Capítulo 61

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— M. Karolinna: Não descarta essa possibilidade, mãe, sério! Assim como a gente tava pensando em invadir lá, eles tavam pensando em invadir aqui, e o Magrelo tava aqui e sabia de tudo, e já devia ter contado ao Narinho que hoje tem baile!
— Fernanda: Aí seria mais fácil de invadir, porque todo mundo estaria interdito com o baile... Ai, Ka — Disse ficando tensa de novo — Mas se a gente tá comandando lá, isso significa que o Ninho já deu um jeito nos soldados de lá, então o Narinho ia invadir aqui sozinho é? Cê é loka!
— M. Karolinna: O papai deixou metade dos soldados da Rocinha e do Chatuba aqui...

É, isso que eu não tava lembrando. Fudeu, mano, f-u-d-e-u! Não esperei receber aviso que o Alemão tava sendo atacado pra ir me preparar. Mandei a Ka passar radinho pra o R2 — um soldado que era daqui do Alemão mas foi pra Rocinha, e tava aqui de novo "emprestado" essa noite — avisando que tinha alta possibilidade da Maré invadir aqui e que era pra ele comandar enquanto eu não chegava, e assim ela fez. Subi as escadas correndo. Ai que já tá me subindo o sangue, subindo adrenalina, amo!

— M. Karolinna: Mãe, eu vou me arrumar, tá?! — Perguntou entrando no quarto atrás de mim
— Fernanda: Você não vai, Karolinna! Cê vai ficar com seus irmãos!
— M. Karolinna: Mãe, por favor! Eu acordo a Babi e a Bia e elas ficam cuidando deles!
— Fernanda: Não! Eles não obedecem elas, e elas bagunçam mais que todos juntos! Tu vai ficar!
— M. Karolinna: Não vou!


Ela saiu do quarto e logo ouvi ela acordando a Babi e a Bia. Desnecessário, porque ela não vai comigo. Entrei no meu closet, tirei o pijama e coloquei uma calça jeans, uma blusa de manga longa e calcei um tênis, tudo preto! Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, peguei meu celular e meu radinho, desci as escadas e fui pra área de serviço, que é revestida de cerâmica, mas atrás da maquina de lavar as cerâmicas não são totalmente presas; se forçar um pouquinho elas saem. Empurrei a máquina de lavar com ajuda da Ka — que já tava vestida do mesmo jeito que eu —, empurrei o fundo falso e entrei, agachada com o corpo inclinado pra frente, assim como a Ka. Descemos as escadas, liguei a luz e peguei meu m16 preto com detalhes vermelhos — meu presente de 25 anos, que ganhei do Ninho — e duas pistolas — uma ponto 40 e uma 380. Vesti meu colete, botei a bandoleira do fúzil no ombro, botei o coldre axilar (foto abaixo) e duas pistolas nele. A Ka me ajudou com as munições. Coloquei uma pochete e enchi de munição do fúzil e das pistolas. Depois de mim, ajudei a Ka a se preparar e ela se arrumou do mesmo jeito que eu, a única diferença foi que ela só foi com uma pistola, pois só ia me dar cobertura. Depois de tanto ela falar, eu acabei deixando ela ir comigo. Logo ficamos prontas, e pra terminar colocamos uma toca preta. Saímos do fundo falso e arrumamos do jeito que estava. Quando voltei pra sala, todos os pivetes já estavam acordados e eu encarei a Karolinna.

NO ALTO DO MORRO *5° TEMPORADA*Onde histórias criam vida. Descubra agora