Capítulo 79

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                     Ian narrando:

Desde que a Isa começou a sentir as contrações dando o sinal que o Ryan viria ao mundo, meu coração já se encheu de felicidade, eu não sabia o que fazer pois estava confuso e sem acreditar. Hoje é o dia mais feliz da minha vida, hoje é o nascimento do meu filho, não consigo descrever o que estou sentindo e a tamanha felicidade de poder realizar o meu sonho. A Isa estava nervosa por causa das dores intensas das contrações, acho que ela nunca tinha me dado um soco tão forte, eu também as vezes enchia o saco dela por não conseguir controlar a minha felicidade, estava muito animado.

É claro que eu ficava agoniado em vê-la se contorcer reclamando de dores na barriga e nas costas, sem poder fazer nada. Ela ficava inquieta andando de um lado pro outro, as enfermeiras a colocou numa banheira com água morna para tentar amenizar o que ela estava sentindo. A dilatação estava demorando demais, tinha vezes que eu queria enforcar aquele médico, será que ele não percebe que a minha mulher está sofrendo e o meu filho precisa nascer?

— Senhor, você não pode entrar agora! – A voz tranquila daquela enfermeira me irritava.

— É o meu filho que está nascendo, eu não vou deixar a minha mulher naquela sala sozinha.

— Tudo bem, você só precisa me prometer que não vai deixar ela mais nervosa.

— Ela já é nervosa naturalmente, mas eu prometo.

— Vem comigo, a gente precisa correr!

Corremos até a sala de parto, eu escutava os gritos da Isabele de longe e isso só me deixava mais tenso. Assim que chegamos, vi ela toda soada e deitada com as pernas abertas naquela cama hospitalar fazendo força. A mãe dela chegou logo depois de mim vestida com a roupa verde de hospital, a mesma mal entrou na sala e já começou a se emocionar. Me aproximei da minha princesa que também estava com seus olhinhos inundados e segurei forte a sua mão, depositei um beijo em sua testa e sussurrei em seu ouvido que eu a amo.

                              (...)

               Isabele narrando:

Eu gritava, colocava o meu máximo de força, recebia incentivos das enfermeiras que estão sendo muito carinhosas e atenciosa comigo, o Ian e a minha mãe me davam todo o apoio. Estava rodeada de profissionais, o doutor Rodrigo me passava toda a segurança que eu precisava, eu confiava nele de olhos fechados. Estou passando por um momento delicado que eu tanto sonhei desde o início da minha gravidez, essa dor de um parto normal provava o meu amor pelo meu filho, mostrava o quanto eu sou forte, fazia eu me sentir mais mulher, mais mãe, mesmo eu sendo apenas uma menina que acabou de completar dezoito anos.

— Vamos, Isabele... Você consegue! Já estou sentindo ele, você precisa colocar mais força!!! – O doutor fala e eu assinto mesmo tendo chegado no meu limite.

Faço a última e o resto de força que ainda restava em mim e empurro o bebê para fora, eu estava soada, gemendo de dor. Em poucos minutos escutei um choro alto e fino, pude imaginar que fosse o meu filho, o meu bebê, o meu Ryan. Naquele momento o meu coração disparou, eu era a pessoa mais feliz e realizada do mundo, olhava para todos os cantos da sala tentando o encontrar mas a enfermeira me disse que preciso esperar primeiro ele ser limpado, pesado e o pediatra ver se ele está bem.

O Ian saiu de perto de mim e alguns minutos depois voltou com o nosso filho no colo, seus olhos estavam cheios de lágrimas, ele me entregou o bebê com todo cuidado e eu o peguei. A emoção era grande naquela sala, todos os enfermeiros e médicos aplaudiram o meu parto bem sucedido. Quando vi a minha mãe e o Ian chorando, eu não me aguentei e acabei chorando também. O meu filho era lindo, tão perfeito, ele ainda estava inchado e com os olhinhos fechados então não dava para saber se a cor dos olhos eram castanhos ou esverdeados iguais do Ian. Beijei sua testa e o ajeitei em meu colo, eu sorria pensando o quanto ele é pequeno e frágil. Esse momento será inesquecível pra mim, eu o amava, amava cada pedacinho seu, esse pedacinho que nasceu de mim, que faz parte e que agora depende muito de mim.

— Ele é lindo! – Ian diz sorrindo e com seus olhos inundados mas as lágrimas não caiam.

— Acho que ele se parece com você. – Digo acariciando a pele macia do bebê que dormia confortavelmente em meus braços

— Eu sei, sortudo. – Cerrou os olhos.

— Ei!!! – Gargalhamos.

A enfermeira se aproximou de nós três dizendo para mim amamentá-lo, assenti e com a sua ajuda sinto o meu seio sendo sugado depressa por aquela boquinha pequena e quente. Era a melhor sensação que já senti, alimentar o meu filho, a minha bênção, o meu tudo, era exatamente o que ele significava pra mim, tudo.

Depois do Ryan ter amamentado, deixei ele com o Ian e me levantei com a ajuda das enfermeiras para tomar banho. Eu precisava descansar, já são sete horas da manhã e nós ainda não dormirmos. O meu pai e o Léo tinham acabado de chegar, eles brincaram e mimaram muito o bebê e depois foram embora junto com a minha mãe. Eu e o Ian aproveitamos para tirarmos um cochilo porque a gente receberia visitas só a tarde.

Às 05:00 horas da manhã no dia 27 de Janeiro de 2018 nasceu o Ryan Lacerda Souza, com 3.045 kg e 54 cm. O dia mais feliz de nossas vidas, ele veio para me completar enchendo os meus dias de alegrias. Ser mãe não era algo que estava em meus planos futuros, na verdade, nunca esteve. Eu acho que nunca pensei em ser mãe, mas aconteceu comigo assim como podia ter acontecido com qualquer outra pessoa. Hoje sou muito grata por Deus me conceber essa benção que agora se tornou a minha prioridade. Quem diria que eu me tornaria mãe tão cedo... Tenho tanta sorte por tudo ter sido tão perfeito desde o início, agora eu sou a mamãe mais feliz e realizada desse mundo.

De Repente GrávidaOnde histórias criam vida. Descubra agora