do c...