Capítulo 72

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Sai da casa da tia, subi na moto e fui na boca. O Luizinho não tava lá como tinha avisado ao CR... Voltei pro campinho e passei um radinho pro Luizinho. Liguei três vezes e nada dele atender, só na quarta vez que ele atendeu.

/ Início de ligação \

— Bruno: TU TÁ AONDE, SEU OTÁRIO? TÁ FUGINDO É? — Perguntei quando ele atendeu
— Luizinho: Tô no pé do Alemão, chefe! E tu num fala assim não, que eu num tive culpa de atirar na patroa não! Considero ela pra caralho, ia fazer isso com ela não!
— Bruno: Chego já aí pra nóis conversar!

/ Fim de ligação \

Subi na moto de novo e fui voado pro pé. Eu já tava com sangue nos olhos, imagina quando vi o Luizinho, velho...! Desci da moto já pronto pra atacar ele, mas me controlei ao máximo. Quero ouvir o que ele tem a dizer primeiro.

— Luizinho narrando —


Atirei sem querer na costela da patroa. Mano, eu tive culpa nenhuma, eu pensei que era um rival, peguete, irmã do Narinho, qualquer pessoa, menos a Fernanda. Depois que atirei nela, ela caiu e até aí eu não sabia que era ela, só soube quando o R2 gritou me chamando de filha de puta e descarregou o fuzil em mim. A sorte era que tinha pouca munição e ele não mirou, se não eu não tava mais aqui, na moral. De uns dez tiro, só dois pegou em mim, um na dobra do braço e outro no ombro, atravessando. Eu não podia ir pra casa da enfermeira daqui do morro nem pra central, porque se não acabavam de me matar, mas tava doendo pra cacete! Fiquei sentado num espaço entre duas casas, me remoendo de dor. Tirei a minha camisa e amarrei no ombro, pra estancar o sangue. Quando os cara terminaram de atirar e venceram da Maré, o CR me levou pra a casa de uma enfermeira daqui, sem ser a tia que eu sempre vou, a Marluce. Ela limpou meu braço e fez o curativo, mas me mandou ir no hospital. Agradeci e sai com o Duca. Vou muito pro hospital, já me machuquei assim e nunca fui e nem por isso morri; tô vivão. Ajudei o CR a levar o Magrelo pra central depois fui pra boca, aí depois pro pé do morro. Fiquei lá sentado com os cara e ouvi meu radinho tocar, mas não sabia onde tava, então fui procurar com o Marquinhos. Ele achou assim que chegamos na escadaria, aí voltamos pro pé. Quando tocou de novo, era o Ninho. Já sabia antes mesmo de ver. Ele disse que tava vindo aqui e em menos de 2min, chegou.

NO ALTO DO MORRO *5° TEMPORADA*Onde histórias criam vida. Descubra agora