Capítulo 22: Novos Começos

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Hoje acordei com uma animação contagiante, uma alegria que pulsava em meu peito. A casa estava cheia, ecoando risadas e conversas, e isso sempre fez meu coração transbordar. Era um daqueles dias em que a presença da família se tornava um antídoto para todas as preocupações. Durante o café da manhã, meu pai e Léo, com suas curiosidades típicas, começaram a indagar sobre minha mãe e a sua nova vida na cidade distante. Enquanto isso, eles compartilharam histórias engraçadas sobre suas férias, e nós três nos tornamos um trio hilário, como sempre. Quando estávamos juntos, era como se todos os meus problemas evaporassem.

— Pai, posso convidar meu namorado para almoçar conosco? — perguntei, uma pitada de sarcasmo na voz, já sabendo da resposta.

— Nunca! — ele respondeu com um tom desdenhoso, e Léo soltou uma gargalhada alta, divertida.

— Por quê? Não entendo essa sua aversão! — insisti, fingindo indignação.

— Essa história é mesmo verdadeira, Isabele? — perguntou Léo, arqueando uma sobrancelha, claramente intrigado.

— Claro que sim! — rolei os olhos, tentando manter a calma.

— Ah, então vai me dizer que agora você é a Cinderela apaixonada? — meu pai interveio, rindo.

— Eu apenas estabeleci um relacionamento. — A última frase saiu de forma hesitante, como se estivesse confessando um segredo.

— Muito estranho isso. — Léo franziu a testa, curioso.

— O quê?! — Meu coração disparou, e minhas pupilas se dilataram, surpresas com a dúvida deles.

— Esse seu namoro... por acaso, aconteceu alguma coisa? — meu pai perguntou, com um olhar investigativo. Senti um frio na barriga e, para disfarçar, peguei a xícara com café e tomei um gole. — Está bem, pode trazê-lo aqui. Quero conhecer o rapaz!

Assenti aliviada, e saí rapidamente da mesa, meu coração acelerado. O peso de mentir para eles, especialmente para Léo, que sempre foi meu confidente, pesava sobre mim. Sempre conversamos sobre tudo, e sentia que eles percebiam quando eu estava escondendo algo.

Ao chegar em meu quarto, deixei a porta entreaberta e me aproximei do grande espelho na parede. Coloquei a mão delicadamente sobre minha barriga, acariciando-a com um toque suave. Era uma sensação nova e inexplicável, algo que nunca havia experimentado antes. A conexão com a vida que estava dentro de mim começava a florescer, e eu ansiava por compartilhar esse momento com alguém especial. Não havia dúvidas: Ian era a única pessoa que eu queria ao meu lado.

Ligação on:

— Ian, você não vai acreditar... Eu acariciei a minha barriga pela primeira vez. — minha voz estava carregada de emoção.

— Ah, que linda! Eu adoraria ter visto isso! — ele respondeu, e eu podia sentir o sorriso em seu tom.

— Acho que estou começando a entender nossa menina. — Um sorriso travesso brotou em meus lábios.

— Menina?! Não se engane, tenho certeza de que será um menino! — ele provocou, rindo.

— Aliás, tenho um convite especial para você... Um almoço com a minha família hoje. — Fui direta, tentando disfarçar a ansiedade.

— Estarei presente. — ele soou surpreso.

— Beijos, até mais!! 

— Te amo. — disse ele antes de desligar.

Ligação off.

O meu coração dançou com essas palavras. Pela primeira vez, ele disse que me amava antes de desconectar. Confesso que eu ainda me sentia insegura, especialmente considerando o nosso começo tumultuado. Até pensei que ele pudesse me deixar assim que soubesse da minha gravidez, mas não, ele estava empolgado e pronto para ser pai. O amor florescia entre nós, e a ideia de criar uma família juntos me enchia de esperança.

Um pouco mais tarde, após me arrumar com cuidado, eu estava no meu quarto, ainda flertando com a ideia de um amor correspondido. O almoço estava pronto, mas meu pai havia preparado uma receita que Léo e eu detestávamos. Podia imaginar que poderia ser proposital já que o Ian irá almoçar com a gente. A minha animação se desfez em frustração. Estava tão animada para aquele almoço, e ele, não pareceu se importar.

— Por que não escolheu outra receita, pai? — exclamei, indignada.

— Não gostou? Cozinha você! — ele respondeu, sem cerimônia.

— Sinto falta da comida da Carla. — suspirei, e ele riu.

— Está revoltada porque o seu namoradinho não gosta? — ele provocou, um sorriso travesso nos lábios.

— Não, eu e o Léo também não gostamos! — retorqui, tentando manter o tom leve.

Quando a campainha tocou, minha ansiedade se transformou em alegria. Corri para a porta e, ao ver Ian, um sorriso iluminou o meu rosto. O cumprimentei com um selinho demorado, e percebi meu pai nos observando com uma expressão de desaprovação, enquanto Léo se levantava do sofá para cumprimentá-lo com gentileza.

— Ian, meu pai preparou um prato exótico mas podemos almoçar fora depois. — lancei um olhar cúmplice.

— Está brincando? Eu adoro esse prato! — ele respondeu, surpreendendo-me.

— Ouviu isso, pai? Acho que seu plano não deu certo. — gargalhei, e meu pai apenas deu os ombros.

— O almoço está servido, fiquem à vontade !! — ele disse, com um ar de seriedade.

Para a minha surpresa, o almoço não foi tenso. O Ian entrou na conversa, fez piadas e até conquistou meu pai, que aos poucos começou a aceitar nossas escolhas. Após a refeição, ambos conversaram em particular, e eu e Léo nos divertimos tirando sarro da situação.

O primeiro passo havia sido dado, e isso era um alívio. Agora, eu sabia que o próximo seria mais desafiador. Os enjoos estavam diminuindo, e à medida que me acostumava com a ideia da gravidez, sentia que em breve teria a felicidade nos braços. 

De Repente GrávidaOnde histórias criam vida. Descubra agora