Corine x Nigel

1.1K 155 8
                                    

Acordei com um cutucão generoso nas minhas costas, me virei para ver quem era, louco para dar um soco se fosse um dos meus irmãos, mas não era, fiquei alguns minutos olhando para aquele rosto carrancudo e para aqueles olhos furiosos em pé ao meu lado.

_ Levante-se e vamos conversar... Vou esperar você na sala...

_ Aconteceu alguma coisa tia!?

Ela não disse nada, apenas saiu do quarto sem fechar a porta, olhei para a cama de Joe, estava vazia, me sentei, meu coração começou a pular dentro do peito, pressenti que estava realmente encrencado, passei a mão no rosto e me levantei puxando a camiseta e segui para a sala sem lavar o rosto e escovar os dentes, tia Corine estava em pé na sala, a casa estava vazia.

_ Onde estão todos?

_ Saíram já tem alguns minutos!

_ Mamãe não iria te deixar sozinha aqui assim...

_ Ela não sabe que estou aqui...

Tia Corine veio até mim, com a boca curvada e seu olhar de ódio, parou a minha frente e estendeu a minha frente a cartela de anticoncepcional que comprei para Victória, desviei o olhar dela para a cartela e a peguei na mão, arrancando.

_ Por quê?

_ Eu a amo...

Levei um tapa no rosto que me fez virar, fiquei naquela posição com os olhos fechados e absorvendo a dor, lentamente voltei o meu rosto para ela e a olhei novamente.

_ Eu a amo e vou me casar com ela...

_ E vai viver de quê Nigel? _ Ela falou entre os dentes. _ Desde pequeno você sempre foi abusado e malcriado desobedecendo a todos, se fazendo de vitima arrependido e agora quer levar a minha filha para o buraco com você...

_ Eu a amo... E Ela me ama e transamos... _ Levei outro tapa, desta vez não demorei para falar. _ Eu tenho um apartamento em Nova York e vou levar Victória comigo e vamos viver muito bem sem vocês...

_ Victoria não sai daqui... Ela pertence a este lugar... _ Tia Corine se aproximou mais ainda, me intimidando. _ Não a procure... Não chegue perto da minha casa... Não ouse atrapalhar o namoro dela com esse rapaz... Não dirija a palavra a mim Nigel, por que o nosso laço de tia e sobrinho acabou a partir do momento que entupiu a cabeça da minha filha e a fez tomar essa porcaria para conseguir o que queria... Agora que conseguiu... Quero que a deixe em paz.

_ Nunca!... Nunca vou deixar Victoria em paz... Por que ela sem mim não é nada... _ Não saí do lugar, se era para falar de igual para igual e já não era mais a minha tia, eu podia desrespeitá-la. _ Victoria vai se matar na primeira oportunidade que eu a deixar... Por que nossas vidas estão ligadas... Somos um apenas... Você não é nada, nunca a protegeu como devia... Apenas atrapalha a vida dela, impõe suas vontades e esquece de que Victoria pode fazer suas próprias escolhas... Você esta entregando sua filha para um desconhecido só por que ele tem dinheiro e o pai dele é o prefeito.

_ Fique longe dela Nigel...Ou eu conto tudo para seus pais, e abro uma denuncia contra você por estupro...aí vai ficar para o resto da vida bem longe dela e a traz das grades. _ Ela me olhou com tanta fúria que dei um passo para traz perdendo completamente o chão.

_ Você não faria isso contra seu próprio sobrinho e sua família? _ Estava chocado com sua frieza.

_ Sim!... Eu faria... Mesmo sabendo que perderia o amor de minha irmã... _ Ela deu mais um passo a frente, completamente insana. _ O que fez foi imperdoável Nigel... Eu nunca gostei de você... Principalmente quando jogou a minha filha naquele maldito poço onde costumavam a brincar... Se isso foi uma vingança contra a minha pessoa por ter denunciado para sua mãe o que fez... Muito bem!... Considere que aceitei isso, mas agora não vou tolerar que se aproxime de novo de Victória... Some de nossas vidas.

_ Eu vou leva-la comigo tia... E sei que Victória não vai me trair se me denunciar... Ela quis... _ Sorri e me ergui. _ Ela me ama e sempre vai me amar, pode se passar anos... Mas os últimos dias dela será comigo, quer queira... quer não...

_ Chegue perto e eu te mato.

Tia Corine virou as costas e foi embora me deixando ali parado de boca aberta, seus olhos eram tão odiosos que se ela tivesse uma arma, ela teria me matado sem dó, olhei para a cartela na minha mão e desejei que Victória estivesse grávida de mim, ela teria que engolir um neto indesejado fruto do nosso amor e sangue do meu sangue, caí de joelhos perdendo as forças e juntei as mãos no rosto e chorei, magoado com as palavras duras de minha tia, tia não, ela nunca foi, ela sempre me odiou, mas uma coisa eu iria fazer, quando morresse, faria questão de estar em seu enterro.

Por Você (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora