Capítulo 55: O Eco do Desespero

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As paredes do banheiro estavam úmidas e frias, um reflexo sombrio do caos que se desenrolava dentro de mim. Meus braços estavam imobilizados sob o peso do corpo de Richard, e a luta para me libertar parecia fútil. O som da música pulsante do lado de fora se misturava às minhas lágrimas, abafando os meus gritos em um mar de risadas despreocupadas. Eu estava sozinha, presa em um pesadelo que parecia não ter fim.

Fechei os olhos, tentando encontrar um fio de esperança. O meu coração batia descontrolado, e o calor das lágrimas escorria pelo meu rosto, tornando minha pele ainda mais vermelha. A sensação de impotência era insuportável. Eu só queria gritar, mas cada som que tentava produzir se perdia na barulheira da festa.

— Ian, me ajuda... — minha voz saiu como um sussurro, sufocada pelo desespero.

— Ninguém vai te escutar, anjo. Agora cala a boca! — Richard riu, um som frio e cruel.

Senti um arrepio percorrer minha espinha. Aquelas palavras eram uma advertência e uma ameaça, e a compreensão do que ele era capaz de fazer me paralisou. Meu instinto maternal se acendeu, e o medo pelo meu filho crescia dentro de mim como uma chama indomável. Eu não podia deixar que ele fizesse algo que comprometesse a segurança do meu bebê.

Os momentos pareciam se arrastar, e a escuridão parecia engolir minhas esperanças. Cada respiração era uma luta, e a dor de não conseguir me mover se tornava cada vez mais insuportável. O desespero me forçava a buscar uma saída, a encontrar forças em algum lugar profundo dentro de mim.

A porta do banheiro se abriu de repente, e uma luz ofuscante iluminou o espaço. A figura de Ian apareceu, seus olhos brilhando com uma intensidade que quase me fez sentir alívio. Mas a tensão no ar era palpável; ele parecia uma tempestade prestes a se desencadear.

— Richard, larga ela agora! — a voz de Ian era como um trovão, ressoando com uma autoridade que eu nunca havia ouvido antes.

— E quem vai me impedir? Você? Mais um passo, e eu acabo com ela! — Richard hesitou, sua expressão mudando de desprezo para incredulidade.

— Se você não a soltar, vai se arrepender! — Ian avançou, os músculos tensos, e eu vi a determinação em seu olhar.

A cena estava prestes a explodir em um confronto. Eu sentia o peso do medo e da esperança se entrelaçando. Poderia Ian realmente me salvar? E se a situação se tornasse ainda mais perigosa? A adrenalina corria em minhas veias enquanto eu me esforçava para me libertar, determinada a lutar não apenas por mim, mas por tudo o que amava.

O silêncio que precedeu o estrondo foi tão abrupto que me fez sentir como se o tempo tivesse congelado. O barulho ensurdecedor, semelhante ao estouro de fogos de artifício, cortou o ar. Nunca havia ouvido um disparo de perto, e o eco de dois tiros disparados seguidamente reverberou na minha mente. Um frio intenso percorreu o meu corpo, e comecei a tremer incontrolavelmente.

— Ian, me ajuda! — implorei, a voz tremula e desesperada, mas ele parecia completamente tomado pela fúria. Seus olhos brilhavam com uma intensidade que eu nunca tinha visto, e não havia como saber se ele me escutava.

Richard, que estava próximo, começou a sangrar. A cena se desenrolava em câmera lenta; ele me soltou antes de cair no chão, e uma onda de choque percorreu o meu corpo. O Ian avançou sobre ele com um olhar que poderia derreter aço. O ódio o transformava, e a ferocidade em seu semblante me deixou paralisada. O que estava acontecendo?

Uma tontura repentina me envolveu, como se as cores do mundo ao meu redor começassem a se apagar. Meus olhos pesaram, e antes que eu pudesse resistir, senti alguém puxar o meu braço, tirando-me daquele pesadelo sombrio. As últimas imagens que vi foram de Ian, sua figura poderosa se lançando sobre Richard, e em seguida, tudo ficou escuro.

De Repente GrávidaOnde histórias criam vida. Descubra agora