Eu me sentia totalmente confuso, o rosto dela não saía de minha mente...
À medida que a rua ia ficando familiar meu coração parecia querer sair do peito. Eu tinha que me preparar psicologicamente para o discurso que minha mãe iria proferir no momento em que eu pusesse os pés dentro de casa. De longe avistei as luzes das sirenes e acelerei em direção à multidão que se formava, meus pais estavam entre eles. Acidentes em plena sexta-feira eram muito comuns. Estacionei junto ao meio-fio e me juntei aos demais telespectadores.
Lentamente fui abrindo caminho entre as pessoas a fim de saber quem eram as vítimas. O chão estava cheio de cacos de vidro... Os bombeiros retiravam uma jovem loira de dentro do veículo cuja frente estava razoavelmente destruída por causa da colisão com a árvore. Reconheci imediatamente seu rosto e um estalo mental me fez procurar a segunda pessoa que certamente estava guiando o veículo. Olhei para todos os lados até encontrá-lo sendo atendido por um paramédico. Ele estava sentado na parte traseira de uma ambulância e parecia ainda um pouco zonzo enquanto o socorrista usava uma mini lanterna para examinar suas pupilas.
Me aproximei. Toquei no ombro do paciente e tanto ele quanto o jovem que o atendia olharam para mim.
- Mano, mas que merda foi essa?
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Estávamos deitados um ao lado do outro de barriga para cima, fitando o teto de gesso. Seu peito subia e descia descompassadamente sob o lençol que ela mantinha sobre si com a ajuda da mão direita. Uma mecha de seu cabelo lhe caía sobre o rosto, cobrindo um de seus olhos. Com o mão esquerda removi-a carinhosamente e ela olhou para mim e sorriu, exausta.
- Não sei de onde você tira tanta disposição...rs...
E dessa vez foi minha vez de sorrir. Retirei sua mão de cima do lençol e pus sobre minha região íntima, ela sobressaltou ao sentir o volume. Seus dedos estavam quentes e a textura de sua pele era tão macia... Olhei diretamente em seus olhos, aquelas íris castanhas- esverdeadas estavam cheias de desejo e paixão.
- A culpa é sua por me deixar assim...
Fui lentamente aproximando meu rosto do seu, nossas pálpebras iam se fechando lentamente num movimento sincronizado. Seus lábios estavam entreabertos chamando pelos meus...
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Ele aproximou os lábios de meu ouvido direito e sussurrou.
- Quando quiser ir para casa é só avisar...
Nós ainda não havíamos nos movido um centímetro desde que chegamos, apenas assistíamos os outros jovens dançando e bebendo enquanto curtíamos sóbrios a companhia um do outro. Estávamos tão próximos... mas ele ainda não tinha tido a iniciativa de fazer o que imaginei acontecendo durante toda a noite desde que saímos de casa.
Discretamente conferi as horas em meu celular... 21 hrs e 35 min.
Nossa, como o tempo passou rápido!
Ele olhava para a massa dançante e quando fez menção de voltar o olhar para mim joguei o celular de qualquer jeito dentro da bolsa.
- Então... você vem sempre aqui?
Um flashback passou em minha mente, de todas as vezes que vim a este lugar esta estava sendo a mais perfeita.
- Ah não, rs... só vim umas... bom, acho que esta é a terceira vez que venho, rs...
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Convergindo (Em Construção)
Novela Juvenil"...toda essa história começou há seis semanas atrás quando minha rotina continuava pacífica e monótona... aliás, eu já estava contando os dias para minha formatura, não porque estivesse empolgada e sim por querer me ver logo livre disso. Tão inocen...