O Ian me levou a um restaurante no topo de um arranha-céu, onde a vista da cidade era deslumbrante. As luzes brilhantes da metrópole refletiam-se em meus olhos, enquanto as estrelas começavam a aparecer no céu profundo. O vento suave bagunçava meus cabelos e trazia à tona as lembranças da má notícia sobre meu bebê e das ameaças de Duda. Era difícil escapar desses pensamentos, mas eu me esforcei, lembrando da promessa que fizemos: aquela noite seria só nossa, livre de preocupações.
— Vamos nos sentar, já reservei uma mesa para nós! — A voz rouca de Ian soou, arrancando um sorriso involuntário de mim.
— Este lugar é realmente incrível! O ambiente, a vista, a música... Aqui em cima, sinto como se estivesse flutuando nas nuvens. — A admiração transbordava em minha voz.
— Sabia que ia gostar!!
— E quantas mulheres você já trouxe aqui? — indaguei, encarando-o com uma expressão provocadora.
— Na verdade, você é a primeira. Acha que eu daria o luxo de trazer qualquer uma para esse lugar? — Ele riu, seu olhar sincero.
— Bom, eu não duvido. — Revirei os olhos, mas um sorriso se formou em meus lábios.
— Normalmente, venho aqui apenas com minha família. — Ele falou, um tom de seriedade envolvendo sua voz.
— Então esse lugar deve significar muito para você.
— Só não é mais especial que você! — Seus olhos brilhavam com intensidade, e eu me senti aquecida por dentro.
A noite fluiu suavemente, esquecendo momentaneamente nossos problemas. O Ian compartilhou histórias de sua vida, e eu fiz o mesmo, enquanto perdíamos a noção do tempo. Nossos olhares se cruzavam com frequência, e meu sorriso parecia ser parte de um encanto. A sensação de paz que ele me proporcionava era inigualável, e eu valorizava cada momento que passávamos juntos.
Após o jantar, saímos para admirar a paisagem iluminada e o céu estrelado. O silêncio que se instalou entre nós era confortável e cheio de significado. O Ian se aproximou, acariciando a minha barriga e depositando beijos suaves em meu rosto.
— Vamos para a minha casa? — ele quebrou o silêncio, e eu assenti, aliviada por não querer ficar sozinha em casa.
De mãos dadas, deixamos o restaurante e descemos pelo elevador. Contudo, à medida que nos aproximávamos do estacionamento, uma nuvem de preocupação obscureceu meu coração. As ameaças que recebi ainda pairavam sobre a minha mente, e eu lutava contra a tentação de mencionar qualquer problema.
— Não quer me contar nada? Algo me diz que você está pensativa demais! — Ian perguntou, seu olhar perscrutador me desnudando.
— Se você quiser me falar sobre suas ex-namoradas... — brinquei, tentando desviar a conversa e descobrir algo.
— Eca, não quero falar delas! — Ele fez uma careta de nojo, e eu não consegui conter a risada.
— Então tá bom. — Dei de ombros, satisfeita com a mudança de assunto.
— O Iago pretende fazer uma social em casa amanhã, e você vem! — A afirmação de Ian soou como um convite irresistível.
— Vou pensar.
Poucos minutos depois, chegamos ao condomínio onde o mesmo morava. Sentimentos estranhos começaram a surgir, uma inquietação que eu não conseguia explicar. O Ian morava ali, e não deveria haver nada de errado, mas um pressentimento ruim me envolveu, causando uma leve tontura. Tentei ignorar, mas a sensação de fraqueza me fez perder o equilíbrio.
— Isabele?!! — Ian correu em minha direção, pronto para me segurar. Tentei abrir os olhos, mas a fraqueza era demasiada. — Você está bem? Vamos ao hospital!!
— Estou bem... acho que foi algo que comi. — Afirmava, mas a preocupação ainda vibrava na minha voz.
— Tem certeza? — Ele parecia hesitante.
— Tenho, vamos entrar!
Assim que adentramos a casa, rapidamente me recuperei, porém o desconforto ainda permanecia. Espero que tudo esteja bem com o bebê. A família de Ian estava em casa, incluindo o Iago, que sorriu amplamente ao me ver. Cumprimentei todos, e eles me receberam calorosamente. Eram pessoas genuinamente simpáticas, uma verdadeira família do bem.
O Ian me levou diretamente ao seu quarto, um espaço que eu havia perdido a conta de quantas saudades sentia. Enquanto tirava minha sandália e acessórios, uma nuvem de ansiedade se instalou em minha mente, trazendo de volta as ameaças de Duda. Talvez eu não devesse ter respondido a ela; o ódio e ciúmes que ela exalava eram palpáveis. Mas, no fundo, sabia que se o Ian realmente a quisesse, eles estariam juntos.
— Planeta Terra chamando Isabele! — A voz de Ian me trouxe de volta à realidade.
— Desculpa, estou meio distraída hoje... Ian... podemos conversar? — O tom da minha voz era sério, e sua expressão mudou.
— Claro, o que aconteceu? — Ele se sentou na cama, a preocupação visível em seu rosto.
— Me responde só uma pergunta: onde a sua ex, Duda, mora? — A ansiedade brotou em mim, como um gélido aviso.
— Isa... — Ele riu, mas havia um toque de confusão. — Por que quer saber dela?
— Onde ela mora, Ian? — minha voz saiu mais alta, em meio ao nervosismo.
— Aqui no condomínio! — As palavras dele cortaram o ar.
O meu coração disparou com essa revelação. Era esse o pressentimento que me assombrava: ela estava mais próxima do que eu poderia imaginar.
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De Repente Grávida
Ficção Adolescente+16 "Ela não quer alguém que a entenda por completo. Mas ela não abre mão de alguém que acalme sua cabeça e principalmente o seu coração. Ela quer por as vezes estar junto de ti e ficar apenas em silêncio, mas que esse silêncio nunca signifique...