Capítulo 78

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2 semanas depois...

Estava no aeroporto junto com o Ian esperando a minha mãe chegar, já queria roer as unhas de tão ansiosa para ver ela. Posso até ter me acostumado mas era difícil morar distante dela depois de tantos anos de convivência, eu sentia muita falta. Vamos passar uma temporada juntas e não tinha nada melhor do que passar um mês ao lado da minha mãe, do meu filho e do meu futuro marido. Eles são tudo pra mim, chega me faltar palavras para descrever o quanto são importantes e o eu quanto amo.

Faltava quinze minutos para o desembarque, meu coração já queria saltar para fora junto com o meu filho, pois ambos estavam muito agitados dentro de mim. Quando eu vi a minha mãe de longe, eu queria correr até ela e abraçá-la mas a minha barriga me impedia de correr tão rápido. A gente se abraçou fortemente por alguns longos minutos, a saudade era imensa. Seus olhos ficaram inundados e os meus também se encheram de lágrimas. Ela alisou e beijou muito a minha barriga sentindo pela primeira vez o seu netinho agitado se mexendo sem parar, e conheceu o Ian pessoalmente.

                                 (...)

Durante os dias que se passaram, ela que organizava o nosso apartamento, pois o Ian não sabia fazer nada e eu ficava de repouso absoluto por recomendação médica, mas as vezes eu ajudava em algo. As bolsas da maternidade já estavam prontinhas para o dia tão esperado. Toda semana eu estava indo na clínica do doutor Rodrigo, agora no final da gestação, eu tinha que estar sempre indo. Teve uma vez que acordei sentindo umas dores e fui correndo pro hospital com o Ian, achamos que o nosso filho fosse nascer mas era apenas um alarme falso.

Enfim é o último mês, o cansaço está cada dia mais intenso, a dificuldade para respirar está cada vez mais complicado, e a ansiedade só aumentando.

Eu estava dentro de um vestido confortável e soltinho para ficar em casa, sozinha na cozinha guardando alguns copos no armário que ficava um pouco alto para mim. Eu sentia algumas dores fracas que desapareciam e voltavam do nada, mas depois tudo se intensificou e eu comecei a sentir umas contrações fora do normal, acho que nunca senti nada igual, era tão forte quanto a cólica. A minha barriga ficava muito dura por alguns instantes, pelo que o doutor me disse a alguns dias atrás, o bebê já estava de cabeça para baixo e na posição certinha para o parto normal. Eu contei o intervalo das contrações desde que começou e agora estão cada vez mais próximas.

— Ian, fica calmo! – Gritei. Estava nervosa, a dor era intensa e me deixava agoniada. Eu odiava sentir dor, ainda mais pensando que essa dor não é nada perto da dor de um parto normal.

— Eu to calmo, só não estou achando aonde você enfiou a sua bolsa. Sua mãe tinha que ir no mercado logo agora?

— Não me faça perguntas e acha logo essa merda antes que eu arranque a sua cabeça fora. – Me deitei de lado no sofá passando mal, e a minha mãe não chegava em casa nunca. De repente, vejo um líquido transparente escorrer pela minha perna, a minha bolsa havia estourado. O Ian veio desesperado com as duas bolsas da maternidade nas mãos. Eu consegui me levantar e caminhar normalmente, mas a dor só aumentava.

— Você precisa se acalmar mais. – Ele fica nervoso enquanto tentava ligar o carro.

— Não vou nem te responder, Ian.

— Você é forte, vai dar tudo certo!

— Ian, mete logo o pé nesse acelerador! A gente precisa chegar no hospital antes que o nosso filho nasce aqui dentro do carro. Eu já mandei mensagem pro doutor Rodrigo e ele já está lá se preparando para fazer o meu parto.

Eu estava ansiosa... Mas poxa, filho, é necessário machucar tanto assim a sua mamãe? As vezes passava pela minha cabeça que eu não iria aguentar e acabar morrendo no parto, pois não sei se consigo fazer algo tão acima dos meus limites. Só pela dor que estou sentindo nesse momento, já tenho noção do que está por vir, parir um filho realmente não é para qualquer uma. Agora o Ian acabava que não me ajudando muito com suas reações. Desde o começo da minha gravidez, ele não conseguia controlar a sua ansiedade e agora está no seu nível extremo, literalmente pior que eu. Ele sempre sonhou em ser pai e hoje esse sonho será realizado, entendo mas não estou conseguindo me controlar. A minha paciência se esgotou e essa dor parecendo que vai me matar, só me deixava mais nervosa. Nós grávidas não temos controle do nossos hormônios, e hoje só consigo sentir dor e ódio dessa dor.

Ligação on:

— Alô? Mãe?! – Gemo de dor.

— Oi, filha, tá tudo bem?

— Já chegou em casa? Eu to quase parindo o seu neto.

— Ah, meu Deus! Eu inventei de passar no shopping depois do mercado e agora estou aqui na fila da loja de brinquedos.

— Vai indo agora pro hospital, a gente se vê lá! – Desligo rápido o celular e começo a respirar fundo tentando me acalmar.

Ligação off.

Chegamos rápido no hospital em que eu ganharia o bebê, os enfermeiros me colocaram numa cadeira de rodas e depois de chegarmos na sala onde eu seria examinada, eles me colocaram no soro, antes eu tive o terrível exame do toque para ver a minha dilatação. Eu ainda estava com 4 dedos dilatados, o médico pediu para eu esperar mais e me levou para a sala de pré-parto, lá eu continuei inquieta parecendo uma barata tonta andando de um lado pro outro porque se eu ficasse parada parecia que a dor só piorava.

Às 00:00 entrei numa banheira com água morna para aliviar um pouco da dor e ansiedade, eu sentia muitas dores nas costas também. Às 02:00 horas da manhã já estava com 6 centímetros dilatados mas o médico queria esperar ainda mais. Antes examinaram o bebê e nós ouvimos o seu coraçãozinho batendo, o doutor Rodrigo certificou que está tudo ótimo com o bebê dizendo que ele irá nascer perfeito e cheio de saúde. Felizmente às 04:00 horas da manhã eu consegui dilatar os 10 centímetros e o doutor finalmente me internou, eu estava sendo encaminhada para a sala de cirurgia.

De Repente GrávidaOnde histórias criam vida. Descubra agora