Sinais

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- Você está bem?

Alice me olhava curiosa. Senti minha visão falhar e tudo ao meu redor começar a escurecer. Ah não... por favor, agora não!

- Hey... Helena?!

Senti mãos macias pressionando levemente meu braço direito.

- Helena... se não estiver se sentindo bem...

Eu conseguia ouvir as vozes, mas o cenário ao meu redor estava desfocado. Eu sabia exatamente o que estava havendo, minha pressão estava caindo, mas eu só precisava respirar um pouco e essa sensação iria embora...

- Vem Helena...

- Não, rs...  não precisa, eu estou bem...

Me desvencilhei de sua mão tentando equilibrar-me sozinha. Aquelas palavras saíram automaticamente. Mas ninguém acreditou, até mesmo eu estava começando a duvidar da veracidade do que eu disse.

- Vem, vamos sim!

Ela tanto insistiu que eu acabei desistindo e aceitei ir até a enfermaria. Caminhávamos em silêncio, de vez enquanto ela me olhava, acho que para ter certeza de que eu ainda tinha forças para andar com minhas próprias pernas e que não iria simplesmente desabar sobre a cerâmica. Eu já me sentia um pouco melhor, mas aquela sensação de fraqueza permanecia aqui. O suor frio escorria em minhas costas por baixo da blusa. Depois de termos vencido os degraus avistamos uma porta à esquerda. Alice bateu firmemente e em poucos segundos uma mulher de aparentemente uns 30 anos nos atendeu com um sorriso no rosto.

- Sim? Em que posso ajudar?

- Ah, minha amiga aqui... ela estav-

Eu não consegui ouvir o resto da frase, tudo que senti foi o controle que eu tinha sobre meu equilíbrio fraquejar e meu corpo ir ao chão.

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Abri meus olhos lentamente, a luz débil que atravessava a janela indicava que já havia amanhecido. Conferi as horas em meu celular, 11 hrs e 40 min... . No canto superior da tela tinham dois ícones, um de chamadas perdidas e outro de sms. Esfreguei meus olhos e em seguida executei os comandos a fim de ver do que se tratavam aqueles símbolos. Resultado: Duas chamadas de Luana e um sms de Gabe. Ignorei a garota mas... o que será que Gabe queria comigo?

Disquei o número dele pois era bem mais prático falar do que escrever. Ele não se importaria, afinal a esta hora já deviam estar no refeitório na fila do almoço. Ele atendeu no segundo toque.

- E aí mano, o que houve?

- Ei, você tá ligado que aquele festival estava cheio de produtores né?

- Sim, e daí? A gente não venceu...

- Pois é mano, mas um deles me ligou hoje mais cedo... Conseguiu meu número nem sei como... perguntou onde a gente estava hospedado e disse que queria falar com a gente...

Me sentei atônito na cama.

- Pera, como assim? Explica isso direito...

- Mano, o cara curtiu nosso trabalho... Perguntou se não estávamos interessados em fazer um contrato...

Puta merda, me diz que isso é mentira...

- Affz mano, que vacilo... O que você respondeu?

- O que você acha??

- Pôxa... se não tivéssemos vindo embora... que droga hein.

Eu não conseguia acreditar naquilo, como que isso aconteceu com a gente? Que merda a gente tem na cabeça para ter voltado antes do fim do festival? Eu não conseguia conter minha frustração.

Convergindo (Em Construção)Onde histórias criam vida. Descubra agora