Capítulo 57: Encontro Indesejado

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Era uma sensação estranha, observar Bianca se afundar em uma situação que eu conhecia tão bem, mas que, agora, parecia muito mais sombria. O que eu sabia sobre ela e o Marcelo não era bom, mas isso era irrelevante agora. O que importava era a pequena vida que crescia dentro dela. A dúvida me consumia. Deveria ajudá-la? Ignorá-la? Ou, quem sabe, retribuir com um sorriso sarcástico todas as palavras duras que ela me lançou no passado? Não. O melhor que eu poderia fazer era estender a mão.

Com o coração pesado, abri o aplicativo de mensagens e o nome dela brilhava na tela.

Bate-papo on: Bianca / online

— Oi, Bianca. Acabei de ver as suas mensagens. — escrevi, hesitante.

— Graças a Deus você me respondeu! Depois de meses me ignorando!! — A resposta dela foi quase um grito, um desespero que eu conhecia muito bem.

— Só te respondi porque o seu bebê não tem culpa dos seus erros. Irei te ajudar por ele!

— Estou decidida que não quero tê-lo! O Marcelo surtaria com essa notícia e os meus pais me colocariam para fora! — A angustia dela transparecia em cada palavra.

— Não, você precisa assumir as suas responsabilidades! Amanhã cedo, te encontro naquela cafeteria para conversarmos melhor.

— Tudo bem. Eu nem sei como te agradecer por querer me ajudar, mesmo depois do que eu fiz.

— Fique em paz. Boa noite!

Bate-papo off.

Apesar de tudo, uma sensação de dever cumprido me envolveu. Eu precisava ajudá-la a aceitar o que estava por vir. Afinal, há um inocente no meio de tudo isso. Amanhã irei reencontrá-la depois de tanto tempo e, por mais que eu quisesse socá-la por suas escolhas ruins, não conseguia guardar rancor. Apenas queria fazer o certo. Desliguei o celular, deixei que o cansaço me dominasse e logo adormeci. 

(...)

O dia seguinte chegou cedo, e o sol se filtrava pelas cortinas. Após um banho revigorante, vesti um shorts jeans e uma camiseta preta com uma estampa de rock. Um par de tênis para completar o visual, e saí de casa decidida em direção ao café da manhã marcado. Ao chegar à cafeteria, avistei a Bianca acenando nervosamente, seu rosto misturando alívio e preocupação.

— Pensei que você não viria mais. — disse ela, com um sorriso hesitante.

— Eu honro as minhas palavras, Bianca.

Ela olhou para a minha barriga, um misto de admiração e surpresa em seu olhar.

— A sua barriga está enorme... e muito bonita, claro! Já sabe o que é? — perguntou, um pouco sem jeito.

— Menino. — respondi, puxando uma cadeira para me sentar.

— E o Ian? Ele é bastante presente? Porque eu não sei se o Marcelo vai ser legal comigo.

— Sim, o Ian tem sido um ótimo companheiro. E quanto ao Marcelo... — Pausei, lembrando das histórias que circulavam sobre ele. — ele é um cara, digamos, um pouco frio. Mas quem sabe essa notícia o torne mais gentil?

— Ele não é muito gentil, pelo contrário. Extremamente ignorante, machista e autoritário. — Ela suspirou, a expressão de preocupação no rosto.

— Eu já imaginava... — Disse, tentando mudar o clima. — Vamos fazer logo o pedido? Acordei com fome!

— O que você gostaria de comer? Deixa que eu vou lá pedir! — Ofereceu, tentando se distrair.

De Repente GrávidaOnde histórias criam vida. Descubra agora