Todos nós estávamos bem ansiosos, em pouco tempo seria nossa vez de subir no palco. Girei o volante habilmente e por pouco perdíamos a vaga para estacionar. A área reservada para os veículos dos músicos estava repleta. Carros de todos os modelos e cores, as placas denunciavam de quão longe muitos vieram para este festival. Caminhamos em direção aos bastidores do evento. À medida que nos aproximávamos os versos da canção iam ficando cada vez mais teligíveis.
"...Forget the decay... And the endlessness of all of our mistakes..."
Reconheci na hora, uma música do Cult to Follow.
"...Esqueça a decadência...E da imensidão de todos os nossos erros..."
Realmente a diversidade de gêneros da vertente rock'n'roll aqui era grande. Mesmo de longe podíamos ver a magnitude do palco, uma super-estrutura metálica com luzes e caixas amplificadoras de som. Embaixo havia uma multidão de pessoas pulando e gritando. Senti um friozinho no pé do estômago. Eu não tinha problemas de lidar com público, pelo contrário... porém esse aqui... não sei porque me senti intimidado.
"...Forget all the blame... And the apathy... And throw it all away...Forget the pain..." (29)
"...Esqueça toda a culpa...E a apatia...E jogar tudo fora...Esqueça a dor..."
Os caras no palco estavam arrebentando. Sem dúvidas esta era uma competição bem acirrada. Nos aproximamos da tenda dos organizadores e mostramos nossos passes. Alan foi quem tomou as rédeas da situação e pelo que ouvi da conversa, nós seríamos os próximos a se apresentar. Gabe nos chamou de lado e tentou falar algumas palavras de incentivo apesar dele próprio estar com o coração a mil por hora. Poucos minutos depois um auto falante nos anunciaram para a banca de jurados e a platéia, que nos receberam calorosamente. Cada um foi para o seu posto. Quando nos deparamos com tantos olhares sobre nós, não sei os outros... mas eu me senti meio perdido... claro que isso só durou um instante pois logo Alan começou a contagem e a adrenalina me envolveu por completo.
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Eu estava andando de um lado para o outro, não cabia em mim mesma de tanta ansiedade. Meu celular vibrou fazendo com que quase eu o derrubasse no chão. Rapidamente desenhei o padrão desbloqueando-o. Poucas palavras surgiram no corpo da mensagem.
Estamos subindo, me deseje sorte!
Ai meu Deus, se eu estou assim, imagine eles...
Ai Alice, sossega mulher... Vai dar tudo certo. Digitei uma resposta e ele respondeu com um emoticon. Respirei fundo, me joguei junto com o celular em cima da cama e fiquei olhando para o ventilador de teto tendo suas hélices sendo movidas pelo vento que invadia meu quarto através da janela. Pensei em chamar a Rê para ir ao shopping comigo pegar um cineminha, mas aí lembrei que ela estava bancando a babá com sua sobrinha. Nessas horas eu agradeço aos céus por minhas irmãs estarem mais preocupadas com roupas e maquiagens do que em ter filhos.
A paz hoje reinou na escola pois uma certa vaca loira faltou aula por "motivos desconhecidos"... boatos circularam que ela estava muito ruim do estômago, colocando até as tripas para fora... Humph, também... quem manda ficar enchendo a cara com qualquer copo de bebida que encontra pela frente?
... Ops... hehehe...
Falando nisso... que bafão é essa da Helena com o Fernando? Se bem que não deixei de notar os olhares que eles trocaram na sexta à noite. Affz, eu errei... como isso pode ter acontecido? Droga... o ego da Rê agora vai me encostar na parede e insistir até que eu engula meu orgulho e concorde com ela... tudo bem, eles realmente ficam fofos juntos.
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Convergindo (Em Construção)
Roman pour Adolescents"...toda essa história começou há seis semanas atrás quando minha rotina continuava pacífica e monótona... aliás, eu já estava contando os dias para minha formatura, não porque estivesse empolgada e sim por querer me ver logo livre disso. Tão inocen...