O sol brilhava intensamente no céu azul, iluminando o caminho enquanto eu colocava os últimos itens na minha pequena bolsa. Hoje era dia de encontrar a Bianca na sorveteria do bairro, um programa que se tornou nosso ritual. O cheiro do verão se misturava ao aroma dos sorvetes, e não pude deixar de sentir uma onda de alegria ao pensar na nossa reunião.
Cheguei à sorveteria antes do combinado. A fila estava curta, então decidi adiantar o nosso pedido. Conhecia bem os gostos da Bia: morango com calda de chocolate e chantilly, a combinação perfeita para ela. Para mim, o clássico creme com chocolate branco nunca falhava.
Enquanto esperava, mergulhei nos meus pensamentos até que ouvi a voz animada de Bianca.
— Oi, Isa!! — ela exclamou, entrando pela porta com seu sorriso radiante.
— Oi, Bia! Já pedi os nossos sorvetes! — respondi, tentando conter a empolgação.
— Sabe, estava pensando em fazer uma social com os nossos amigos neste fim de semana. Que tal?
Eu hesitei, a ideia me parecendo atraente, mas a saudade da minha mãe pesava no coração.
— Podemos deixar para o próximo? Este fim de semana eu realmente queria visitar a minha mãe. Sinto tanta falta dela.
Os olhos de Bianca se suavizaram, e ela assentiu.
— Ela deve sentir muito a sua falta e do seu irmão, também.
— Sim, e eu gostaria de aproveitar as minhas férias para vê-la. — confessei, sentindo um aperto no peito.
— Tenho certeza de que seu pai vai deixar. — disse Bianca, animada.
Na verdade, eu estava decidida. A viagem era algo que eu precisava fazer. Precisava abraçar a mulher que me deu a vida, que cuidou de mim com todo amor. Uma saudade imensa me consumia, uma mistura de nostalgia e desejo de reconexão. Queria entender como estava a nova vida dela, longe de casa e dos filhos. Esperava que, um dia, tudo pudesse voltar ao normal e que ela pudesse morar conosco novamente.
Após a tarde na sorveteria, voltei para casa, mas a ideia da viagem não me deixava em paz. Com o coração acelerado, peguei o telefone e decidi ligar para o meu pai, mesmo sabendo que ele provavelmente iria implicar com a minha decisão repentina.
Ligação On:
— Filha! Como estão as coisas por aí? — a voz dele soou pelo celular, cheia de curiosidade.
— Bem, na medida do possível. — eu hesitei. — Na verdade, eu te liguei porque sinto muita falta da minha mãe.
— Não vamos discutir isso agora, Isabele. Espere eu chegar em casa primeiro!
— Eu só queria passar um final de semana com ela. É pedir muito?
— Sim. Quando você pretende ir?
— Este fim de semana.
— Tem certeza de que está tudo bem por aí? A Carla não me fez nenhuma reclamação sua, e isso é muito estranho.
— Pode ficar tranquilo, não irei decepcioná-lo.
— Depois a gente conversa, pode ser?
— Tudo bem... tenha uma boa noite!
Ligação Off.
Naquela noite, a Carla teve que ir embora mais cedo para resolver compromissos pessoais. Eu a incentivei ir em paz, assegurando que estava tudo sob controle. Com a casa organizada, tomei um banho relaxante e vesti o meu pijama confortável. Para o jantar, decidi que pizza seria a escolha perfeita, mesmo sabendo que não era a opção mais saudável, mas a vontade era irresistível.
O Ian não demorou a chegar, parecendo animado. Ele correu para me abraçar, como se o tempo tivesse passado uma eternidade desde a última vez que nos vimos.
— Isso tudo é saudade? — perguntei, tentando me desvencilhar do abraço apertado.
— Você nem imagina. — ele respondeu, rindo.
— Eu pedi pizza!!! — anunciei, a alegria transparecendo na minha voz.
— Aposto que você vai comer tudo e deixar apenas uma fatia para mim.
— Infelizmente, não posso exagerar para não passar mal... falando nisso, amanhã tenho médico!
— Finalmente! Já estava preocupado com você. Posso ir junto?
— Claro! — sorri, apreciando a oferta.
Na manhã seguinte, acordei com a mesma sensação familiar que me acompanhava há dias, mas desta vez era mais intensa. As pontadas na barriga eram insuportáveis. A sensação de estar passando mal sem entender o porquê era horrível. Depois de realizar minhas higienes, voltei para a cama, parecendo um zumbi, desejando que o sono trouxesse um alívio e que ao despertar tudo estivesse melhor.
Me enrolei nos lençóis, com os olhos pesados, rezando para que ao abrir os olhos novamente, a tormenta já tivesse se dissipado.
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De Repente Grávida
Roman pour Adolescents+16 "Ela não quer alguém que a entenda por completo. Mas ela não abre mão de alguém que acalme sua cabeça e principalmente o seu coração. Ela quer por as vezes estar junto de ti e ficar apenas em silêncio, mas que esse silêncio nunca signifique...