Nigel e sua declaração a terceira pessoa

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Meia hora depois estávamos rindo e jogando vídeo Game, titia Corine batia um bolo conversando com minha mãe, o jogo era de corrida, então para mim era fácil, me cansei e larguei o controle e fiquei apenas observando Victória; Desde pequeno eu sempre amei aquele rosto, e a ligação que temos é tão grande, é incrível que eu a sinto chegar a quilômetros de distancia, é como se eu a esperasse a vida toda, antes eu achava que era sentimento de irmão, primos que se amavam como parentes, mas eu estava completamente errado, Victória sempre me encantou pelo sua alegria, inteligência, travessura e pelo cheiro dela, desde bebê ela cheira bem; Sorri com esse pensamento, quando a olhei, Victória estava me olhando com seu sorrio bobo.

_ Do que está rindo?

_ Me lembrando de quando você era bebê...

Victória deu uma leve afastada de mim e riu mais ainda.

_ Você só tinha dois anos e meio... nem se lembra disso.

_ Claro que me lembro... Como iria esquecer daquela garotinha chorona que não parava quieta no berço...você chorava pior que um gato com fome!

_ E você sabe como um gato chora... ainda mais com fome?

Não respondi, apenas voltei a olha-la, o sorriso de Victória passou de divertido para o de interrogação, e ela olhou para a minha boca, "merda", não faz isso Victória, não olha para a minha boca, minha respiração se alterou, fiz um esforço louco para não olhar para a boca dela, que era redonda e carnudinha, devia ser uma delicia beijar aquela boca.

_ Nigel... _ Disse ela quase em um sussurro.

_ Victória!

Meu Deus, eu preciso me controlar, e aquela voz me chamando, parecia estar em sofrimento, de um impulso e me levantei para não beija-la ali mesmo na frente de todos, rosnei e passei a mãos nos cabelos e saí.

Saí da casa sem dizer mais nada e caminhei até a mesa de jardim e me sentei no banco e me apoiei na mesa, não demorou muito, Victória trazia água para mim, agradeci com um sorriso e tomei devagar, bem diferente dela que foi de uma vez, ficamos calados por um tempo, Victória cutucava com a unha a superfície da madeira tirando o verniz envelhecido.

_ O que vai fazer depois que terminar a escola? _ Perguntou ela para quebrar aquele gelo.

_ Eu quero dar um tempo sabe... ficar um ano descansando e depois ver uma faculdade.

_ Já sabe o curso que quer fazer?

Ela me olhava temerosa, não sei se isso era bom ou não, respirei fundo, olhei em volta.

_ Quero fazer economia... ou administração...gosto de números... _ Nos olhamos e rimos._ Quero sair deste fim de mundo e ganhar o mundo e ser um homem rico, mas não poderoso... Eu só quero viver bem... Poder viajar, comer o que eu quiser e dar tudo de bom e do melhor para a minha esposa linda e amada.

Nos olhamos novamente, Victória perdeu o sorriso, ajeitou o cabelo que agora viviam mais soltos do que antes, soltou o ar pela boca, estava frio e o ar que saiu de sua boca, parecia fumaça, ela olhou em direção a casa.

_ Você ama Alice não é!?

Minha nossa, essa pergunta me deixou tão confuso, não por que eu amava Alice, mas eu não sei se Victória me amava também, um arrepio passou por mim e minha vontade era de me jogar sobre aquela mesa e atacar a sua boca.

_ Não Victória... _ Ela me olhou de imediato, procurando a verdade nos meus olhos. _ Eu amo outra pessoa... Mas é complicado de me declarar para ela... Existem barreiras entre nós...e no momento isso é impossível de acontecer, mas juro que se eu pudesse, estaria agora nos braços dela, a beijando e a amando como ela merece.

Victória sorriu e relaxou, aquela expressão corporal me deixou mais ainda confuso, não sei se ela entendeu bem o que eu queria dizer, que ela era a mulher com quem eu queria viver a eternidade, ela voltou a cutucar a mesa.

_ Sabe...O Percy disse que gosta de mim... E no dia do meu aniversário ele vai me levar ao cinema... _ Ela sorriu tímida e ficou vermelha, ela não olhava para mim. _ Como é gostar de alguém?

Nossos olhos se encontraram.

_ Você aceitou sair com ele!? _ Eu vou matar esse Percy.

_ Aceitei!... _ Seu sorriso sumiu, ela percebeu meu descontentamento. _ Nigel... É só um cinema!

_ Eu sei bem o que acontece num cinema... _ Me levantei apoiando as duas mãos na mesa e me inclinei sobre ela. _ E não é só para assistir filmes.

_ Você é podre Nigel...você só pensa em coisas erradas...

_ É por que eu sou mais velho que você e sei bem o que acontece... E você não vai sair com esse moleque.

Me virei e caminhei com intenção de entrar, "que merda", eu me declarando para ela, e ela me conta que vai sair com aquele babaca, voltei e novamente apoiei as mãos na mesa e olhei fundo para os seus olhos.

_ Você quer sair com ele?

_ Q... quero... _ Minha nossa, agora ela estava com medo de mim.

_ Tudo bem... Mas se ele encostar um dedo se quer em você...eu juro que o mando para o hospital ou para debaixo da terra.

Ela ficou de boca aberta e se levantou.

_ Você não é meu pai...

_ Eu sou seu primo... E prometi que iria cuidar de você e estou cumprindo... Sua maluca! 

Por Você (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora