Persentimento

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James chegou por volta das 16h, o taxista o deixou na porta do prédio, autorizei a subir e o esperei na porta do elevador, abri os braços e ele me deu um abraço apertado.

_Como vai James?

_ Bem! _ Ele me olhou depois que me soltou. _ Você está elegante.

_ Tenho que ganhar a vida de alguma forma.

_ Claro!

Depois de uma boa conversa e mostrar o escritório, fomos para casa, em uma hora precisava estar no Hotel onde tinha um pequeno ginásio e onde aconteciam as lutas, confesso que estava me sentindo nervoso e angustiado, fazia tempo que não me sentia assim, James me ajudou a separar o que iria precisar para levar e de lá fomos com Ramon para o hotel, meu preparador já estava a minha espera, minhas pernas não paravam quietas, James fez a mesma coisa que da outra vez, ficou num canto calado, e eu no meu canto esperando ser chamado, com um monte de toalhas quentes envolto dos meus ombros e costas e na cabeça, as minhas mãos foram preparadas e já estava com as luvas apertadas, e vejo Victória entrar no vestiário, pisquei várias vezes, ela caminhava lentamente até mim, passei a mão no rosto e fechei os olhos, não podia surtar agora, não era hora para isso, quando abri, Esma estava a minha frente, bufei e a agonia aumentou.

_ Esta se sentindo bem?

_ Estou... _ Respondi de imediato, olhei para James que se levantou devagar e veio cumprimenta-la, os dois apertaram as mãos.

_ Vim desejar boa sorte... E... _ Ela sorriu arteira. _ Clemence está comigo esta noite... Então se achar interessante, podemos sair para jantar.

_ Se eu sair inteiro, com certeza! _ Respondi rindo e achando graça.

Quarenta minutos depois fui chamado por Ramon, eu e James seguimos como da outra vez, sem pressa, eu tinha todo o tempo do mundo e três rounds, a angustia foi aumentando conforme passava as horas, James parou na minha frente de novo me deu o conselho de parar a luta antes de me machucar feio, consenti com a cabeça, segurei seus ombros.

_ Fique tranquilo...

Depois de passar pelo juiz, receber instruções e vaselina no rosto, subi no oquitodono, me agachei.

_ Ainda e por você... _ Mas não consegui dizer o nome dela, por que agora abria a ferida.

Começamos a nos analisar enquanto foi dada a autorização para começar a luta, Beijamin me deu um chute na panturrilha, absorvi a dor, deixei que me desse mais uma, observando sua guarda e o modo como baixava os punhos para me golpear na perna, no terceiro golpe dei um passo a frente meio que dando um pulo para o arranque e desferi um único golpe no rosto do meu adversário que cambaleou, eu o agarrei pela cintura e levei ao chão, mas ele foi esperto e me segurou e num giro rápido deu as costas para mim, tentei de todas as formas dar um mata leão, mas o cara era bom e o sinal soou, o larguei esbaforido e agoniado, James e o preparador físico entraram, me sentei no pequeno banquinho, enquanto recebia instruções eu olhei para James, tirei o protetor de boca, agarrei na camiseta dele e o puxei para perto e falei em seu ouvido.

_ Ligue em casa... Pergunte se todos estão bem...

James se afastou e franziu o cenho.

_ Estão todos bem Nigel... Não é hora de se preocupar com isso...

_ Não James... Tem algo de errado e eu vou enlouquecer... _ O sinal foi dado novamente, nos levantamos, James saiu carregando o banquinho e me olhou sobre os ombros já parecendo preocupado, olhei para o meu adversário e voltamos a lutar quando recebemos a ordem, novamente giramos pelo tatame, uma dor em minha cabeça se fez presente, bem ao lado na têmpora, levei a mão e vi Benjamin levar o punho ao meu rosto, desviei por milímetro e dei um soco em suas costelas e ai não parei mais, por que eu precisava acabar com aquela luta e ir embora daquele lugar, meu coração estava batendo tão forte que não sabia o que fazer para diminuir o ritmo, o ultimo soco foi no queixo dele que foi a lona, e eu caí do outro lado desmaiado por causa da dor aguda.

 

Por Você (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora